O Circo

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Penelope Featherington sempre foi uma mulher talentosa

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Penelope Featherington sempre foi uma mulher talentosa.

Perto de sua família, era uma criança contida. Uma criança que dizia "por favor", "obrigada" e só falava quando um adulto direcionava a palavra a ela. Perto de sua mãe, Penelope era sempre a primeira a se animar com as aulas de boas maneiras, a criança que se esforçava para ser bonita como suas irmãs e que nunca sequer pensaria em desgraçar o belo nome da família.

Quando estava sozinha, por sua vez, Penelope se permitia ser apenas uma criança.

Escalava árvores e precisava esconder os joelhos ralados debaixo das milhares camadas de seus vestidos de festa. Brincava no jardim do lado de trás de sua casa, corria e criava cenários inventados em sua mente.

Quando estava sozinha, Penelope Featherington era uma princesa. Uma cantora de ópera, uma modista. Uma dançarina.

Era mais inteligente e tinha mais ambições do que qualquer um de sua família poderia imaginar. Afinal, como a matriarca Featherington sempre fizera questão de ressaltar: mulheres não têm sonhos; mulheres têm maridos.

Ela entendia, é claro. Sua família não tinha dinheiro o suficiente para sequer garantir que as filhas pudessem comer duas refeições por dia, muito menos se dar ao luxo de sonhar com um futuro em que as meninas pudessem ser quem quisessem. Casar com quem quisessem.

Enquanto Archibald, seu pai, trabalhava para uma família rica, todos viviam bem. As crianças conseguiam comer todos os dias e, pela pura bondade do coração de seus patrões, também conseguiam estudar como se fossem instruídas meninas da alta sociedade. Podiam fazer aulas caras, como aulas de boas maneiras e francês, e podiam, pela primeira vez em tempos, viver como crianças de verdade.

Mas tudo que é bom durava pouco, e Penelope deveria saber disso.

Archibald foi dispensado de suas obrigações e suas filhas, suas adoráveis crianças, ficaram desamparadas mais uma vez.

Penelope sonhava em ser uma princesa; em ter um marido carinhoso que a amava acima de tudo e em viver uma vida feliz, com filhos lindos e uma boa casa.

Entretanto, seus pais tinham outros planos.

Prudence, aos dezessete anos, fora prometida em casamento a um visconde de sessenta e dois anos. Phillipa, por sua vez, só tinha quinze anos quando foi prometida em casamento a um Barão de mais de quarenta anos de idade.

Penelope, no auge de seus doze anos, teve seu destino selado ao ser prometida em casamento a um duque de cinquenta anos de idade.

Afinal, a família não tinha mais dinheiro para cuidar das três meninas e dar a elas uma vida digna. Pelo menos, estando casadas, as três ainda tinham esperanças de conseguir sobreviver em um mundo tão cruel.

Penelope, por outro lado, tinha mais do que apenas esperanças. Tinha sonhos e era inteligente o suficiente para entender que uma menina de doze anos não deveria se casar - muito menos com alguém tão mais velho do que ela.

Who's Afraid of Little Old Me? - BRIDGERTONOnde histórias criam vida. Descubra agora