Capítulo 6

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A empurrei para dentro do armário e fechei a porta, sorrindo em diversão ao vê-la pressionar o maxilar.

— Olha só se não é um dos clones.

Ela soltou um ar de riso.

— Olha só se não é um dos babacas sem seus amigos. Está sozinho hoje, Nate? Me trouxe para cá por que queria companhia?

Soltei uma risada.

— Está muito afiada, Hannah. Sabe que não pode falar comigo desse jeito, ou vou te machucar muito — avisei.

Ela engoliu seco.

— Não deveria ter vindo. Você quer me deixar irritado, não é, garota?

Porra, Hannah estava uma gata. E o decote dela me fazia arfar. Caralho.

— Eu não vim arrumar confusão, Nate.

— Eu sei que não. Mas essa é a minha festa, e eu quero que você pegue esse seu traseiro e dê o fora.

— A festa é da Dayse, e foi ela quem me convidou! Eu não vou mais fazer as suas vontades, Nate. Quero que você se foda! - esbravejou.

Segurei seu braço, vendo seus transmitirem medo.

— Por que não vem foder comigo, então? Hein? — falei em tom sugestivo. — Aposto que você vai gostar — olhei para seu corpo de cima a baixo.

Ela travou o maxilar, parecendo nervosa. Ótimo, eu consegui deixá-la sem jeito.

— Vai se ferrar, Nate — tentou puxar o braço.

— Não! Vai se ferrar você! — avancei. — Vai embora, Hannah. Ninguém quer você aqui!

Ela puxou o ar, irritada.

— Eu não vou embora, Nate. Hoje eu quero me divertir, e não ligo se você está aqui ou não — esbravejou. — Não ligo se tem pessoas que não gostam de mim. Eu vou ficar! - disse ela, em tom decidido.

Soltei um sorriso. Hannah realmente havia mudado. Isso tornava tudo mais interessante.

— Tudo bem — falei. — Vou deixar você ficar — digo, soltando-a. — Mas vou ficar de olho em você, mocinha. É bom se comportar.

Dei uma última olhada em seu decote, me segurando para não enfiar a cara nele, antes de sair. Porra. Meu pai estava ficando duro.

Saí do armário, precisando afrouxar um pouco o cinto.

Passei o resto da noite de olho em Hannah. A via dançar e sorrir com Amélia, e sempre que ela olhava para mim, fechava a cara e virava de costas. Mal sabia que eu estava gostando de olhar para sua bunda.

E nessa noite, não consegui levar ninguém para a cama, e nem mesmo naquele dia em que ela foi à minha casa. Eu estava tão furioso que não conseguia pensar em sexo.

— Pai — digo, entrando em seu escritório, entregando-lhe uns papéis. — Esses são os processos.

— Bom, obrigado, Nate. Está fazendo um ótimo trabalho aqui. Tudo se tornou mais fácil com você por perto — disse ele, dando uma olhada na papelada.

— É... Mas não sei se gosto de ficar naquele andar. Os caras de lá são muito atrapalhados, me irrita ter que ensiná-los várias vezes.

Ele riu.

— Você é bom ensinando, Nate. Precisamos de um bom líder. Quando eu me aposentar, isso tudo vai ficar para você. Pense que isso é uma preparação.

Suspirei.

— Ok — me joguei sobre a poltrona que lá havia.

— Como está sua irmã?

— Muito bem — respondi. — Ela pediu para passar as férias da faculdade comigo. Mas eu disse que vou estar trabalhando.

— Ela me ligou falando sobre isso. Pode trabalhar em casa nas suas férias, assim você passa mais tempo com a sua irmã e aproveita o verão.

— Eu sempre faço o trabalho em casa. Não iria mudar muita coisa.

Ele riu.

— Quero que passe as férias com ela. Logo minha única filha vai se formar e me odiar por não ter deixado seu irmão favorito ficar com ela.

Ficar livre do trabalho seria muito bom. Mas não estou a fim de ficar com ela e suas amigas.

— Megan vai superar.

— Vamos lá, Nate. Sua irmã já é uma linda mulher. Logo irá se casar, ter filhos... E vocês não vão mais passar tanto tempo juntos.

Dei de ombros.

— Você também — disse ele. — Um dia irá ter sua família e aí sim não vai ter tempo para mais ninguém.

Eu ri.

— Família? — debochei.

— Você não pensa nisso? Chegar em casa e ver a sua esposa com seus filhos correndo. Eu me lembro disso quando vocês eram pequenos — contou — É bom você pensar nisso. Não ficar sozinho para variar.

Olhei para o lado pensativo. Sinceramente, não pensava em ter uma esposa e filhos. Viver da forma que vivo já era suficiente. Infelizmente, a única que estava agora na minha mente era a terrível Hannah. Como eu a odiava. Fique o dia inteiro com aquilo na minha cabeça.

Lembro-me de persegui-las junto a Bob e Aidan, fazendo-as correr pelo parquinho com algumas bexigas de tinta. Eu não iria bater em garotas, mas queria me vingar por Megan. Sujá-las de tinta parecia uma ótima ideia.

No dia seguinte, sentado com um dos meninos, uma garotinha se aproximou de mim, um tanto tímida. Era uma das gêmeas.

— Me desculpe pelo que fizemos com Megan — disse ela. A encarei de cima a baixo. — Eu não queria ter mordido sua irmã.

Soltei um ar de riso.

— Então foi você quem mordeu a minha irmã... Eu deveria arrancar seus dentes, fedelha.

Ela olhou para baixo, apertando as mãos.

— Ela não queria soltar meu cabelo — logo olhou para mim. — Pode dizer para a Megan que nós pedimos desculpas?

— Teve muita coragem de vir aqui falar isso — me levantei, indo até ela, me curvei para olhar em seu rosto. — Eu estava prestes a acabar com você e sua irmã de verdade da próxima vez — cruzei os braços. — Isso me poupou muito trabalho.

Ela engoliu seco.

— Pode perdoar Kat e eu?

— Por que eu deveria?

— Para sermos amigos... - apertou os dedos.

Irritado com essa lembrança, soquei a parede, ouvindo alguns dos meus livros caírem. Malditas.

Atraído Pela TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora