Capítulo 1 - Não.. Eu amo o Fogaça.

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"Pausa." a voz de Pato, o diretor, ecoou pelo estúdio.

Paola dirigiu-se até seu camarim respirando fundo, contando mentalmente até três. Encostou-se na pequena mesa onde se arrumava massageando suas têmporas, com os olhos fechados, suspirou mantendo-se firme em pé. Sabia que Henrique também estava travafo nessa situação tão triste. Tentava buscar a maneira mais dócil e não-necessariamente-dolorosa para contar sobre sua saída para Henrique. O que se fora desnecessário. Sem perceber, o homem tatuado estava entrando em seu camarim, a olhando com preocupação.

Ela levantou seu olhar o notando, logo voltando como estava. Henrique aproximou-se com os braços cruzados. "Você está bem?" Ele perguntou.

"Sí. Por que não estaria?" Paola forçou um sorriso o respondendo rapidamente

Mais de perto, buscou pela atenção dela, procurou pelas iris incomodativas, mas Paola parecia distante. Era como se ela tivesse algo muito importante para contar e não conseguisse encontrar as palavras necessárias para isso.

Segurou seu queixo tentando o erguer buscando sua atenção.

Não percebeu quando o seu braço passou pelos vãos existentes na base de madeira e a agarrou pelo pulso. Pelo seu gesto repentino, a mulher ergueu o rosto com as olheiras visíveis, abriu e fechou a boca algumas vezes sem saber o que dizer e procurou se desvencilhar do seu toque, no entanto Henrique a apertou ainda mais num recado mudo de que não a soltaria.

"Qual é o problema, Paola?" Com a sobrancelha arqueada, ele continuou: "Você está querendo sair do Master Chef?"

Foi uma fisgada, afinal, não tinha como se conter diante daquilo. Foi inevitável não notar as suas pupilas arregalando por conta daquela fala astuta e, julgando pelo desviar delas, ele havia acertado em cheio, atingido a ferida e descoberto o motivo de toda aquela melancolia.

Henrique segurou na madeira fortemente, soltando seu pulso, seus olhos queimavam com as lágrimas que insistiam em querer cair.

O homem tatuado se afastou agora massageando suas têmporas olhando para baixo.

"Eu tenho que cuidar dos meus restaurantes, levar para frente os meus projetos que são muitos. Eu sinto que não faço mais parte dessa bolha do MasterChef Brasil a tempos." com a voz trêmula, ela continuou: "Tenta me entender, por favor.."

Paola aproximou-se de Henrique colocando a mão em seu ombro, ele a afastou saindo do camarim, podendo-se escutar o soluço do seu choro pelos corredores. Ela abaixou sua cabeça sentando-se na cadeira e ali se permitiu chorar mais uma vez no dia.

Henrique tentou manter sua postura ao andar pelos corredores do estúdio, Jacquin que passava resolveu brincar com o homem tatuado, mas logo percebeu que ele estava com lágrimas nos olhos e com a voz terrivelmente trêmula.

"O que foi, mi amigue?" Jacquin perguntou o segurando

"Pega.. Pega a chave da moto para mim, por favor, Jacquin." ele o olhou batendo levemente em seu ombro

"No, eu te levo no mio carro, tá bom?"

Às 8:00 da noite

Henrique ainda se encontrava na mesma posição que se fora deixado por Jacquin em sua casa. Não havia forças para se movimentar. Procurava motivos em todos aqueles pensamentos para deixá-la ir.

Não era isso que ele queria.

A campainha tocou. Olhou para o teto pela última vez antes de levantar, calçou seus chinelos e saiu para abrir a porta, ao destrancar, sentiu seus olhos lacrimejando mais uma vez no dia. Desviou seu olhar.

"Veio falar o quê? Que não deu tempo de se despedir de mim e veio se explicar agora?" Ele disse com pesar, virando-se de costas para a mais velha

"Henrique, me escute." ela o olhou entrando cuidadosamente no apartamento

"Eu não tô com cabeça. Vai embora da minha casa, Paola." Henrique olhou para baixo sentindo-se nervoso

"Henrique, preciso que me entenda, por favor. Vamos conversar.."

