Murderer

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Shikamaru Nara

Minha paciência se esgotava de pouquinho a pouquinho. Já estava sentado naquela cadeira desconfortável há mais de uma hora esperando Ino desembarcar. Certamente fiquei preocupado, o horário que o avião pousaria já passou há muito tempo e não pude evitar de ter pensamentos negativos.

Sei que não é correto pensar dessa forma, mas o que poderia fazer? Acidentes em aviões são muito comuns e mais cedo, na televisão, mostrou uma reportagem justamente sobre isso. Meio irônico ver esse tipo de notícia estando em um aeroporto.

— Shika! — a voz irritantemente alta me gritou, pude finalmente suspirar aliviado. — Que saudade!

Ino correu com suas malas ao meu encontro e me abraça fortemente. Retribuo na mesma intensidade.

— Me deixe ver você... — Se afastou um pouco e me encarou de cima a baixo — Nossa, a idade não fez bem pra você! Era mais bonito antigamente.

— Você também não está lá grandes coisas. — Rimos e voltamos com o abraço — Também senti saudade, 'Baka'.

— Seu idiota, deveria ter ido nos visitar mais vezes! Se não tivéssemos vindo, só iríamos te ver no caixão. — Brigou comigo. — Mas relaxa, agora você não vai mais fugir de mim.

— Infelizmente. — Quando Ino iria me dar um soco no braço, uma criança chegou correndo — Inojin? Minha nossa, como você cresceu!

O pequeno garoto se escondeu atrás das pernas da mãe. Me agachei para ficar próximo a sua altura.

— Você não me conhece, não é? — Estendi minha mão — Sou Shikamaru, seu padrinho. — Ainda receoso, me cumprimentou.

— Claro que ele não te conhece, última vez que o viu ele ainda era um bebê. — Ino diz com os olhos semicerrados, apenas dei de ombros. — Daqui a pouco ele perde o medo. A viagem foi meio estressante, teve uns problemas por isso demorou mais do que o esperado.

Pegou Inojin no colo, voltei a ficar de pé. A criança tinha apenas três anos e ainda morava no Japão em seu nascimento, Ino me chamou para ser o padrinho e esse foi meus últimos momentos em que senti felicidade genuína. Tive outras situações de alegria, mas não se comparavam com o que sentia antes.

— Bom dia, Shikamaru. — Sai chegou com o resto da bagagem e um sorriso amigável — É bom bom ver você.

— Igualmente. — retribuí o sorriso — Podemos ir? Daqui a pouco o trânsito vai ficar insuportável.

Prometi a Ino que os levaria até seu apartamento quando chegassem e ajudaria com a mudança, troquei meu dia de folga para isso. No carro, pude analisar a família. O casal conversava e a criança dormia no colo da mãe no banco de trás. 

Pareciam genuinamente felizes. Ino estava mais brilhante que nunca e Sai, mesmo que fosse um cara fechado, também. Falavam comigo sobre coisas do cotidiano, o Japão e meus pais que ainda moravam lá. 

Eles fazem bem um para o outro, uma família perfeita.
Se nada acontecesse, eu estaria como eles?

Talvez eu sinta inveja daquela felicidade.

🚬

— Chouji mandou lembranças. — Dizia ela analisando o apartamento — Ele tá quase casando, acredita?

O lugar era grande e apropriado para uma família, porém vazio, os móveis estavam vindo por um barco e a previsão de entrega é amanhã. Pelo avião, só trouxeram o básico. Aparentemente eles têm pretensão de comprar coisas por aqui também.

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⏰ Última atualização: Sep 17 ⏰

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