+11+ Sinful Doubts

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Lee sentia seu coração surrar sua caixa torácica, sentia suas mãos trêmulas, suas pernas estavam fracas, não sabia explicar como conseguiu chegar na casa e subir os degraus rapidamente. Entrou em seu quarto fechando a porta atrás de si. Encostando a cabeça contra a porta fechou os olhos, tentando inutilmente regular sua respiração.

"E até quando conseguirá resistir ao que sente, Lee? "

A pergunta sussurrada insistia em martelar sua cabeça, emoldurada pela voz tão aveludada. O Padre sentiu seu coração apertar, e algo dentro de si, lhe sufocar. Sentiu seus olhos arderem. Se sentia perdido, temia fraquejar, não podia negar; sabia a resposta para aquela pergunta, mas ainda sim a renegava.

Puxou a estola que ainda tinha sobre a batina, beijando-a. Sentiu a lágrima solitária rolar pela face ainda quente. Sempre ouviu os pecados das pessoas, era compreensível com eles, mas alguém ouviria os seus? Tentariam ser compreensíveis consigo? O pobre Padre sabia que não, pois não fora enviado até ali para se envolver com alguém e sim, para socorrer aquelas almas, e por capricho do destino, a sua alma estava precisando de ajuda, porém, quem iria socorre-lá? Alguém poderia olhar em seus olhos e ver a batalha angustiante que travava dentro de seu ser? Por certo que não.

Levantou o olhar para o genuflexório que havia em seu quarto, dobrando a estola, colocou-a com cuidado em cima da cama em seguida indo até o mesmo, pôs-se de joelhos, juntou as mãos em prece silenciosa. Não conseguia compreender porquê de estar passando por tudo aquilo.

"--Tens certeza que é o caminho que queres seguir? " A voz gentil de madre Lorena surgiu em sua mente. Estava quase com seus dezoito anos, quando a procurou para lhe informar de sua decisão. "-Sabes que para ajudar o próximo não precisas fazer um voto de celibato, meu filho". Lembrava da senhora tentar convencê-lo a mudar de ideia, embora não compreendesse por qual razão. "-Eu quero fazê-lo, é minha vontade, e depois, não me resta muito o que fazer depois que sair daqui, madre". O Felix de dezessete anos estava convicto quando afirmou isso. "-Sempre há outro caminho á escolher meu filho, Deus não nos mostra apenas um caminho durante nossa jornada, Felix ". Foi o que ela lhe disse. Porém, respeitou sua decisão, mesmo parecendo não concorda, lhe deu todo o apoio necessário, ainda que receosa sobre o caminho escolhido pelo jovem.

No entanto agora, o Felix Padre com seus 25, ansiava tê-la por perto para lhe dar os conselhos certos, pois não tinha como saber o que o destino lhe reservava. Não sabia o que pensar, estava tudo muito confuso dentro de si, e estar ciente disso apenas o despedaçava ainda mais. Pois, por oito anos está fora a única convicção que teve e, agora se via perdido. Deixou as lágrimas rolarem. Por que Deus lhe colocava em frente a tal dilema? Sabia que não deveria questionar a suas vontades, contudo, desconhecia razão para fazê-lo duvidar de algo que tinha como certeza absoluta.

Levantou e a passos lentos foi até a cama, onde deitou não se dando o trabalho de tirar os sapatos. A última vez que chorou dessa forma ainda vivia no orfanato, quando ainda criança, ao se sentir sozinho durante as infindáveis noites, se perguntava o porquê de seus pais o rejeitarem, seria tão indesejado a tal ponto de lhe abandonarem ali? E agora Felix chorava novamente. Chorou por estar se sentindo abandonado mais uma vez, chorou por suas incertezas, chorou por se sentir fraco, chorou por se sentir tão perdido, chorou até cair no sono, e então poder silenciar sua mente barulhenta.

Chorou por saber que sim, desejava Hyunjin e isso lhe pesava a alma, pois não só o desejava como sabia que estava irremediavelmente atraído por ele.

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Changbin desceu da carroça que o levou até ali após suas compras no mercadinho da vila, ajudou a descarregar os mantimentos e agradeceu ao rapaz, vendo-o se afastar com a carroça. Ao virar-se, avistou senhora Nam parada na porta, uma expressão preocupada tomando lhe suas feições. Aproximou-se um tanto apreensivo.

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