"Paola, eu.."

Paola fechou a porta atrás de si caminhando até o mais baixo o abraçando fortemente, ele tentou afastar-se orgulho mas respirou fundo sentindo-se confortável, Henrique cedeu e a abraçou de volta, encostando sua cabeça em seu ombro.

Levantaram suas cabeças sentindo uma troca. Henrique esqueceu-se de todo o seu ressentimento passando a ponta língua rosada por seu lábio inferior sentindo cada milimetro, depois começou uma exploração lenta e detalhada no lábio superior. Repetiu essa deliciosa investigação labial várias vezes, até perceber, em ambos, tanto nele quanto nela, uma mudança drástica de aroma, carregado de intensidade, erotismo e desejo. Esta constatação motivou-o a aprofundar a lingua dentro de sua boca apetitosa. Permaneceram momentos indescritiveis sentindo suas linguas dançarem uma com a outra. Traçaram um caminho para o seu escritório entre beijos e numa tentativa quase falha de ficarem nus.

Em pé e com as portas trancadas, levantou-a pela cintura, como se fosse uma pluma, fazendo com que ela entrelaçasse as pernas ao redor de seu quadril. De uma só vez, ela encaixou-se, introduzindo-se nele, gemendo altamente pela primeira vez nessa noite.

Com as duas mãos agarradas a suas nádegas macias, ele exercitava seus bíceps, ajudando-a a movimentar-se para cima e para baixo. Na verdade, era dele todo o trabalho, e ela não fazia questão de tomar a dominância naquele momento. Ele a fazia roçar nele, subindo e descendo, como se fosse uma leve seda.

"Fogaça.. puta que pariu.. isso! Ah..." ela fincou suas unhas nas costas tatuadas tombando sua cabeça para trás.

Suados e ofegantes, isso é um exercício que academia nenhuma lhe daria. Henrique pensava divertidamente.

Depois de um tempo deu-se inicio a uma dança mais ritmada e as estocadas foram tomando cada vez mais velocidade e profundidade. Uma louca intensidade. Seu membro inchou e cresceu ainda mais dentro dela que, pela terceira vez, sentiu-se demeter, num gozo magnífico, junto à ele que derramou-se completamente em seu interios, em gemidos enlouquecidos. Ofegantes, deitaram um ao lado do outro. Ela mantinha os olhos fechados. Estava mole, não conseguia se mexer facilmente.

Paola mecheu-se encostando sua cabeça no peitoral do mais baixo, começou a traçar com o dedo as tatuagens na pele de Henrique, que agora encarava seus olhos.

"Me desculpa." Henrique sussurrou e Paola levantou seu olhar

"Pelo o que?" ela sorriu timidamente

"Eu não pensei. Você não sabe o desespero que me bate quando penso ficar sem você.. Me desculpa.." ele acariciou seus cabelos ondulados

"Está tudo bem, Fogaça. Me desculpa também, oke? Deveria ter te contado antes se eu soubesse da minha "recompensa"! " Paola disse divertida

"Eu te amo." Henrique confessou selando seus lábios

"Eu te amo, coração."

Henrique a abraçou puxando o pequeno edredom em cima do sofá, ficando assim por um bom tempo até lutarem para sair daquela posição tão aconchegante para ambos.

"Você odiava o Fogaça pelos sustos que ele te dava?" Mítico perguntou aproximando-se do microfone

"Não.. eu amo o Fogaça. Mas ele me assustava de verdade, porra, de verdade!" Ela o respondeu com um sorriso

Paola segurou firmemente o controle em suas mãos enquanto as lágrimas ardentes insistiam em cair. Desligou a televisão caindo em seu terrível choro, abraçando uma almofada que havia seu cheiro amadeirado.

Semper in aeternum coniuncti amoris. Traduzido como "Ligados para sempre em eterno amor."




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