Corte de Sombra e Música

Gwyn

 Estou na biblioteca e pensando no Az, pensando em como ele está fazendo tão bem para mim. Durante um período da minha vida, eu pensei que não seria capaz de ser amada,  me sentia suja e não merecedora do amor. Mas, desde quando vi Az pela primeira vez meu coração palpitou, algo dentro de mim se agitou, mas nunca poderia imaginar que seria o laço de parceria. Az sabe sobre meu sonho de casar, e não quero algo tão grandioso, mas quero algo que seja especial para nós dois, que seja uma lembrança inesquecível. Clotho corta meus pensamentos, me entregando um bilhete.

"A grã senhora está esperando para te ver. Vá rápido e não a deixe esperando."

- Tá bom, estou indo. 

Vou andando até a entrada da biblioteca e lá estava Feyre, linda como sempre, e com um felicidade indescritível, como o amor cura e faz bem.

- Olá senhora, me perdoe se demorei. - falo

- Olá querida. Não se preocupe, acabei de chegar. Eu preciso muito falar com você, será que você têm um tempinho? - ela diz

- Claro, conversaremos aqui? - pergunto

- Iremos para A casa do vento, já falei com Clotho  e ela permitiu. - Ela transmite uma paz

- Claro.

 Saímos da Biblioteca e damos de cara com o grão senhor da corte noturna, Rhysand. Estava alinhado como sempre, e não têm como deixar de reparar em como ele é lindo.

- Se perdeu em minha beleza, Gwyn? olha que Az ficará com ciúmes. - Ele diz em tom de brincadeira

- Des... desculpe. Eu não queria, eu me perco em meus pensamentos ás vezes. Me perdoe senhor.

- Não precisa disso. A Feyre sabe que eu sou o mais gato de Prythian, é uma dor de cabeça ser casado com um gato mesmo. Se acostume quando casar com o Az viu, o tanto de fêmeas que desejam ele, e claro, ele nunca deu bola. 

 Aquilo me pegou de surpresa, o Az nunca deu bola para uma fêmea que estava interessada nele, impossível, ele era lindo e com certeza tinha as necessidades dele.

- E não sei se Feyre ou Nestha te contou sobre as envergaduras, mas se prepare para a envergadura do Az.

- Rhys, cala a boca, isso não é coisa para ficar falando assim.

- Feyre, querida. Lembro muito bem quando você me perguntou sobre as envergaduras.

- Rhys, chega né. Nos leve para a casa do vento logo.

- Okay meu amor, você que manda.

Rhysand nos pega pela cintura e rapidamente nos leva para a casa do vento, ainda não me acostumei com a sensação de voar, é sentir o vento no seu rosto e se sentir livre, quando eu estou no colo de Az, e começamos a voar, eu sinto meu mundo mais leve, vejo e sinto a liberdade. 

Chegamos na casa do vento, Rhys se despede de Feyre e logo sai voando. Feyre entra na casa e eu a sigo.

- Me lembro na primeira vez que vim aqui, onde conheci a todos. Foi quando me senti bem, depois de muito tempo vivendo em uma depressão, eu amo este lugar.

- Imagino que haja muitas memórias. E sinto muito pelo o que a senhora tenha passado.

- Obrigada querida. Mas sente, não viemos falar sobre coisas tristes. Te chamei aqui, porque quero conversar com você sobre o Az e sobre o casamento de vocês.

- Está tudo bem com Az?

- Está sim, ele está com Cassian resolvendo algumas coisas. Mas o que eu quero dizer é, o Az é uma pessoa muito profunda. Ele não deve ter contado sobre a história dele ainda, mas, ele já sofreu demais Gwyn, e sei pelo o que você passou. E acho lindo, duas pessoas quebradas, se curando juntos. E, ele merece você, mesmo que ele pense que não seja tão puro para você, assim como você para ele. E quero te perguntar algo. Você têm certeza de que quer se casar?

- Eu tenho sim. Não consigo imaginar a minha vida sem Az, ele me mostrou o mundo bonito, mesmo que ele diga que só tem escuridão. Eu tenho medo de não ser boa o bastante para ele.

- Az te ama de verdade Gwyn. Você contou para ele? Que durante o rito de sangue um dos homens que estavam perto de você tentou te machucar?

- Não, eu não pude contar Feyre. Eu já me sinto suja o suficiente, e se contar isso, eu não sei o que ele pode pensar.

- Pense bem, não se deve começar uma parceria com mentiras, e seguir para um casamento com coisas não ditas.  Mas bom, quero que você me fale sobre  como você imagina seu vestido de noiva, irei te ajudar.

- Obrigada Feyre.

 Ficamos conversamos por um bom tempo sobre o que eu imagino para meu casamento, dei detalhes sobre meu vestido, sobre como eu imagino e de repente, Az entra pela porta me olhando fixamente.

- Gwyn, precisamos conversar.

- Oie Az, estamos finalizando os detalhes para o casamento.

- Feyre, me desculpe. Mas, eu preciso falar com a Gwyn.

- Tudo bem Az. Gwyn, nos falamos depois, vou esperar o Rhys lá fora.

- Tchau Feyre, muito obrigada.

 Ela me abraça e nos despedimos, Az está com uma expressão séria, Feyre se despede dele também. Me sento no sofá novamente, e abraço meus braços, não sei o que o Az quer conversar, e isso me deixa apreensiva.

- Na hora que você estava falando com a Feyre, eu ouvi sobre algo que você não me contou. Por que?

- Eu... eu tive nojo Az, eu já tenho que lidar com o que aconteceu em Sangravah, e contar isso é.. difícil...

- Gwyn, prometemos contar tudo um ao outro, sem mentiras, sem segredos.

- E por que você não me contou a sua história? sobre suas cicatrizes nas mãos? por que Az?

- Gwyn, isso é uma parte do meu passado que eu não consigo falar, e não porque eu não confio em você, mas porque foi isso que me tornou quem sou hoje!

- E quem é você hoje? Um macho que tortura para obter informações? 

- Gwyn, é o meu trabalho, e você aceitou o laço de parceria, ME aceitou sabendo disso tudo!

- Tufo bem, me desculpe. Mas, pelo visto não sou a única aqui com segredos.

 Saio de perto do Az, e em direção a saída da casa, começo a descer as escadas rapidamente, mas conforme a ansiedade aumentava, eu acelerava mais, e eu caio e tudo fica escuro.