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Chegamos ao último capítulo do ano, Besties!

Ou não... Depende de vocês!

Vamos lá, 100 comentários sobre o capítulo e eu libero mais um capítulo ainda em 2024. Caso contrário, nos vemos em 2025.

Confio em vocês!

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03 de agosto de 2002

SAMUEL

Os dias têm sido um inferno desde que Jess me arrastou para isso. Não importa o quanto eu tente conversar, ela simplesmente se recusa a falar a verdade. Minha amiga, minha melhor amiga, se recusa a me explicar o que realmente está acontecendo. É como se ela estivesse com medo da minha reação, mas, porra, o que ela acha que vai acontecer? Existe algo pior do que essa situação absurda que ela está me forçando a enfrentar?

Eu não sou o pai dessa criança. Nunca toquei na Jessica. Eu sei disso. Ela sabe disso. E, honestamente, acho que todos ao nosso redor também sabem, mas ninguém parece se importar com a verdade. Só querem me arrastar ainda mais fundo nesse buraco que não é meu.

Minhas noites são passadas em claro, tentando descobrir um caminho, uma resposta... e meus dias são uma luta constante para não explodir. Gabrielle deve me odiar. E, estou sendo sincero, não a culpo. Prometi a ela que resolveria tudo, mas estou aqui, perdido, incapaz de sair desse labirinto de mentiras, sem enxergar a saída.

Porra, como eu cheguei a esse ponto?

Eu olho pela janela do quarto em que estou hospedado na residência oficial da governadora, o mesmo quarto em que eu e Gabrielle estivemos da última vez. Pela primeira vez na vida, observo São Paulo, vendo a cidade se estender à minha frente como uma prisão sem grades.

A governadora acha que estou aqui para "fazer o certo". Meus pais mal disfarçam o orgulho que sentem em me ver envolvido dessa forma com a filha da governadora. Ninguém me pergunta o que eu quero. Ninguém quer saber o que realmente aconteceu.

Eles só querem o casamento. Um maldito casamento que vai me amarrar a uma mentira pelo resto da minha vida.

— Jess, precisamos conversar. — Minha voz sai mais ríspida do que planejei quando entro no quarto dela. Minha amiga está sentada próxima à janela, olhando para o nada.
Ela levanta os olhos, e o olhar cansado que me devolve é suficiente para fazer minha raiva vacilar por um momento. Mas não posso me dar ao luxo de ser compreensivo agora. Não quando tudo está desmoronando.

— Eu já te disse tudo o que tinha para dizer, Barcelos. — Ela suspira, cruzando os braços como se isso pudesse me manter à distância.

— Você não me disse nada! — Minha voz sobe um tom, carregada de frustração. — Porra, Jess, como você pode fazer isso comigo? Não, foda-se! Como pode fazer isso com a Gabi?

— Eu não tive escolha! — Ela explode, levantando-se de repente. Seus olhos se enchem de lágrimas, mas não consigo sentir pena. Não agora.

— Não teve escolha? — Repito, minha voz cheia de incredulidade. — Que porra é essa de não ter escolha? Você me jogou nessa merda e agora espera que eu apenas aceite?

— Você não entende...

— Então me faz entender! — Interrompo, minha paciência se esgotando. — Por que você está mentindo? Por que você está deixando todo mundo acreditar que esse bebê é meu?

Nunca Deixei de Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora