BEGINNING OF THE END

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Daryl Dixon

Maldito seja!

Eu estava começando a desejar ser surdo depois de ficar com Carol em meu encalço por mais de 3 horas. Ela só sabia choramingar e resmungar que a filha deveria estar com medo, confusa e que isso nunca teria acontecido se Rick não tivesse a deixado sozinha para despistar os zumbis.

O mundo virou de cabeça para baixo mal tem dois meses e eu já perdi meu irmão, quase virei um desses bichos que andam entre nós algumas vezes e por cristo, estava pensando em suicídio por causa de uma velhota que não para de se lamentar.

Carol tinha um marido filho da puta que batia nela e na filha por motivos tão idiotas quanto ele, e depois da morte dele há poucos dias, ela só tinha a criança para se apoiar. Porém, horas atrás um bando de walkers passou por nós e um imprevisto aconteceu. Sophia acabou saindo do esconderijo muito cedo fazendo com que alguns dos desgraçados a seguissem. Rick a achou e a escondeu para poder salvar a pele da menina, ele só não pensava que ela se desviaria e se perderia em menos de minutos.

Estamos procurando por ela, o grupo inteiro está. Mas parece que para Carol isso não é o suficiente.

Aperto a besta contra meus dedos até o ponto onde sinto os nós de meus dedos doerem. Eu não aguentava mais.

- Carol, pelo amor, cale a porra da sua boca! - Digo me virando para ela. - Estamos todos fazendo o possível para achar a Sophia, e até mesmo a desgraça do impossível.

Vi a mulher soluçar e recuar um pouco conforme minha voz se elevou para a calar e eu me virei em direção a ela abaixando a besta.

Nosso grupo havia se dividido para facilitar a procura. Os poucos que estavam em nossa companhia se encolheram como se sentissem medo.

- Mas não é o que parece! - Ela retrucou avançando um paço em minha direção. 

- Como? - Indaguei inclinando a cabeça para o lado. - Estamos há horas embaixo do sol caminhando para encontrar ela ao invés de procurarmos suprimentos para darmos meia volta e procurar um lugar seguro para ficarmos! - Mostrei os dentes como um cão com raiva. - Se não ligássemos, te largaríamos a beira da estrada para procurar ela sozinha! - Ela se acuou, ficou encolhida pensando em minhas palavras.

Foi então, que ouvimos um retumbar vindo de longe assustando os pássaros. 

Olhei para o alto franzindo minha testa.

- Isso foi... 

- Um tiro. - Lori cortou a fala de Andrea.

Andrea, uma loira azeda estava de cara feia por estar sem nenhuma arma em mãos. E|U agradeço por isso, pois poderia ter sido ela atirando igual maluca atraindo mais daqueles malditos walkers para nossa direção.

Já Lori, era a mulher de Rick que molhava o biscoito com o melhor amigo dele achando que ele estava morto. Isso não é d aminha conta, mas espero que o filho deles não entre em algum tipo de maluquice por causa disso. 

Ficamos parados por um tempo antes de voltarmos a andar. Estávamos todos muito atentos para continuar a discutir e ficar parados no meio da trilha.

Nesse meio tempo que ficamos em silêncio caminhando, um pequeno grupo de andarilhos nos achou. Quase tivemos a sorte de que Andrea levasse uma mordida e perdesse o bico de criança mimada que levou um não. Mas ai uma garota maluca montada a cavalo apareceu matando o bicho antes dele a atacar.

Respirei fundo com os nervos a flor da pele. Mal tinha me recuperado do ataque de mais cedo na estrada onde Sophia se perdeu.

- Lori, Lori Grimes? - A garota olhou para todos nós.

- Eu, sou eu - Lori disse exasperada e nervosa.

- Você precisa vir comigo.

A menina foi direta, mas me deixou com uma pulga atrás da orelha.

- O que? - Lori indagou sem entender.

- Carl foi baleado, ele e Rick precisam de você, agora! - A garota estendeu a mão para ajudar Lori a subir no cavalo.

A morena magra não pensou duas vezes em aceitar o aperto da menina e subir no animal.

- O que? Sério isso Lori? Você nem conhece essa ai. - Começou Glenn, o asiático.

- Não queria dizer isso, mas ele está certo. - Concordo com a besta em mãos.

- Ela sabe o nome do meu filho e do meu marido, não tem como ela estar mentindo sobre isso. - Ela falou nervosa.

Antes de sair, a menina se virou para nós segurando firme as rédeas do cavalo.

- Vocês estão no engarrafamento de carros na estrada principal, certo? - Glenn acabou concordando rápido. - Deem meia volta e continuem até ver a estrada velha de chão, vai ter uma placa indicando a fazenda dos Greene, é lá que vão nos encontrar. Yah! 

E assim, ela deu o impulso necessário para o cavalo sair em disparada por entre as árvores.

Não digo que Lori tenha sido burra, mas ir assim sem pestanejar foi idiotice  da parte dela. 

- Vamos voltar para a estrada.  - Digo suspirando e limpando meu rosto com as costas de minha mão.

- Mas e a Sophia? - Choramingou a velha.

Apertei a besta e contei. 1.

- Ela não pode ficar por ai sozinha assim. 

2.

- Ela é apenas uma criança!

3.

- A minha pequenina! - Ela começou a chorar.

- Pelos infernos mulher! Você acha que conseguiremos fazer alguma coisa no escuro? - Indaguei me virando para ela. Mas então suspirei desviando o olhar. - Seguinte, vamos voltar para a estrada e deixar algumas coisas para trás e uma mensagem caso ela apareça e não estivermos aqui. - Digo olhando Carol que fungava limpando suas lágrimas. - Glenn vai vir todo dia até a estrada ver se ela voltou.

Antes que o garoto falasse algo, eu levantei minha mão para o fazer calar a boca.

- E eu vou procurar ela pela mata pelos próximos dias. - Resmungo antes de começar a andar.

Minha mente se nevoou logo em seguida. Eu iria me arrepender de ter falado aquilo, mas era verdade que Sophia não poderia ficar para trás.

Só espero ainda a encontrar viva nesse começo do fim do mundo.

SAME SCARS - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora