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Ela costumava achar que os olhos de todos os vampiros eram iguais. Talvez ela estivesse errada em relação a isso.Época atual
— Uma escolha tão infeliz e sombria. Que pai amoroso escolheria chamar a própria filha de Soraya?
Não me considero uma pessoa sensível. Como regra, deixo que as pessoas insinuem que sou uma decepção para minha família e minha espécie. A única coisa que eu peço é que mantenham essa merda longe de mim.
E, no entanto, aqui estou. Com o governador Davenport. Os cotovelos apoiados na sacada que dá para o pátio onde acabei de me casar. Reprimindo um suspiro antes de explicar:
— O conselho.
— Como?
Medir os níveis de embriaguez em humanos é sempre uma luta, mas tenho quase certeza de que o governador não está tão bêbado.
— O senhor perguntou quem me deu meu nome. Foi o conselho dos vampiros.
— Não foram seus pais?
Faço que não com a cabeça.
— Não é assim que funciona.
— Ah. Existem... rituais mágicos envolvidos? Altares de sacrifício?
Videntes?É tão egocentricamente humana a suposição de que tudo que é diferente deve estar envolto no sobrenatural e no misterioso! Eles alimentam seus mitos e lendas, em que vampiros e licanos são criaturas da magia e do folclore, que lançam maldições e realizam atos místicos.
Acham que somos capazes de ver o futuro, de voar, de nos tornar invisíveis. Só porque somos diferentes, nossa existência deve ser governada por forças sobrenaturais, e não simplesmente pela biologia, como a deles.
E talvez por algumas leis da termodinâmica.
Serena também era assim quando a conheci.
— Então crucifixos queimam você? - perguntou ela algumas semanas depois de estarmos morando juntas, quando não consegui convencê-la de que o líquido vermelho viscoso que guardava na geladeira era suco de tomate.
— Só se estiverem muito quentes.
— Mas vocês odeiam alho?
Dei de ombros.
— Na verdade, não costumamos comer, portanto... sim?
— E quantas pessoas você já matou?
— Nenhuma - respondi, horrorizada. — E quantas você matou?
— Ei, eu sou humana.
— Os humanos matam o tempo todo.
— É, mas indiretamente. Quando deixam o seguro de saúde muito caro ou insistem em se opor ao controle de armas. Vocês sugam as pessoas para sobreviver?
Soltei uma bufada.
— Beber diretamente de uma pessoa é meio nojento e ninguém nunca faz isso.
Era uma meia verdade, mas na época eu não tinha certeza do porquê.
Tudo que eu sabia era que, alguns anos antes, Rafael e eu entramos na biblioteca e encontramos papai agarrado ao pescoço da conselheira. Rafael, que era mais precoce e menos pária social, cobriu meus olhos com a mão e insistiu que o trauma prejudicaria nosso crescimento.
No entanto, ele nunca explicou o motivo.
— Além disso, os bancos de sangue estão aí para isso. Para que a gente não precise machucar os humanos.
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Noiva - Simone e Soraya
ParanormalSoraya Thronicke, filha do vampiro mais poderoso do sudoeste, nunca foi bem-vista pelos seres de sua espécie. Ela passa seus dias anonimamente em meio aos humanos, isolada, até que é chamada para firmar um acordo de paz entre vampiros e lobos, seus...