Capítulo 2 - Esperança é a tortura que mais dói.

83 5 6
                                    

–  Ação. – Marisa falou pelo microfone, ecoando pelos corredores do estúdio.

Ambos posicionados, dá-se o primeiro episódio da primeira temporada profissionais de 2024.

Ana Paula Padrão inicialmente deixou que os participantes conversassem animadamente entre si, até chegar no seu pequeno palco, o que não tardou a acontecer.

.. sem mais delongas, para a prova de hoje, teremos a visita do incrível chefe e empreendedor: Alê Costa. — Ana Paula anunciou levantando suas mãos para a porta

A mulher batia palmas para o homem que adentrava o estúdio do MasterChef Brasil, assim como os demais, porém desviou seu olhar brevemente para o palco quando sentiu uma respiração descontrolada vir por aquela direção. Não que não estivesse acostumada – e não que se fora normal – mas reconhecia a respiração fora de ordem que Henrique Fogaça soltava.

Voltou a sorrir avistando o homem mais alto se aproximar de si, desviou seu olhar repentino voltando para o foco. O cumprimentou fazendo com que o homem andasse até o palco onde os chefes estavam, Alê repetiu a ação da mulher com os chefes, ficando ao meio de Helena e Henrique.

Chef Alê, é um prazer tê-lo novamente aqui no MasterChef, obrigada por aceitar o convite.

Será sempre um prazer estar nesse ambiente tão caloroso e divertido que é o MasterChef, Aninha.

Alê Costa iniciou o serviço explicando como a prova seria, sendo seguido pelos chefes, que não tardaram a ajudar. O trabalho seguia calmo e não havia uma grande pressão encima dos participantes — que agradeceram fielmente aos santos. A não ser por Henrique.

O homem tatuado estava à pilha de nervos assim que o programa se iniciou naquela noite. Era notável em seus olhos o quão abalado estava e o quão cansado aparentava estar. A equipe não entendia e tampouco seus amigos o motivo que o levasse à essa aparência. Ao menos sabiam mas não custavam a acreditar. A gravação encerrou-se quando Marisa ecoou sua voz em bom som "Fim da gravação."

Ele se dirigiu-se até seu camarim com Jacquin e Alê, conversando sobre algum assunto que não o entretia. Agora, sentados e sorridentes, Henrique levantou-se deixando os homens sozinhos, saindo até o camarim vizinho: o de Ana Paula. Bateu na porta antes que se fosse aberta e escutou a voz tão reconhecida por ele murmurar um "pode entrar."

Na, posso conversar com você? Tô precisando. – Henrique confessou adentrando o camarim da mais baixa.

Pode sim, amigo, o que aconteceu com você? Percebi que você estava meio abalado na gravação de hoje. – ela perguntou.

Se loco.. 'cê tá que tá, hein? – Ana Paula sorriu afastando-se.

A jornalista puxou uma cadeira para o seu amigo sentar-se à sua frente, continuou – A gente é família, entendeu, né? É claro que eu ia prestar atenção.

Hoje eu pensei na Paola, em como éramos próximos, em como a gente se entendia só no olhar. Igual cê falava, tá ligada? – Ele sorriu apoiando seus braços nas pernas, olhando pra baixo. Ana Paula franziu o cenho, mas deixou que ele continuasse, sabendo que é uma das únicas vezes que ele desabafaria sobre esse assunto. — O amor da minha vida.. – ele sorriu de canto – O amor da minha vida é aquele que me transformou um pouco a ponto de me marcar com unhas, ou o sorriso ou com brasa, o que já tínhamos em costume, ou por ter se feito casa, por ter ficado comigo quando nem eu mesmo ficaria e 'cê sabe o porquê. – ele respirou fundo levantando seu olhar — O amor da minha vida têm sido ela em todos os dias que eu acordava e a via. Ela era e continua sendo, mesmo não estando aqui, a primeira e a última coisa do meu dia, tá ligada? Eu só penso em como ela deve estar. Não tem casca, não tem roupa, não tem poeira pra baixo do tapete e mesmo assim ela ficava. Ficava por mim, mas eu sei que era muito mais do que "mim". – Henrique passou os dedos em seu olho, limpando a lágrima que insistia em cair de seus olhos.

Ana Paula aparentava estar atenta aos detalhes que Henrique a contava, mordeu seus lábios evitando falar algo, com pesar, ele continuou.

Eu nunca tinha sentindo isso por ninguém. Nem pela minha própria esposa. Era um sentimento desconhecido por mim, até então, mas que virou tão conhecido pelo meu coração em pouco tempo. Senti um medo antecipado, começava a abraçá-la do nada no meio da noite. Mentia que era pesadelo, mas não é. Antes fosse. É que quando eu as coisas não tão bem, mesmo que nada 'memo indique o fim, 'cê aproveita os dias como se fossem os últimos, e eu tentava aproveitar, mesmo sabendo que o fim se aproximava. Essa ideia de tudo acabar me assombrava porque a Paola tava distante, – Henrique confessou desviando seu olhar, ele continuou – mas ainda tinha uma esperança dentro de mim, uma pequena esperança que ela não ia me deixar. Foi mais cedo. Foi quando ela estava distante demais para me contar como estava se sentindo, foi quando ela voltou à protestar contra o nosso amor, quando eu olhava pro outro lado da cama e estava vazia. Eu amo ela, Ana, eu amo ela. Não consigo desamar. Ela tá em todo lugar, em todos, todos, menos do meu lado e isso dói tanto aqui. A esperança tá sendo a tortura mais dói, Ana, dói tanto. – ele se aproxima pegando suas mãos, segurando-as forte, perguntou: – O que eu fiz de errado pra perder ela tão rápido, hein?

– Henrique, você não..

Ana fora interrompida pelo barulho estridente que a porta fazia do lado de fora, não protestou, tentando voltar à falar.

As bochechas se tornaram quase roxas e ela pareceu ponderar, mas, no fim, abandonou as próprias incertezas e respirou fundo antes de fazer algo. As mãos trémulas alcançaram a fechadura da porta, abrindo-a rapidamente, assim como ela ansiava. A barreira antes tão forte se dissipou rapidamente. Deu três passos para dentro até que estivesse de frente com seu corpo quase-pálido, bem mais alto e de músculos definidos. Olhou-o de baixo a cima e comprimiu os lábios. O seu racional gritava para que ela saisse dali e o deixasse sozinho com Ana Paula, mas, no entanto, o seu coração – aquele que batia tão desesperado que poderia parar a qualquer momento – a ordenava a abraçá-lo fortemente e o agradecer. Ele a olhou, tentava decifrar o que seus olhos o queriam dizer, mas nada teve.

E o bom filho a casa sempre retorna, ? – Helena brincou com ambos tentando acalmar os ânimos que pareciam saltitantes naquela sala tão pequena.

"O amor da minha vida."

Olá, guapas e guapos! Tudo bem com vocês?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Olá, guapas e guapos! Tudo bem com vocês?

Confesso que esse capítulo não era para ser postado, mas com a insistência do meu queridíssimo melhor amigo, estou postando. Espero que vocês gostem desse capítulo – porque a pressão que eu sofri para terminá-lo foi enorme – e me desculpem os erros ortográficos tão aparentes. Ainda estou me acostumando com isso. E, Theo, espero que você chore com todos os parágrafos desse capítulo, mesmo que seja pouco. 

Besos, abraços e uma boa leitura para todas (os) vocês 💀⚡️


Lágrimas Ardentes Onde histórias criam vida. Descubra agora