❛ Himari sempre se sentiu sufocada, pressionada pela sombra esmagadora de ter nascido em um dos três grandes clãs. Enojada pela sujeira que era jogada para debaixo do tapete quando ninguém estava olhando, no ponto cego da sociedade jujutsu. Desolada...
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O suor que escorria pelas laterais do rosto de Megumi era tão gelado quanto a brisa fresca de uma madrugada de inverno. Sua perturbação mental provocava um zumbido em seus ouvidos, como se um enxame de abelhas estivesse pendurado em seu pescoço, e seus sentidos estavam em alerta máximo, cientes do perigo mortal que enfrentavam.
Seus movimentos, comparados à velocidade de Sukuna, pareciam amadores; os ataques do rei das maldições eram precisos e não deixavam margem para reação. Além disso, Megumi hesitava em ferir aquele corpo sem antes estudar o impacto que isso poderia causar em Yuji Itadori, o hospedeiro.
A situação era desoladora e injusta.
Designar calouros para lidar com uma missão envolvendo um feto amaldiçoado de grau especial era equivalente a enviá-los para uma missão suicida. Eles fizeram tudo ao seu alcance, embora Megumi carregasse o peso da dúvida e da culpa em seu peito.
Como o mais experiente entre os três e na ausência de Satoru e Himari, cabia a ele liderar e agir conforme julgasse correto. Ele permitiu que Itadori resolvesse a situação e libertasse Sukuna, ainda que temporariamente.
Então, por que se sentia tão miserável agora? Por que a sensação de falha como feiticeiro e amigo o consumia?
O ardor em suas costas pelas constantes colisões nos prédios, provocadas por Sukuna que o lançava como um boneco, quase lhe tirava a consciência, mantida apenas pelo tênue fio da responsabilidade. Ele sabia que precisava fazer mais.
A angústia de não saber como explicar às suas colegas e ao professor o ocorrido era uma dor nova e singular. Megumi não queria imaginar a vida de seu amigo, alguém que considerava um irmão, escapando por entre seus dedos rumo ao abismo.
Então, seus olhos se abriram após um breve desmaio ao cair no chão com força total, vendo de maneira turva e distante, por causa do sangue que escorria pela testa e grudava nos cílios, a figura imponente de Sukuna.
O maldito estava a dois metros de distância, julgando o jovem feiticeiro como um covarde por não explorar todo seu potencial. Com as mãos na cintura em um gesto de tédio e despreocupação, ele zombava com seu sorriso sádico.
A desigualdade é a única coisa distribuída igualmente entre todos, esse era um pensamento constante em sua mente.
Existem sorrisos encantadores e destinos cruéis; alguns desses não podem coexistir. Quando se sobrepõem, a corda se rompe pelo lado mais fraco, extinguindo o que há de melhor no mundo, que é a pureza da alma que somente algumas pessoas escolhidas por Deus conseguem ter. Megumi Fushiguro já presenciou isso tantas vezes que perdeu a conta, mas poucas pareceram tão dolorosas e injustas quanto essa.