Capítulo 05

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— Estava esperando você sair da enfermaria para que viesse te ver. — Lupin o abraçou, como um irmão protetor faria — Fiquei tão preocupado, Reg. Não pode nos assustar assim de novo, entendeu? Sou velho demais para isso, garoto.

— Estou bem agora, Monny. Não se preocupe.

— Graças a Merlin Severus chegou rápido. Se tivesse acontecido algo... não vou pensar nisso. — Remus sorriu pequeno, segurando seu rosto e checando se estava tudo bem mesmo.

— Remmy, pode me dizer o por quê de Sirius ter aparecido daquela forma?

Remus suspirou, os puxando para sentar perto da lareira. Sabia que aquilo podia virar uma discussão calorosa.

— Eu andei conversando com Sirius e, pelo que parece, ele está bastante disposto a ter você de volta.

— O que?

— Ele sente sua falta, Reg, sente muito e se arrepende por tudo que falou. Sirius precisa do irmãozinho de volta.

— Mas... eu precisei dele durante todo esse tempo, Monny. Sabe, eu quase morri da última vez, não sei se consigo passar por aquilo outra de novo.

— Você não vai. — Alguém disse atrás dele — Eu te prometo, irmãzinho. Nunca mais você vai ouvir qualquer coisa que possa machuca-lo vindo de mim. Prometo que cuidarei de você e serei o irmão que não fui. Me perdoa, Reg. Me perdoa por ter feito tudo aquilo. — Sirius parou novamente a sua frente, dessa vez recolhendo suas mãos para si — Vou protegê-lo como não fiz antes e passarei todos os dias da minha vida sendo o melhor irmão que você poderia ter.

— Sirius...

— Me deixa consertar o que eu quebrei. Prometo que nenhum deles nunca mais tocará um dedo em você, não terá que voltar ao Grimmauld place e nunca mais alguém ousará apagar a luz que há dentro de você.

Régulos olhava para o irmão com os olhos marejados. Passou anos fantasiando aquele dia e agora não sabia como reagir. Não sabia o que fazer ou como dizer algo. Aquilo nem parecia verdade.

— Eu não sei. Sofri tanto por todos esses anos, Sirius, que agora eu só não sei. Não consigo fazer isso assim.

— Não me importo. Posso esperar o tempo que for. Estarei aqui para você quando quiser. Sou seu irmão, ok? — Pads ousou aproximar a mão para toca-lo, o que fez o menino se encolher, ao perceber ele puxou a mão de volta. O que tinham feito com seu garoto?

— Ei, estrelinha, acredita que aquela menina maldita... — James apareceu tão alheio quanto em todos os momentos, mas parou ao perceber todas aquela movimentação — Ei, Pads, o que faz aqui?

— Ei, Prongs. Estava apenas convensando com meu irmão. — Sirius tentou sorrir.

James resolveu que ignoraria a tensão que sentia no ambiente.

— Que ótimo. Então, aquela maldita quase não me deixou passar e ainda me ameaçou. Da próxima vez eu coloco fogo naquele cabelo dela. — James se jogou ao lado do sonserino, deixando um beijo em sua testa — Eu só vivo aqui, aquele menino enorme do último ano até me chamou para tomar café com vocês. Acho que ela me odeia.

— Talvez pelo fato de que você é um intrometido que fica de tocaia na entrada.

— Aliás, por que é sempre ela que me vê? Talvez esteja me perseguindo.

— Pelo amor de Merlin, como você é egocêntrico.

Sirius encarava aquela troca curioso. Quando foi que seus irmãos viraram amigos e conversavam daquele jeito?

Monny o puxou para que se sentasse em seu colo, ambos observando os outros a sua frente.

— Como se sente? — Lupin sussurrou.

— Pelo menos ele não teve outra crise ao  me ver dessa vez.

— Já é um bom começo.

— ... não, estrelinha. Eles são monstruosos, só você não percebe. Snape me odeia, Evan parece um psicopata e Barty não fica muito atrás do namorado.

— Você apenas não os conhece, Potter. Evan é um amorzinho, Barty só tem um humor ácido.

— Vocês cobras são estranhas. — James resmungou, deitando com a cabeça no colo do menor enquanto encarava o teto.

— Não quer que eu fale de seus amigos, quer? Por que Lily parece ser a única normal. — sentenciou, obstinado. Lupin pigarreou, chamando sua atenção — Sem ofensas, Remmy, mas nem você parece muito bem as vezes.

Sirius riu.

— Mary é bem legal.

— É claro. Aquela que sempre está com cara de quem deveria ser posta em um hospital psiquiátrico?

— Bom, ele tem um ponto.

— Mas ela melhorou bastante depois que começou a namorar a Lily. — James tentou defender a amiga.

— Você não namorava a ruiva no começo do ano?

— Pois é, mas ela é uma amiga melhor. Sem contar que a gente é bem diferente.

— Não julgo Lily, também te chutaria se tivesse a chance.

— Você pode me chutar sempre que quiser, estrelinha. — Potter o ofereceu seu sorriso mais brilhante.

— Vai desgrudar do meu pé se eu o fizer?

— É claro que não.

— O que é isso? — Six olhou interrogativo para Monny, que parecia se divertir com aquela conversa.

— Não sabia? James parece obstinado em conquistar seu irmãozinho.

— Mas...

— É divertido. Reg sempre o maltrata e ele sempre volta como um cachorrinho.

— Você é péssimo, Régulos Black!

— E você é um chato, Potter.

— Gosto quando me chama assim.

— É literalmente seu nome. As vezes sinto uma grande vontade de quebrar sua cara.

— Que maravilhoso — Remus interrompeu, se levantando e deixando Sirius sentado onde estava — Mas vou ter que interromper. Hora de comer, Reg.

Reg sorriu, acenando. Ele tocou duas vezes na testa de James com o indicador, para que o mesmo se levantasse.

— Você está bem? Consegue ir sozinho?

— Ele não vai estar sozinho, Prongs. Não se preocupe, seu namoradinho vai estar seguro. — a fala de Remus fez com que o garoto mais novo corasse, enquanto o cervo sorria ainda mais.

— Vou junto.

— Não vai, não. Você vai ficar aí e me deixar em paz por uma hora inteira.

— Você me magoa assim, estrelinha.

— Cale a boca, Potter.

Quando Vejo Seus Olhos - StarchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora