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Ela é resiliente. A outra tenta imaginar como se sentiria se estivesse na posição dela - sozinha, excluída, usada e descartada. Sente um respeito relutante por ela, e isso a exaspera.Diferentemente do aperto de Max, o de Simone não machuca. No entanto, é firme. E a maneira que ela me pressiona contra a parede, como se estivesse tentando colocar seu corpo entre mim e o restante do mundo, faz com que seja difícil respirar sem colar todo o meu corpo no dela.
— Srta. Thronicke - diz ela com a voz rouca, quase um rosnado.
Engulo em seco por conta da súbita falta de lubrificação na garganta, o que me faz perceber onde a mão dela está: envolvendo meu pescoço.
Quase por completo. Seus dedos são tão longos que tocam o vale atrás das minhas orelhas.— O que você pensa que está fazendo? - pergunta ela, a voz baixa e grave.
Aqueles olhos incomuns cravados nos meus. Meus batimentos cardíacos, que por um milagre permaneceram estáveis durante a luta com Max, de repente ficam mais fortes e em seguida se transformam em um lento alvoroço quando Simone abaixa a cabeça para murmurar junto à minha têmpora:
— Não tem nem 24 horas que nos casamos. Os louva-a-deus têm uma lua de mel mais longa.
Eu pude dominar Max com facilidade. Simone, de jeito nenhum. É a diferença entre um cachorrinho e uma loba violenta.
— Só, sabe... - minhas palavras soam vacilantes, não me orgulho disso - ... tentando evitar ser morta.
Simone se retesa por um milésimo de segundo e depois se afasta. Mas continua muito perto, as palmas apoiadas na parede de ambos os lados da minha cabeça - uma delas ainda enfaixada pelo ferimento de ontem.
Parece uma gaiola. Uma prisão improvisada que ela está construindo, feita com o seu corpo e o seu olhar, para me manter imobilizada enquanto ela se vira e pergunta a Max:
— Você está bem?
Max olha para ela e assente, os lábios tremendo. A esta altura já há vários licanos reunidos ao seu redor. Como Alex, que olha de Simone para mim com uma expressão de culpa tamanha que provavelmente admitiria fraude hipotecária sob a mais leve pressão. E também Julia, inspecionando Max com cuidado em busca de quaisquer ferimentos mortais que eu possa lhe ter infligido, assim como o homem mais velho e o ruivo da cerimônia, que me encaram como se eu tivesse acabado de dizer às crianças de um orfanato que Papai Noel não existe.
Todos neste corredor parecem prontos a estilhaçar meus joelhos, talvez comer o tutano depois. Isso, não.
— Com licença.
Tento me abaixar e sair da jaula de Simone para ir embora. Ela desce um braço, me prendendo com mais firmeza.
— O que aconteceu? - pergunta ela.
Julia é mais rápida do que eu na resposta.
— Ela estava prestes a sugar todo o sangue dele. Todos nós vimos.
Ela passa a mão pela testa úmida de Max.
Ele parece perdido por um tempo e então gagueja:
— E-ela estava em cima de mim. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. E... Ele inclina a cabeça, como se estivesse sem palavras.
Todos os olhos ali se voltam para mim.
— Ah, é sério isso? - digo, exasperada.
— As presas dela estavam tão próximas - sussurra ele, fraco, e agora estou ficando irritada.
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Noiva - Simone e Soraya
ParanormalSoraya Thronicke, filha do vampiro mais poderoso do sudoeste, nunca foi bem-vista pelos seres de sua espécie. Ela passa seus dias anonimamente em meio aos humanos, isolada, até que é chamada para firmar um acordo de paz entre vampiros e lobos, seus...