30 Dias ~ Larry

Que nos faz ser quem somos..

Dia 6

Hoje era o dia em que eu precisaria falar em frente a todos sobre minha observação naquela semana. É extremamente dificil falar sobre algo tão grande então pouco tempo, ainda não sabia exatamente como me sentia com isso e o que dê certo pensava, mas como queriam ouvir minhas palavras, eu não podia fugir.

Havia uma xicara de café em minha mesa quando cheguei.

"Em pedido de desculpa, por uma grosseria não premeditada. Louis. "

Levantei meus olhos para a sua figura a minha frente, ele me olhava de canto, sorri para que entendesse estar tudo bem, ele sorriu de volta.

...

--Quero começar relembrando a todos como sou leigo no trabalho de vocês, mesmo cientista há mais de dez anos, o mais próximo que cheguei de robótica e humanoides, foi observando meu amigo Niall. Há muitos motivos por trás da criação dessas inteligências e no pouco que vi, posso dizer que alcançaram até mais que o necessário, a forma que criaram Melin está fazendo com que ela se desenvolva tão rápido, é extraordinário, seus trejeitos já se adaptando como os de nós humanos, sua forma de falar, sua conversação e claro, sua inteligência. Ela ainda é um bebe de cinco meses e sua inteligência ao se comunicar comigo modificou todo o meu pensar.—todos me olhavam atentamente, senti até um frio na barriga que não sentia desde minha época de calouro.—Sei que meu lado mais sentimental com seres humanos fala muito alto, notar o nível que vocês podem chegar, onde chegaram, até me assusta me deito a noite e começo a pensar, não nego.—eles riram.—Mas é de fato revolucionário, indiscutível como agregara na astronomia, com eles serão capazes de chegar a locais que nossos corpos infelizmente não podem.—seus olhos azuis fuzilantes me observavam do fundo da sala.—Eles agregarão em muito e em muitas coisas, de fato ajudarão em nossa evolução na terra e até mesmo a salva-la, mas é impossível não mencionar no que faltarão. Sei que estou aqui a poucos dias, mas é um parte grande  em mim, não acredito que a consciência há de existir neles, esse pensar especifico, os sentimentos e tudo mais.—Rachel levantou a mão.—Sim?

--Você acha impossível que eles venham a criar essa consciência? A ter sentimentos e pensamentos como nós?

--É meio prepotente da minha parte dizer que algo é impossível, logo eu quem estudo o universo e toda sua criação, que já vi e descobri tantas coisas que para muitos seriam impossíveis, não ousaria...

--Mas...—ela completava me fazendo rir.

--Mas, eu Harry, como pessoa, lá no fundo, acho meio impossível sim, esse nosso sentir é algo tão humano, é tão nosso, que nasce com a gente, que em nossos anos de vida vamos o conhecendo, o entendendo, é o que nos faz ser de fato humanos de verdade, e como passaríamos isso a uma "máquina"?—todos me olhavam em silencio, pensativos.—São sim de extrema inteligências e que podem a chegar em uma aparência muito humanoide, mas são maquinas por dentro, como passar isso para eles? Se passa memorias, programações de como agir feito nós, do certo, do errado, mas o sentir? Aquele sentimento de amor, tristeza, raiva, magoa, gratidão...medo, esse sentir que é são tão nossos, que nos faz ser quem somos. Eu digo que sim, vocês são capazes de criações absurdas, em uma semana eu vi e conheci tantas coisas que me deixam desacreditado ainda, observei e trabalhei junto a profissionais impecáveis, não querendo puxar o saco de ninguém, mas vocês são incrivelmente inteligentes, meu deus.—os fiz sorrirem outra vez.—Mas nessa questão, me desculpem, ainda continuo com o mesmo pensamento.

Debatemos por mais uma hora, todos tinham uma visão diferente sobre o sentir, eu ainda não conseguia concordar nessa questão, mas ouvir era enriquecedor.

--Foi muito bom te ouvir hoje, Harry.—Niall se sentou ao meu lado no sofá.—E quero te ouvir sempre, pode me parar quando quiser comentar sobre algo, sabe quanto valorizo esse seu jeito de ver ambos os lados, gosto como seu pessoal e profissional andam juntos.