Capítulo 5 - 𝐵𝑜𝑛𝑖𝑡𝑎

36 8 3
                                    


✧𝐶𝐻𝑂𝐼 𝑌𝐸𝑂𝑁𝐽𝑈𝑁✧


   𝐃𝐄𝐏𝐎𝐈𝐒 𝐐𝐔𝐄 𝐃𝐀𝐍 𝐅𝐎𝐈 𝐄𝐌𝐁𝐎𝐑𝐀 da cafeteria, liguei para Beomgyu e o chamei para lá, não queria ir embora tão cedo nem ficar lá sozinho. Ele estava saindo da faculdade e chegaria em quinze minutos.

   Achei engraçado Dan se preocupar tanto com aquele acordo, a ponto de fazer um contrato para isso. Ela agiu como se depois desse um ano, eu fosse obrigar ela a continuar casada comigo e falaria que ela estava louca e que nunca houve acordo nenhum. Mal sabe ela que eu estou tão animado com o casamento quanto ela. Por mim, eu não estaria fazendo isso, mas se eu não aceitasse, meu pai faria o Soobin se casar, e eu não poderia fazer isso com ele.

   Mesmo Soobin sendo o favorito dos meus pais, meu pai não pensaria duas vezes antes de fazê-lo se casar, caso eu não quisesse. Além de que se eu me recusasse, só causaria brigas e desconfortos na família sem necessidade. Então, achei melhor aceitar e seguir a vida, assim pelo menos tudo continuaria bem, ou no mínimo como sempre esteve: eu fazendo tudo que me era mandado sem reclamar. Nunca tive problemas fazendo isso, e não era agora que eu iria mudar. Mudar agora só estragaria — ainda mais — minha relação com meus pais e poderia até mesmo estragar minha relação com Soobin, e isso era algo que me deixava com medo só de pensar. Me recusar a casar estava fora de questão.

   Chamei o garçom e logo e veio até mim. Pedi o que eu queria e já fiz o pedido de Beomgyu, já que ele sempre pedia a mesma coisa em literalmente qualquer lugar que ele fosse. Pouco depois que ele anotou o pedido e foi embora, Beomgyu chegou. O vi entrando pela porta e acenei discretamente para ele, que logo me viu e veio em minha direção e sentou à minha frente.

— E aí, por que você tá aqui sozinho? Que lugar aleatório. — olhou em volta, ajeitando a jaqueta jeans que ele vestia —

— A Dan me chamou aqui, ela queria fazer um acordo, pro casamento só durar um certo tempo. Cara — segurei o riso, abaixando a cabeça com a mão na testa, agora rindo de leve —, ela fez um contrato. Um contrato! — ri ainda mais, agora olhando pra ele, que também começou a rir —

— Como assim um contrato? Pra quê?

— Pra ela ficar com sei lá quem. Ela definitivamente não queria estar casando comigo. — descruzei as pernas, mexendo no porta-copos sobre a mesa —

— Ah, entendi... Não deve estar sendo fácil pra ela. — deu de ombros — Mas como ela é? O que você achou dela?

— Ela é bonita, bem bonita mesmo! Mas não sei, ela só sabe falar do quanto o pai dela destruiu a vida dela, do quanto ela ama o namorado e do quanto ela não quer casar comigo. Mas como eu só falei direito com ela hoje, não tenho como saber. Ela parece ser legal, até... quando ela gosta de você, o que não é o meu caso.

   Beomgyu riu de leve, e quando um silêncio começou entre nós dois, o garçom de antes voltou com nossas coisas.

— Ué, você pediu por mim? Como você sabia o que eu ia querer?

— Você é bem previsível, sempre pede a mesma coisa. E eu te conheço talvez até melhor que você mesmo.

— Aff, nada a ver. — revirou os olhos, brincando, por que ele sabia e eu também que ele pediria exatamente o que eu pedi — Mas obrigado.

— De nada. Mas e então, como tá a faculdade? — perguntei, tomando um gole do meu Americano —

— O mesmo de sempre. A cada cinco minutos eu penso em trancar e me pergunto porque raios eu decidi virar médico. Mas o resto do tempo eu lembro o quanto eu amo essa profissão e tenho mais certeza de que é isso que eu quero pra minha vida.

— Extremamente normal. Só a vida de qualquer universitário hoje em dia.

— O que mais me motiva é lembrar que agora faltam só 6 semestres, metade já foi. — ele disse, fazendo um gesto como se estivesse aliviado —

— É, três anos passam rapidinho.

   Ele concordou com a cabeça e tomou o Capuccino dele, ficando com um bigode de espuma no lábio superior.

— Tá parecendo um velho. — rapidamente peguei o celular e tirei uma foto — Olha a sua cara! — mostrei o celular pra ele, quase caindo da cadeira de tanto rir —

— Você agindo assim nem parece que é o CEO de uma das maiores empresas da Coreia, mas sim um aluno do fundamental. — ele olhou para foto — Tá, mas realmente ficou muito engraçado! — começou a rir comigo, acho que todos na cafeteria deviam estar olhando pra nós —

   A risada do Beomgyu sempre me fazia rir muito, eu nem estava mais rindo da foto, mas sim da risada dele, e ele provavelmente estava rindo da minha. Isso sempre acontece, e nós ficamos rindo durante muito tempo todas as vezes. Era impossível não morrer de rir ouvindo a risada escandalosa do Beomgyu, estava fora do meu controle.

— Não Yeonjun, não teve graça. — Beomgyu parou de rir do nada, me olhando sério. Parei de rir também e olhei pra ele, coisa que não devia ter feito pois logo voltamos a rir como retardados — 

   Momentos bestas como esses que me faziam valorizar muito minha amizade com Beomgyu. Ele sempre esteve comigo, desde os piores momentos da minha vida, até momentos idiotas que passamos juntos como esse. Sempre foi ele ali, do meu lado. Desde que viramos amigos, nós nunca deixamos um ao outro na mão, quando um passava por qualquer dificuldade, o outro sempre estava ali. Por mais que a maior parte do tempo, a gente passasse se xingando e brigando, quando necessário nós sabíamos ser o suporte um do outro. E isso era muito importante para mim.

   Nós terminamos de comer e ficamos conversando por mais um tempo, e depois fomos embora. Dei carona para Beomgyu, e fui para casa. Ao chegar, passei direto pela sala e nem me dei ao trabalho de saber onde meus pais estavam. Passei no quarto de Soobin e falei rapidamente com ele, indo para o meu quarto logo depois. 

   Tirei o terno e me sentei na cama, mexendo no celular. Entrei em uma das redes sociais de Dan, só por curiosidade. Ela ainda não tinha apagado as fotos com o namorado. Ao que parece, ela realmente gosta muito dele, e não de mim. Como sempre, as pessoas preferem os outros. 

Eu não amo o meu marido! | Choi YeonjunOnde histórias criam vida. Descubra agora