A lua cheia iluminava a clareira onde Pedro, Haroldo e os outros membros da resistência se reuniram. O clima era de tensão e expectativa, pois informações cruciais haviam chegado até eles. Um informante anônimo revelara que um destacamento dos soldados do rei estava acampado a alguns quilômetros dali, carregando suprimentos valiosos e informações importantes. Era uma oportunidade que não podiam deixar passar.
Pedro ajustou o arco em suas costas, seus olhos penetrantes focados em Haroldo enquanto ele delineava o plano. "Vamos atacar ao amanhecer, pegá-los de surpresa. Com sorte, conseguiremos os suprimentos e as informações antes que possam reagir."
Os outros membros da resistência assentiram, determinados. Eram poucos, mas cada um estava disposto a dar sua vida pela causa. Pedro, no entanto, sentia um desconforto crescente. Algo sobre essa informação parecia conveniente demais, mas ele afastou esses pensamentos. A necessidade de vingança e justiça o empurrava para frente.
Ao romper do dia, avançaram silenciosamente pela floresta. Pedro liderava o grupo, seus sentidos em alerta máximo. O som de suas próprias respirações era quase inaudível contra o murmúrio da natureza ao redor. Quando chegaram ao local indicado pelo informante, prepararam-se para o ataque. Porém, ao emergirem da floresta para o acampamento, perceberam que haviam caído em uma armadilha.
Soldados do rei surgiram de todos os lados, as espadas cintilando à luz do amanhecer. Pedro mal teve tempo de reagir antes que o caos se instaurasse. Flechas zuniam pelo ar enquanto espadas e escudos se chocavam. Haroldo lutava ao lado de Pedro, suas habilidades inegáveis. Contudo, estavam em desvantagem numérica.
"É uma cilada!" gritou Haroldo, sua voz ressoando acima do tumulto. "Recue! Todos, recuem!"
Os membros da resistência começaram a cair um a um, mas lutavam com bravura, criando uma distração para que Pedro e Haroldo pudessem escapar. Pedro sentia cada perda como uma punhalada no coração, mas sabia que precisava sobreviver para que seus sacrifícios não fossem em vão.
"Vamos!" gritou Haroldo, puxando Pedro pelo braço. Correram pela floresta, saltando sobre raízes e desviando de galhos baixos. Atrás deles, os sons da batalha diminuíam gradualmente, substituídos pelo som de suas respirações ofegantes e dos passos apressados.
Os soldados do rei perseguiam-nos, mas Pedro e Haroldo conheciam bem a floresta. Conseguiram despistar os perseguidores ao atravessar um rio e seguir por um caminho coberto de vegetação densa. Só pararam quando estavam a uma distância segura, ambos exaustos e feridos.
Pedro olhou para Haroldo, seu rosto uma máscara de fúria contida. "Era uma armadilha desde o início. Alguém nos traiu."
Haroldo assentiu, respirando pesadamente. "Precisamos descobrir quem foi. Mas antes, temos que nos reagrupar e planejar nosso próximo movimento. Vamos para a cidade mais próxima. Precisamos de suprimentos e, talvez, novos aliados."
Pedro concordou, apesar de seu ódio crescente. Estava mais determinado do que nunca a destruir o rei e todos aqueles que o apoiavam. "Vamos. Não podemos perder mais tempo."
### **Na Cidade em Busca de Ajuda**
Chegaram à cidade ao cair da noite. Era um lugar maior do que a aldeia anterior, com ruas pavimentadas e casas bem construídas. As luzes nas janelas criavam um brilho reconfortante, mas Pedro não se deixou enganar pela aparente tranquilidade. Sabia que, mesmo ali, os olhos do rei podiam estar observando.
Dirigiram-se a uma taverna na periferia da cidade. Era um local discreto, frequentado por viajantes e mercadores. Pedro e Haroldo sentaram-se em um canto, observando o movimento enquanto planejavam seus próximos passos.
Precisavam de suprimentos e informações. Haroldo, com sua experiência, sabia a quem procurar. Encontraram um velho conhecido de Haroldo, um comerciante chamado Marco, que operava nos bastidores da cidade. Ele era um homem astuto, mas confiável.
"Haroldo! Faz tempo que não o vejo," disse Marco, apertando a mão do resistente. "O que traz você e seu jovem amigo aqui?"
"Precisamos de sua ajuda, Marco," respondeu Haroldo, sem rodeios. "Suprimentos, informações e, se possível, alguns novos recrutas."
Marco franziu a testa, mas assentiu. "As coisas estão difíceis, mas vou ver o que posso fazer. Há muitos aqui que compartilham do seu ódio pelo rei. Podem não ser guerreiros, mas são valiosos à sua maneira."
Pedro observava em silêncio, analisando cada palavra e movimento de Marco. Não confiava facilmente em ninguém, mas sabia que precisavam de toda a ajuda possível. A raiva queimava em seu peito, um lembrete constante do que estava em jogo.
Naquela noite, Pedro e Haroldo descansaram pela primeira vez em dias, sabendo que a batalha estava longe de terminar. A traição que sofreram não seria esquecida, e a determinação de Pedro apenas crescia. A cidade era apenas uma parada temporária em sua longa jornada de vingança, mas cada passo o aproximava mais de seu objetivo final.
Enquanto a lua brilhava no céu, Pedro jurou mais uma vez: o rei tirano pagaria por cada vida que destruiu, e ele não descansaria até que a justiça fosse feita.
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Flores no inferno
RomansaUm jovem anceia pela vingança após a perda daqueles que amava , porém algo inesperado acontece agora seu coração está dividido entre vingança e amor.