1. HISTÓRIAS ANCESTRAIS: Sussuros de Magia & Vingança (CONTO)

Capítulo 1: Entre Sombras & Promessas

O VENTO FRIO DO ENTARDECER soprava pelas montanhas de Luminae, carregando consigo os sussurros dos antigos segredos guardados nas rochas. As águas dos rios, que refletiam o brilho das estrelas, corriam suavemente, como se contassem histórias de um tempo esquecido.

Dominic, o recém-coroado rei de Luminae, caminhava pelos corredores do castelo em direção a uma reunião do conselho. Sua mente estava mergulhada nas preocupações do reino. Ele sabia que Luminae enfrentava desafios tanto internos quanto externos, e sua mente trabalhava incansavelmente para encontrar soluções.

A assembleia estava marcada para discutir os recentes distúrbios nas fronteiras do reino. Boatos diziam que os antigos Aurorianos eram os culpados disso, mesmo os antigos guardas e o avô do rei terem garantido que mataram todos. Dom caminhou com dignidade até a sala do conselho, seu manto real azul oscilando atrás dele. Os conselheiros, homens e mulheres de diferentes linhagens nobres e talentos diversos, já estavam reunidos quando ele chegou.

— Majestade. — Cumprimentou Lord Caelum, o mais antigo conselheiro, com uma inclinação de cabeça respeitosa.

Lord Caelum era o irmão mais novo de Caspian II, e foi o rei regente até o sobrinho completar vinte e um anos (a maioridade real para ser coroado). Junto com Lady Elara, os dois criaram Dominic como se fosse filho deles, sempre o aconselhando em tudo que o garoto vinha pedir. Dom achava que era por isso que eles nunca tiveram filhos.

— Lord Caelum, Lady Elara, e demais membros do conselho. Agradeço por estarem presentes. — disse Dom, assumindo seu lugar à cabeceira da mesa.

A reunião começou com discussões sobre os relatos de incursões nas fronteiras orientais, atribuídos a grupos rebeldes. Dominic ouvia atentamente, sua mente oscilando entre as estratégias militares discutidas e os desafios políticos que enfrentava.

Não muito longe dali, Solara Hawkwing, envolta em seu manto escuro, movia-se com a graça e a precisão de uma sombra, seu olhar fixo no castelo imponente que se erguia à distância.

Ela avançava pelas sombras, relembrando as palavras de sua avó, uma sábia entre os Aurorianos. Sentada aos pés de Mirabelle, em uma cabana rústica nas montanhas, ela ouvira histórias que lhe incutiram um profundo senso de justiça.

— Nós éramos os guardiões da magia antiga, meu pequeno raio de sol. Nossos poderes vinham diretamente das estrelas, e nossa responsabilidade era proteger o equilíbrio do mundo. Mas fomos traídos por aqueles que nos temiam e desejavam nosso poder para si. — disse sua avó, a voz carregada de melancolia.

— Quem nos traiu, vovó? Quem são os culpados? — perguntou Sol, ainda criança, com olhos arregalados de indignação.

— Os Brightwood. Eles viraram o povo contra nós e nos caçaram até quase nos extinguirem. Lembre-se, Solara, nossa magia é tanto uma bênção quanto uma maldição. A use com sabedoria. — respondeu Belle, com um olhar distante.

— Prometo, avó. Farei justiça ao nosso povo. — Sol afirmou, determinada.

Anos depois, agora uma feiticeira poderosa, Solara aproximava-se dos muros do castelo do reino. A lua cheia iluminava seu caminho enquanto ela se esgueirava pelas sombras, usando sua magia para evitar os guardas. Sua determinação era inabalável, alimentada por anos de treino e sofrimento.

Ela encontrou uma entrada secreta que levava à antiga biblioteca do castelo, um lugar há muito esquecido pelos habitantes do palácio. A porta de madeira rangeu suavemente quando foi empurrada, revelando uma sala coberta de poeira e teias de aranha. Estantes cheias de pergaminhos e livros antigos se alinhavam nas paredes, cada um contendo segredos que poderiam mudar o curso do reino.