- Ahhhh!!! - grito aterrorizada
BOOM
Arthur voa para cima do garoto que me tocou.
- Quem é você? O que quer com ela? Como você prova que não está mentindo? Quantos anos tem?
- JACK!!! Volte já aqui meu neto. Se metendo em confusões de novo.
- Não senhora! Estes dois estavam tentando invadir a nossa casa... eu so-
- Não queríamos invadir nada! Terry Klimpass?
- Sim. Quem mais poderia ser?! - pergunta se gabando
- É uma honra conhecer a senhora! - rio de nervoso - eu queria saber se... talvez... a senhora conheça uma pessoa...
- Você tenta invadir minha casa, atacam o meu netinho e ainda querem ouvir informações que sairão da minha boca?! O que eu ganho com isso?!
- Podemos... é... podemos... Arthur, o que nos podemos fazer?! Diz pra ela! Hehe.....
- Nos... podemos... já sei! Nos podemos aparar a grama de seu jardim!
- Como são idiotas! Eu não tenho jardim!!! - grita nervosa
- Está bem, chega de enrolação. Nós saímos de muito longe para chegar até aqui e encontrar meus pais. Ficamos sabendo que a senhora é a maior Maria Fifi da vila e resolvemos pedir ajuda. Não perca nosso tempo. Você vai ajudar ou não?!
- Vamos Jack. Abra a porta.
Ambos entram em casa.
Entro no carro e mando Arthur entrar também. Busco um lugar seguro para estacionar. Não tem nenhum. A "cidade" é completamente deserta. Paramos em um lugar qualquer e vamos para a cama. Tranco o carro. Deitamos e começamos a conversar. Conversamos sobre inúmeros assuntos. Terry, Jack, meus pais... mas o que mais me interessou foi...
- Você já pensou em ter filhos?
- Não acho que teria tempo para filhos. Sou um médico e pretendo crescer muito ainda no meu ramo.
- Mas... você não acha que pode conciliar trabalho e família?
- Creio que não.
Fico um pouco chateada com sua percepção da vida. Começa a pensar... e os 8 filhos que quero ter?! Acredito que a moça do restaurante, sabe, do mal entendido com o carro desestabilizou um pouco meus sentimentos em relação a isso. Viro para o canto e durmo.
No dia seguinte, ao acordar pergunto a Arthur o que faremos agora. Ele diz que acha melhor continuarmos procurando. Digo que é burrice. Não temos mais nenhuma informação sobre meus pais. No início não sabíamos de praticamente nada, agora, parece que estamos no início novamente. Ele insiste que deveríamos ficar. Resolvo ouvi-lo, ainda há uma pontinha de esperança em meu coração.
Enquanto dirigimos até a casa de Terry, ponho em discussão o nosso atual status de relacionamento.
- Arthur, o que nós somos?
- Como assim?
- Qual o nosso status de relacionamento?
- Eu... não sei... namorados?
- Talvez...
- Se você quiser eu quero.
Ficamos nessa enrolação por muito tempo, até que resolvemos: estamos oficialmente namorando.

Arthur bate na porta da casa. Jack abre-a e diz
- Você outra vez... vovó! Eles voltaram!
- Pera ai! Tô no banheiro.
- Vovó! - grita um pouco envergonhado

Terry chega e diz olhando nos fundos dos meus olhos.
    - Tenho uma proposta para vocês...
    - Diga.
    - Eu lhes passo o endereço dos seus supostos pais, SE... vocês encontrarem uma namorada para o meu Jack!
    - Um momento por gentileza...
Nos afastamos.
    - Arthur, o que acha?
    - É uma boa proposta... mas onde vamos encontrar essa garota?
    - Então... - explico minha ideia a Arthur
Ele aceita.
    - Concordamos. Eu serei a nova namorada de Jack.
    - Mas... vocês dois não namoram? - pergunta Jack
    - Nós?! Am... não. Arthur é meu médico. Estou em um momento bastante frágil e... é... ele resolveu me acompanhar nesta busca. - respondo improvisando
    - Ah... tudo bem então! Entrem, fiquem a vontade.
    - Ajude sua namoradinha a entrar, pequeno! Trato é trato. Vou anotar o endereço para vocês. - diz Terry
    Nem parece a mesma mulher. Agora é  uma mulher doce e gentil.

       Terry passa o endereço e diz que devemos tomar muito cuidado. Pode ser que... nós assustamos um pouco com seu estilo de vida.

.•.° {🫀} °.•

Saímos do centro do povoado. Aparentemente meus pais moram a 35 minutos da vila. Andamos, andamos e continuamos andando até que... chegamos ao fim da pista. Como já estava tarde, resolvemos não descer do carro.
     Eram cerca de 19:45 quando resolvemos começar a usar os estoques.
     - Vamos comer os enlatados e ultra processados que trouxemos. Dormimos aqui mesmo. Arrumamos duas mochilas de acampamento. Amanhã saímos bem cedo. Parece que a casa fica para lá, no meio do mato.
    - Mas Arthur... você não está com medo? De algum animal, algum bandido ou qualquer outra coisa.
    - Quem vive com medo não está vivo por dentro, Alana. Agora venha. - convida-me para comer.
     Comemos. Depois disso arrumamos as mochilas: um cobertor em cada mochila; três mudas de roupa; alguns alimentos em geral; dinheiro; agua; remedios; objetos de higiene pessoal; e outras coisas.
      Deitamos e dormimos.

.•.° {🫀} °.•

      Acordamos às 7:50. Saímos do carro às oito. Andamos por toda a mata seguindo o Google Maps.
      Andamos até chegar em uma trilha. Era um caminho de terra.

      Ficamos andando por 2 dias seguidos. Dormimos uma noite na mata. Na outra já estávamos lá. Em frente a casa de meus pais....

You're my HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora