𝐂𝐡𝐚𝐫𝐚𝐜𝐭𝐞𝐫 𝐒𝐤𝐞𝐭𝐜𝐡𝐞𝐬! Prepare-se para embarcar em uma jornada imaginária com alguns de seus personagens e celebridades favoritas! histórias curtas, explorarão diversas situações, românticas ou não. Entre encontros inesperados, dramas...
Ellie não era estranha ao isolamento, o vasto vazio que persistia no solo pecaminoso sob seus pés era um sinal claro disso. Em um mundo onde desespero e morte eram as únicas coisas entre as quais ela podia decidir antes de não poder mais.
O desespero parecia mais fácil de digerir sem ter que cuspi-lo de volta, desejando eternamente ter escolhido o último, desejando eternamente que fosse mais fácil colocar uma arma em sua cabeça e não hesitar em puxar o gatilho enquanto todas as pessoas que ela conhecia se desvaneciam, nada além de pele apodrecida e fome em seus corpos — reativos mas sem alma, raivosos.
A morte era mais difícil de engolir. Ela sabia disso com cada fibra do seu ser, pois se apresentava a ela de várias formas, tomando a forma daqueles a quem ela se importava assim que ela expunha seu coração. Pele rasgada e crua de tanto arranhar, ossos estalando pela força de se abrir, apenas para ter seu coração arrancado por uma fonte desconhecida que ela tentava tão arduamente manter afastada. Agarrava-a com dedos longos e gananciosos, cutucando e sondando seu caminho através dos confins de seu peito para arrancar seu coração inteiro. Doía mais.
Ellie testemunhou o que esse desconhecido tinha a oferecer inúmeras vezes enquanto o carmesim quente espirrava em seu rosto, mãos tremendo de adrenalina antes de ficarem dormentes pela culpa. Seus pulmões se expandiam e depois se contraíam com tanta força que ela considerava emocionante ver exatamente quanto tempo ela conseguia respirar e quão longe ela conseguia ir antes que sua sorte acabasse. Era adequado, realmente, como ela esperava que a morte a cumprimentasse de braços abertos como deveria ter feito naquela mesa de operação fria e dura antes dela ter uma segunda chance na vida que ela não pediu. Joel brincou com o próprio prazo de validade, jogando-o de uma palma para a outra quando a levou para um mundo totalmente diferente antes de se tornar ele — antes de fazê-lo nada. Ela sabia disso, como poderia não saber?
Ele era tudo para ela. O homem que a ensinou a nadar, que decidiu passar suas horas lendo sobre o espaço para fortalecer o vínculo entre eles, que teve sua vida tirada por vingança. Ele. Era. Tudo. Para ela.
Agora, enquanto ela olhava para o teto de sua pequena garagem, enterrada sob o conforto de seu cobertor, de repente fez sentido no espaço que restava funcionando em seu cérebro, que ela não tinha nada.
Nada além de um entorpecimento profundo em sua alma, entrelaçado em seus ossos com tanta dor, que a machucava até mesmo se levantar ereta, corpo dolorido de fadiga e desesperança. O espaço outrora acolhedor de repente parecia sufocante enquanto ela inalava pelo nariz antes de parar, segurando a respiração por um, dois ou três segundos antes de soprar. Seu coração acelerava rapidamente com a falta inesperada de oxigênio e, por um segundo, ela se lembrou do que era ter esse processo ocorrendo forçosamente.
