Nunca Deixei de Te Amar

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Quintamos!
Fico muito feliz que vocês estejam gostando da história da Gabi e do Samuel. Tô amando ler as teorias. Eu vejo TODAS.
Volto com capítulo no sábado, mas não deixe de comentar só porque não defini metas 🫶🏻

Posso contar com você?

Boa leitura!!!

Beijos purpurinados,

Kami <3

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24 de abril de 2001

SAMUEL

            Passar um mês longe da Gabrielle logo após iniciarmos nossos encontros, foi uma tortura, mas serviu para me mostrar que eu estava inegavelmente apaixonado por ela. Com seu jeito meigo e divertido, ela simplesmente me conquistou e, nem se eu quisesse, conseguiria parar de pensar nela. Sua foto no parque estava constantemente comigo, na minha carteira. E quando finalmente a reencontrei, não havia escolha senão passar cada momento possível com ela.

            A cada segundo que estamos distantes, sinto sua ausência de forma avassaladora. Tudo o que eu quero é estar com ela, mesmo que seja apenas para estarmos um na presença do outro. Só isso já me basta. O fato de passarmos o dia inteiro na escola facilita nossas escapadas até certo ponto. Por mais que eu não me importe que o mundo saiba que sou louco por Gabrielle Alencar, ela não pode se dar a esse luxo.

            Com o início do ano escolar, passamos entre fugas de aulas, prateleiras lotadas de livros na biblioteca, olhares trocados discretamente e esconderijos particulares na escola, a nos ver com certa frequência. Mas isso não impedia meu ciúme, sempre que algum colega comentava sobre ela ou quando seus amigos se aproximavam. Queria eu apenas abraçá-la em público como todos eles faziam. Ou pelo menos apenas estar perto.

Por mais que tentasse manter confiança em nós, me sentia assombrado por inseguranças. Não consigo afastar meu medo de perder Gabrielle para os caprichos dos nossos pais com essa tosca rivalidade familiar e, constantemente, me pergunto se sou digno do amor dela. O ódio que me causa os sobrenomes Barcelos e Alencar, é impossível de ser descrito.

            Nossas famílias são envoltas em uma rivalidade que vem desde os tempos de nossos tataravôs. Um conflito enraizado em traições e desgostos há mais de cinquenta anos, hoje tenta impedir-nos de vivermos nosso amor. Não muito diferente de hoje em dia, a casa dos Alencar era vizinha de frente para a dos Barcelos, e essa proximidade inicialmente os uniu em uma amizade aparentemente inabalável. No entanto, um episódio de traição se tornou a razão para essa briga ridícula.

            Meu tataravô, prometido à tataravó de Gabrielle, desfez o noivado no último momento, abandonando-a para se casar com outra mulher, que eventualmente se tornou minha tataravó. Essa traição causou uma fúria que vem passando de geração em geração, alimentada por uma série de eventos semelhantes.

            A história se repetiu algumas décadas depois quando nossos avós resolveram repetir a história. Dessa vez, minha avó foi cruelmente abandonada no altar pelo avô de Gabrielle. E para piorar tudo, numa reviravolta irônica do destino, o pai de Gabrielle "roubou" a namorada do meu pai, jogando mais gasolina na grande fogueira incontrolável que toda essa história se tornou.

Desde a primeira confusão, nossas famílias são rivais, inclusive na política. Costuma-se alternar o poder político na cidade entre as duas famílias e, atualmente é a vez do meu pai ser o presidente da câmara municipal, enquanto o pai da Gabi, mais um dos vereadores da cidade, atrapalha a vida dele, assim como ele fez anteriormente.