A empurrei para dentro do armário e fechei a porta, sorrindo em diversão ao vê-la pressionar o maxilar.
— Olha só se não é um dos clones.
Ela soltou um ar de riso.
— Olha só se não é um dos babacas sem seus amigos. Está sozinho hoje, Nate? Me trouxe para cá por que queria companhia?
Soltei uma risada.
— Está muito afiada, Hannah. Sabe que não pode falar comigo desse jeito, ou vou te machucar muito — avisei.
Ela engoliu seco.
— Não deveria ter vindo. Você quer me deixar irritado, não é, garota?
Porra, Hannah estava uma gata. E o decote dela me fazia arfar. Caralho.
— Eu não vim arrumar confusão, Nate.
— Eu sei que não. Mas essa é a minha festa, e eu quero que você pegue esse seu traseiro e dê o fora.
— A festa é da Dayse, e foi ela quem me convidou! Eu não vou mais fazer as suas vontades, Nate. Quero que você se foda! - esbravejou.
Segurei seu braço, vendo seus transmitirem medo.
— Por que não vem foder comigo, então? Hein? — falei em tom sugestivo. — Aposto que você vai gostar — olhei para seu corpo de cima a baixo.
Ela travou o maxilar, parecendo nervosa. Ótimo, eu consegui deixá-la sem jeito.
— Vai se ferrar, Nate — tentou puxar o braço.
— Não! Vai se ferrar você! — avancei. — Vai embora, Hannah. Ninguém quer você aqui!
Ela puxou o ar, irritada.
— Eu não vou embora, Nate. Hoje eu quero me divertir, e não ligo se você está aqui ou não — esbravejou. — Não ligo se tem pessoas que não gostam de mim. Eu vou ficar! - disse ela, em tom decidido.
Soltei um sorriso. Hannah realmente havia mudado. Isso tornava tudo mais interessante.
— Tudo bem — falei. — Vou deixar você ficar — digo, soltando-a. — Mas vou ficar de olho em você, mocinha. É bom se comportar.
Dei uma última olhada em seu decote, me segurando para não enfiar a cara nele, antes de sair. Porra. Meu pai estava ficando duro.
Saí do armário, precisando afrouxar um pouco o cinto.
Passei o resto da noite de olho em Hannah. A via dançar e sorrir com Amélia, e sempre que ela olhava para mim, fechava a cara e virava de costas. Mal sabia que eu estava gostando de olhar para sua bunda.
E nessa noite, não consegui levar ninguém para a cama, e nem mesmo naquele dia em que ela foi à minha casa. Eu estava tão furioso que não conseguia pensar em sexo.
— Pai — digo, entrando em seu escritório, entregando-lhe uns papéis. — Esses são os processos.
— Bom, obrigado, Nate. Está fazendo um ótimo trabalho aqui. Tudo se tornou mais fácil com você por perto — disse ele, dando uma olhada na papelada.
— É... Mas não sei se gosto de ficar naquele andar. Os caras de lá são muito atrapalhados, me irrita ter que ensiná-los várias vezes.
Ele riu.
— Você é bom ensinando, Nate. Precisamos de um bom líder. Quando eu me aposentar, isso tudo vai ficar para você. Pense que isso é uma preparação.
Suspirei.
— Ok — me joguei sobre a poltrona que lá havia.
— Como está sua irmã?
— Muito bem — respondi. — Ela pediu para passar as férias da faculdade comigo. Mas eu disse que vou estar trabalhando.
— Ela me ligou falando sobre isso. Pode trabalhar em casa nas suas férias, assim você passa mais tempo com a sua irmã e aproveita o verão.
— Eu sempre faço o trabalho em casa. Não iria mudar muita coisa.
Ele riu.
— Quero que passe as férias com ela. Logo minha única filha vai se formar e me odiar por não ter deixado seu irmão favorito ficar com ela.
Ficar livre do trabalho seria muito bom. Mas não estou a fim de ficar com ela e suas amigas.
— Megan vai superar.
— Vamos lá, Nate. Sua irmã já é uma linda mulher. Logo irá se casar, ter filhos... E vocês não vão mais passar tanto tempo juntos.
Dei de ombros.
— Você também — disse ele. — Um dia irá ter sua família e aí sim não vai ter tempo para mais ninguém.
Eu ri.
— Família? — debochei.
— Você não pensa nisso? Chegar em casa e ver a sua esposa com seus filhos correndo. Eu me lembro disso quando vocês eram pequenos — contou — É bom você pensar nisso. Não ficar sozinho para variar.
Olhei para o lado pensativo. Sinceramente, não pensava em ter uma esposa e filhos. Viver da forma que vivo já era suficiente. Infelizmente, a única que estava agora na minha mente era a terrível Hannah. Como eu a odiava. Fique o dia inteiro com aquilo na minha cabeça.
Lembro-me de persegui-las junto a Bob e Aidan, fazendo-as correr pelo parquinho com algumas bexigas de tinta. Eu não iria bater em garotas, mas queria me vingar por Megan. Sujá-las de tinta parecia uma ótima ideia.
No dia seguinte, sentado com um dos meninos, uma garotinha se aproximou de mim, um tanto tímida. Era uma das gêmeas.
— Me desculpe pelo que fizemos com Megan — disse ela. A encarei de cima a baixo. — Eu não queria ter mordido sua irmã.
Soltei um ar de riso.
— Então foi você quem mordeu a minha irmã... Eu deveria arrancar seus dentes, fedelha.
Ela olhou para baixo, apertando as mãos.
— Ela não queria soltar meu cabelo — logo olhou para mim. — Pode dizer para a Megan que nós pedimos desculpas?
— Teve muita coragem de vir aqui falar isso — me levantei, indo até ela, me curvei para olhar em seu rosto. — Eu estava prestes a acabar com você e sua irmã de verdade da próxima vez — cruzei os braços. — Isso me poupou muito trabalho.
Ela engoliu seco.
— Pode perdoar Kat e eu?
— Por que eu deveria?
— Para sermos amigos... - apertou os dedos.
Irritado com essa lembrança, soquei a parede, ouvindo alguns dos meus livros caírem. Malditas.
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Atraído Pela Tentação
RomanceNate sempre foi um garoto destemido de personalidade forte. Filho mais velho de um influente empresário de uma famosa agência de advocacia. Ele sempre teve todos ao seu redor fazendo suas vontades, e com isso mimava sua irmã. No entanto, sua vida mu...