Keiji Hiroshi, um habitante da pacata vila de Kagawa, no Japão, já presenciou diversos eventos espirituais. Entre eles, destaca-se a misteriosa história de sua falecida esposa, Akiko Kaori. Durante uma jornada espiritual, Keiji descobre segredos do...
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Meu Deus, quanta demora desse homem! Será que ele vai vir?" A ansiedade me consumia. Claro que vai! Mas, e se ele não aparecer? Se ele não vier, eu mesma vou até a casa dele e o amarro com cordas para não ter onde correr! A raiva misturada com a curiosidade aumentava a cada segundo de espera.
Ergui o queixo, tentando disfarçar a inquietação que me invadia, e ajeitei minha saia, como se fosse um gesto simples que pudesse me dar controle sobre aquela situação que já começava a me exasperar.
E então, ao longe, uma sombra grande apareceu. Um alívio imediato se espalhou pelo meu corpo. Finalmente, ele chegou!
A carroça parou diante de minha casa, e a figura de Keiji desceu com certa hesitação. Ele estava mais bonito do que eu lembrava, o que fez meu coração dar um pulo no peito. Algo dentro de mim queria correr até ele, abraçá-lo e manter tudo sob meu controle. Mas me segurei. Não deixaria que ele percebesse o quanto eu estava ansiosa para vê-lo.
Ele se aproximou, e antes que pudesse dizer uma palavra, já estava o encarando, esperando que ele se explicasse.
"Você demorou mais do que o esperado." Minha voz saiu firme, mais controlada do que eu me sentia, tentando esconder a frustração.
Keiji deu um passo à frente, como se fosse mais difícil se aproximar de mim do que eu imaginava. Ele estava nervoso, o que só aumentava minha vontade de ter ele ali, ao meu lado, sendo meu, de algum jeito.
"Desculpe a demora," ele disse, com os olhos fixos nos meus, como se procurasse a forma certa de agir. "Tive alguns imprevistos no caminho, mas estou aqui agora."
Olhei para ele, avaliando cada detalhe de sua aparência. Ele parecia ser exatamente o que eu queria: forte, determinado, mas com um toque de vulnerabilidade que me fascinava. "Espero que tenha sido por uma boa razão," eu respondi, não disfarçando o sorriso que começava a formar-se em meus lábios.
Ele não respondeu de imediato, o que me fez crescer ainda mais a necessidade de dominá-lo, de ter todo o seu ser para mim. "Então, vamos." Fui curta, impaciente, quase exigente. "O tempo está passando."
E com isso, dei o primeiro passo em direção ao que quer que fosse o futuro de ambos, com a expectativa de que ele estivesse realmente disposto a se entregar ao que eu quisesse para nós dois.
Keiji deu um leve suspiro, como se estivesse pesando suas palavras antes de falar. Seus olhos, embora ainda firmes, pareciam ceder aos meus. "Você realmente não facilita, não é?" Ele tentou sorrir, mas a expressão tensa em seu rosto revelou que ele estava tão nervoso quanto eu, talvez mais.
A situação ficou estranha por um momento, como se ambos estivéssemos em uma dança silenciosa, onde um passo em falso poderia mudar tudo. Eu queria tomar o controle, queria que ele visse em mim a mulher capaz de conquistar tudo, inclusive ele, mas algo naquela troca de olhares me fez hesitar. Talvez fosse a intensidade do momento ou a percepção de que, apesar da minha confiança, eu ainda não sabia o que ele queria de mim.
"Eu... acho que é melhor irmos," disse ele, a voz mais suave agora. "Eu não gosto de ver as pessoas esperando por muito tempo." Seu tom de voz, um pouco mais descontraído, me fez questionar se ele estava realmente tão seguro quanto parecia. "Onde exatamente você quer ir?" Ele olhou para mim, esperando que eu liderasse, e foi nessa pequena fração de segundo que percebi que talvez ele tivesse mais controle da situação do que eu imaginava.
Ele hesitou por um momento, antes de finalmente seguir-me, o peso de sua presença agora mais palpável do que nunca. Eu podia sentir seus olhos me observando, analisando cada movimento meu, e aquilo só aumentava a sensação de controle que eu buscava. O Bosque das Árvores Gêmeas estava à frente, envolto em uma névoa suave que tornava o ambiente ainda mais misterioso. Cada passo que dávamos ecoava pelo silêncio da noite, e eu podia perceber como ele estava atento ao meu lado, como se não soubesse o que esperar de mim. Mas, na verdade, era eu quem não sabia o que esperar dele. O jogo estava apenas começando.
"Você nunca me disse o que esperava desse encontro, senhorita Akiko," Keiji finalmente falou, sua voz baixa, carregada de uma curiosidade que parecia um tanto cautelosa. Ele estava tentando entender as minhas intenções, mas eu sabia que ele ainda não tinha noção do quanto minha mente estava decidida. Eu tinha um plano, e ele faria parte dele, quer gostasse ou não.
"Eu só quero saber até onde você vai, Keiji," respondi, sem desviar os olhos do caminho à nossa frente. "Até onde você está disposto a ir por uma mulher como eu?" As palavras saíram quase como um desafio, e, por um breve momento, percebi que ele estava absorvendo o peso de cada uma delas. Eu o queria, mas também queria que ele soubesse que eu não era uma mulher fácil. Que, para ganhar meu coração, ele teria que jogar o mesmo jogo de poder, desejo e controle que eu estava começando a estabelecer.
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