How to Change

CAPÍTULO 11: A ÚLTIMA MENSAGEM

– É melhor eu ir primeiro, Ai'Nic. Parece que você precisa falar com esse nong.

Era muito desconfortável, talvez até constrangedor, ficar com aquela garota conversando, sozinho, mas ainda permaneceu em silêncio por educação.

O amigo havia voltado, embora não soubesse a que horas ele saiu, quando a garota pediu para falar a sós com ele. Tentando ignorar o olhar zombeteiro que lhe lançou, Nic simplesmente continuou comendo e brincando com seu celular. Kla parecia sentir pena dele porque não dizia nada e se dedicava a conversar com o irmão online.

Ele fechou os olhos e tentou se concentrar no assunto de real importância. Kla definitivamente não era sua prioridade agora. O problema era que quanto mais pensava nisso, mais confuso ficava. Ele soltou um suspiro enquanto cruzava os braços e olhava pela janela.

Se fosse completamente honesto, a garçonete era definitivamente o tipo dele. Não foi à toa que já havia tentado conquistá-la. E apesar de não a ver há muito tempo, no momento em que lhe deu aquele sorriso tímido e ouviu aquela voz doce, tão diferente daquela grossa e rouca que os homens têm por padrão, ele foi afetado por ela. Afinal, já havia gostado de garotas antes.

Não, ainda gosta de garotas, P'Tae é a única exceção a isso. Mas que tipo de resposta deveria dar à garota?

Não quer ser narcisista, mas Nic já esteve naquela situação milhões de vezes, sabia perfeitamente o que iria acontecer. Apesar disso, sentiu uma curiosidade enorme, não entendia o porquê dos sentimentos daquela garota quando já deveria pensar que ele era homossexual. Com esses pensamentos e dúvidas em mente, ele se despediu de seu melhor amigo e esperou.

– Desculpe por fazer você esperar, Phi. Tive que ir até meu chefe para pedir permissão antes de vir.

– Não importa. - Nic simplesmente observou a garotinha, vestindo seu uniforme de restaurante, meio correndo, meio andando, o rosto completamente vermelho por estar prestes a confessar, um enorme sorriso nos lábios. Mas não parecia nem um pouco certo.

Tudo naquela cena parecia errado.

Ele a observou. Cabelo preto, pele delicada, olhos de cachorrinho e aquele visual fácil de provocar. Estava tudo bem, mas ainda não se sentia bem. Ela não era...

– Sobre o que você queria conversar, não?

– Uh... sobre isso... uh...

A garota mostrou completamente sua vergonha. Seu rosto corava, ela olhava para baixo e começava a brincar com as mãos enquanto balançava o corpo de um lado para o outro. Era óbvio que esta era a sua reação natural ao constrangimento.

Mas ele parou de ver uma garota e em vez disso viu um lindo gatinho. Seu namorado corando com tudo o que dizia, mas ainda negando completamente que estava envergonhado.

O simples pensamento de seu parceiro fofo fez os cantos de seus lábios se levantarem e um pequeno e amoroso sorriso aparecer. Um sorriso que só dedicou ao engenheiro. Mas essa mudança de expressão só deixou mais nervosa a garota, que acreditou que aquele sorriso era para ela.

– Você não vem mais ao restaurante...

– Tenho estado muito ocupado ultimamente. - Não era como se fosse admitir que nunca gostou do lugar e só iria seduzi-la. Então, quando não foi necessário porque sua atenção estava inteiramente voltada para outra pessoa, somado ao constrangimento que sentiu ali da última vez, era óbvio que iria parar de ir.

- Oh, foi isso? Então você vai continuar vindo?

Cansado de vê-la dando voltas no mato, ele decidiu forçar a conversa ao ponto central.