Capítulo 10

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— Você está namorando o Potter? — foi Evan que tomou coragem para perguntar, já que nenhum parecia disposto.

— Não, Evan. Quer dizer, ainda não.

Dorcas soltou um gritinho animado.

— Como assim ainda não? — Pandora tinha os grandes olhos azuis presos em si, muito curiosos.

— Eu gosto dele.

— É um idiota.

— Barty, você também é um idiota e eu ainda sim namoro você.

— Os ignore, Reg. Como se sente em relação à ele? — Dora foi bastante cuidadosa em indagar.

— Sempre fico feliz e calmo. Parece um dom do Potter me trazer paz. É como casa.

— Isso é maravilhoso, querido. Relacionamentos assim são ótimos, ainda mais para pessoas como você. Paz e segurança é tudo que precisa agora.

— Ele me chamou para passar o Natal em sua casa.

— Não vai mesmo voltar à casa Black? — Dorcas falou, preocupada.

— Não posso. Sinto que se voltar lá, eles nunca mais me deixarão sair, será a última vez que me verão.

— Vai com James?

— Não. Andy disse que Narcisa será responsável por mim agora, apesar de não querer dar trabalho, não tenho muito o que fazer.

— Você poderia ficar comigo. — Meadowes ofereceu — Ou com o Severus, nós dois adorariamos recebê-lo.

— Obrigado, Dorc, mas só um Black é maluco o bastante para lidar com outro Black. Minha mãe enlouquecerá ao saber que seu herdeiro não voltará, sei que vai haver alguma retaliação. Cissa é uma Malfoy agora e Lucius a ama mais que tudo, Walburga nunca entraria em um embate com eles, já Andy pode me proteger. Não sei se voltarei ano que vem e posso lidar com isso, mas não conseguiria lidar com a perda de um de vocês.

Se instaurou um silêncio de cinco longos minutos, como se estivessem velando alguém.

— Lutaremos juntos se for preciso. — Chouch declarou, determinado — Prometi que morreria e mataria por vocês e é isso que farei. Nenhum de nós vai ficar só, nem que tenhamos que acabar com seus pais.

— Isso é uma promessa, Reg: você será livre e todos seremos felizes, juntos. — Pandora arguiu — Independente do que for.

☆☆☆

Sloughorn era sem dúvidas um dos piores professores de Hogwarts na concepção de Régulos. A forma como ele era preconceituoso e favorecia os que achava que daria certo na vida era ridículo, mesmo que um dia fora da sonserina, ele não tinha a essência da casa e nem o orgulho que eles transmitem.

Era uma pena que fosse uma de suas matérias preferidas.

— E se fugissemos? — Potter sussurrou ao seu lado. Era aula conjunta com a grifinória e eles estavam juntos no fundo da sala enquanto prestavam atenção no que o professor falava.

— Odeio ele.

— Quer que eu jogue uma azaração nele?

— Não, Jamie. Não precisa.

— E sobre fugir?

— Não podemos, Prongs. Você tem Niems esse ano e é bom que saiba que não me casarei com alguém burro. — O mais novo intimou, empurrando o rosto do maior até que seu olhar estivesse direcionado ao professor e não a ele — É assim que pretende ser pai dos meus dois filhos?

— O que eu não faço por você, estrelinha?

— Senhor Potter, gostaria de compartilhar com o resto da sala o que tanto fala com o senhor Black? — Slughorn os interrompeu.

— Estava apenas comentando com Reg a  capacidade enorme que o senhor tem de ser um grandessíssimo... — James foi interrompido por uma cotovelada na costela — gênio.

— Obrigado, Potter, mas recomendo que preste mais atenção na aula e menos em seu colega.

— Impossível, professor. Ele é o amor da minha vida.

Os alunos riram, achando fofo a forma que o moreno falava do menor, enquanto Reg se sentia tímido ao ter tantos olhares.

— Você já foi menos cadela, Potter.

— Olha quem fala, Padfoot, seu grande filho da puta. — Prongs atirou uma bolinha de papel na cabeça do irmão.

— Ela é sua mãe também, burro.

— Chega, meninos. Vamos à prática; vocês terão que me entregar uma amortentia com o preparo perfeito, o melhor receberá esse frasco de Felix Felicis, ou sorte líquida.

— Isso é uma besteira. — Reg sussurrou demasiado insatisfeito — Podíamos estar aprendendo uma poção boa de verdade e estamos aqui, fazendo poções do amor que provavelmente darão errado.

— De qualquer forma, pode usar a poção depois.

— Já tenho você, Potter. — colocou  o caldeirão sobre a bancada, sem muita delicadeza. Queria muito estar em qualquer outro lugar, podia estar dando um cochilo com o grifano agora — Não quero essa porcaria de poção.

— É, você me têm mesmo.

— Dá para ajudar e parar de me olhar com essa cara de tolo, James Potter?

— O que posso fazer se você é lindo?

— James, pare com isso.

— Mas é a verdade. Como pode ser tão perfeito?

Apesar de ser poção do amor, nunca houvera na história uma amortentia feita com tanto ódio quanto aquela. James parecia querer provoca-lo com muito afinco e Régulos passou todo o preparo da poção tentado a bater o caldeirão em sua cabeça, ao mesmo tempo se perguntava quando tinha sido tão feliz.

A amortentia não era difícil de se fazer, um pouco complicada talvez, mas se seguisse todos os passo com cautela, ligo teriam uma poção perfeita. Descobriram ao final que algumas pessoas tinham muita dificuldade em seguir passos.

— Maravilhoso, senhores. — Slughorn, que analisava a poção de ambos, elogiou satisfeito e até um pouco surpreso — Já que foram tão bem, que tal se nos contassem o cheiro que sentem? Senhor Potter, comece.

Potter inalou com certa força o vapor que subia de dentro do recipiente.

— Lavanda, livros, biscoitos de canela talvez e chocolate quente. É isso que sinto.

— Potter apaixonado pelo Reg! Potter apaixonado pelo Reg! — Dorcas, Marlene e Pandora cantarolavam juntas enquanto Sirius observava com um sorrisinho de divertimento.

— Senhor Black?

Régulos repetiu o que antes foi feito.

— Sinto cheiro de marshmellow queimado, lavanda, hortelã e um pouco de suor.

— Reg apaixonado pelo James! Reg apaixonado pelo James! — foi a vez de Six e Lupin revidarem a brincadeira, que fez o menino corar.

James riu, abraçando seus ombros.

— Ora se não temos aqui um amor verdadeiro.

O Black mais novo quis se enfiar dentro daquele caldeirão para que saísse da atenção de todos.

— Quem será o próximo? — o velho se afastou, tomando direção a outra dupla.

— Então você gosta de mim, baby Black? — Potter brincou — Não sabia que eu cheirava a lavanda.

— Eu cheiro a lavanda, James, e você sempre está agarrado a mim, consequentemente, temos isso em comum.

— É fofo você me explicando as coisas como se eu fosse um anencéfalo.

— Talvez porque você parece um.

— Acho que está demonstrando seu amor errado, estrelinha.

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Quando Vejo Seus Olhos - StarchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora