DOIS

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Everyone we know understands why it's meant to be 

'Cause we're crazy

So tell me, who else is gonna know me?


Tudo aconteceu um pouco rápido demais depois daquela festa na casa dos Lightwood. Isabelle e Simon saiam juntos pelo menos três vezes por semana, e de repente ela se viu sendo convidada também.

A morena parecia ter gostado de Clary, depois que ela e Simon deixaram claro que eram somente amigos, e a ruiva ficou feliz em ver Simon finalmente se apaixonando por alguém que parecia corresponder. Tinha um pé atrás, não podia negar - Isabelle era linda, divertida, segura de si e Simon era... ele mesmo.

Mas ele estava feliz, então Clary também estava, e parecia ser a mesma coisa quando se encontravam com outras pessoas. Certa vez, almoçaram com o irmão de Isabelle que tinham conhecido na festa, Alec, e seu namorado, Magnus. Ambos franziram a testa quando olharam para Simon, mas deram de ombros.

O único que parecia sempre ocupado demais para aparecer era Jace. Apesar dele parecer um pouco mais amigável com ela depois daquela noite, nunca mais tinham conversado de verdade. Até aquela tarde.

– Então, você nunca me falou a nota que ganhou com o meu desenho. – Ele perguntou, dedilhando notas perdidas no piano entre uma música e outra.

Clary levantou os olhos do notebook, onde deveria estar escrevendo um relatório para entregar no próximo dia.

– Teoricamente, o desenho é meu. Eu que fiz. – Ela respondeu, simplesmente.

– De qualquer forma, aposto que você tirou um 10 e uma estrelinha, só pela minha beleza. – Ele sorriu.

– Na verdade, a professora ficou com tanta inveja que me deu um F. – ela mentiu.

Jace riu.

– Pode acontecer. Senhoras de meia idade geralmente são bem amargas.

Clary balançou a cabeça.

– Alem de idiota, você tambem tem o ego do tamanho do mundo.

– Já me disseram isso também.

– Eu estou com o desenho aqui, na verdade. – ela voltou para o assunto, já remexendo as pastas dentro da mochila. – Quer ver?

Jace levantou do piano e se aproximou dela. Clary encontrou o desenho um minuto depois e estendeu a folha para ele. O garoto analisou com um sorriso satisfeito.

– Você é bem talentosa. – respondeu, por fim.

– Só isso?

Ele deu de ombros.

– Eu entendo de música, composições, poesias. E de coisas bonitas, mas acho que seria narcisismo demais continuar batendo nessa tecla.

Clary concordou. Jace era realmente bonito, não tinha sentido nenhum insistir na implicância de dizer que não.

– Agora você deveria me mostrar uma música sua. Sabe, para ficarmos quites.

Ele ponderou por alguns segundos. – Tudo bem. Mas você fica aqui, não quero você me desconcentrando.

Jace atravessou a sala, de volta para o banco de madeira em frente às teclas do piano antigo. Sem hesitar, os dedos dele começaram a dedilhar a melodia que ela vinha escutando ele compor nos últimos dias.

I dream of cracking locks

Throwing my life to the wolves, or the ocean rocks

The Tortured Artists Department - Clace Short FicOnde histórias criam vida. Descubra agora