Por cinco mil anos na contagem humana, Yuhan atravessou almas para o Reino dos Mortos. Conhecendo todos os tipos de almas que ali chegam para a travessia, ele não imaginava que um dia uma alma chegaria e transformaria aquele Reino em um lugar cheio...
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A moderna casa de alvenaria possuía dois andares, sendo que em ambos havia janelões permitindo a bela vista para o mar. O jardim era largo com muitas palmeiras e cactos. Na entrada, onde havia uma alta porta de madeira entalhada com uma árvore no meio, estava o anfitrião da casa esperando por eles.
— Sejam muito bem-vindos! – Disse a alma de aparência jovem, cabelos castanhos devidamente penteados para o lado, vestindo suspensórios, esboçando um sorriso brilhante enquanto abria a porta daquela bela casa. Provavelmente o dono da casa.
— Obrigada! – Yuná se antecipou olhando para os arredores com admiração.
— Ei Eddy! Esta é Yuná que mencionei mais cedo! – Yuhan apresentou dando um passo à frente.
— Ah sim! É um grande prazer conhecê-la senhorita. – Disse Eddy estranhamente formal.
— É um prazer também senhor...
— Só Eddy está bom! – Ele disse sorrindo. – Vamos entrando.
Yuná os acompanhou para dentro da enorme casa. Passando pela porta notou como naquele lugar o ambiente era muito bem decorado com obras de arte e souvenires que se assemelhavam aos objetos de coleção de Yuhan. Também havia vasos de plantas e móveis rústicos muito bem cuidados.
Passando por este hall, eles chegaram na sala de estar. A decoração ali era mais sóbria, sem muitos adereços e nada muito colorido. O sofá principal era de camurça vinho e almofadas do mesmo tom enfeitavam seus acentos. Poltronas e pufes estavam espalhados em outros espaços vazios desta sala. O que mais lhe chamou atenção foi o lustre de cristais acima de suas cabeças, um adereço muito chique que contrastava o ambiente mais simples.
Ao fundo da sala, podia-se ver a cozinha com todos os utensílios muito bem organizados em prateleiras e armários de madeira com portas vidro. Tudo estava muito limpo e no meio ficava uma mesa para auxiliar o cozinheiro.
Conectando a cozinha, virando à direita, havia uma sala menor com uma grande mesa de jantar de oito lugares. Suas cadeiras eram estofadas com um tecido de tom mais neutro. Nas paredes havia quadros de paisagens de um lado e do outro, alguns porta-retratos, mas, que pela diferença de fisionomia, não pareciam ser pessoas familiares. As portas do fundo desta sala de jantar mostravam a saída daquele primeiro andar em direção a areia de uma pequena praia à frente.
Outras almas estavam naquela casa, todos de aparência jovem e estavam em pé, esperando por seus convidados para que se apresentassem. Dentre eles, havia uma alma de cabelos grisalhos, segurando um cachimbo, roupas formais e que sorria simpaticamente; outro de cabelos curtos loiros, com roupas mais casuais e de olhos curiosos; um último de cabelos cacheados loiro escuros que chamava a atenção por usar uma boina vermelha e roupas um tanto antiquadas e de todos era o único que não sorria para cumprimentar os convidados. Yuhan parecia muito satisfeito de estar ali. Eles deviam ser conhecer há muitos e muitos anos.
