𝙲𝚘𝚛𝚊𝚌𝚘𝚎𝚜 𝚁𝚒𝚟𝚊𝚒𝚜
Na renomada empresa de organização de eventos, José, um diretor criativo, impulsivo e mais velho, e Maria, uma coordenadora de eventos meticulosa e orgulhosamente gorda, estão sempre em desacordo devido às suas opiniõe...
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— Tá' louco!? Não pode chegar e falar qualquer coisa. — Gesticulei com os braços, achando absurdo a ideia.
Eu sabia que José era burro, mas não sabia que era tanto assim. Como um homem pode pensar só com o coração, sem raciocinar por um segundo.
— Eu vou falar para ela e que se lasque o resto! — Ele deu as costas para mim, determinando a ir falar com Sofia sobre o que vimos no evento passado.
— Não. Calma aí!
Me estiquei e o peguei pelo braço, o impedindo de fazer uma 'cagadas' daquelas. Eu não deixaria José jogar tudo pelos ares e destruir a minha amizade com a Sofia. Temos que fazer isso direito, e não de qualquer jeito como ele quer fazer.
— Não conta para a Sofia ainda!
Eu tenho que tentar o convencer a não fazer essa besteira. Lentamente ele virou o seu rosto para mim, me parecia bem sério. Me pergunto do porquê esse assunto o deixa tão irracional, eu entendo que Sofia é sua amiga, ela é minha também, mas o que há com ele? Há algo em seu olhar, e eu quero saber o que é isso. Poderia ser que...? Vulnerável, José está vulnerável. Caramba, eu nunca o vi desse jeito, o que me deixa sem palavras.
Algo em mim me cutuca, há algo entre nós aqui que me deixa estranha. Não sei ao certo o que seja, só do nada me deixou mais leve. Talvez o jeito que me olha? Com ternura? Ou talvez eu goste o jeito que ele se preocupa com o assunto, quando achei que ele nem dava mais a mínima, se cegando.
— Ah... O que que tem eu?
Rapidamente viramos nossos rostos para frente, dando de cara com Sofia na nossa frente, do outro lado da minha mesa. Aí meu Deus. Porcaria! Se ela tiver ouvido desde o começo a nossa conversa, já era a investigação ou a discrição sobre o assunto. Engoli um seco, com medo. Lembro-me que ainda estou agarrada no braço do José, então rapidamente largo e finjo que não estava fazendo nada. Ajeito meu cabelo, enquanto José a sua roupa, querendo disfarçar também.
— O que o que... O que você faz aqui ainda, Sofia? — Gaguejo um pouco, querendo pensar em alguma desculpa caso ela tenha ouvido de mais.
— Estava te esperando no elevador, mas como estava demorando de mais, acabei vindo atrás de você. — Me olhou desconfiada, com a sobrancelha arqueada. — O que há com vocês dois? — Eu e José entre olhamos, parece que nós dois estamos transmitindo o mesmo sentimento: nervosismo puro.
