Golpe Baixo | Lestappen

Capítulo 4: Onde Queres Descanso, Sou Desejo

Fiquei com vergonha de postar esse capítulo, então vou publicar e ir dormir.

Aviso: Este capítulo contém conteúdo sexual explícito que pode não ser adequado para todos os leitores. Se você se sentir desconfortável com esse tipo de material, recomendo que pule este capítulo. Por favor, cuide de seu bem-estar e leia de acordo com seus limites pessoais!

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Estou sentado na extremidade da cama, no quarto de hotel de Max. À plena madrugada pós festa, envolvido por uma iluminação suave. Ele não fez questão de acender as luzes, e sinceramente, era melhor assim. Nossa vergonha ficava de certa forma escondida pela penumbra.

O ambiente, de decoração minimalista, me fazia sentir falta de algo. Não tinha nenhum traço da personalidade de Verstappen, além do caos. A cama desfeita ocupava o centro do cômodo, enquanto a mala aberta estava jogada em um canto, com roupas espalhadas ao redor. Muitas roupas. A janela, parcialmente aberta, deixava entrar uma brisa fresca que balançava suavemente as cortinas brancas. Quero me jogar por aquele pequeno espaço de onde o ar está entrando. Por que estou aqui? Não faço ideia do que dizer a ele. O silêncio entre nós é quebrado apenas pelo som distante do trânsito noturno da cidade, e fico angustiado com isso.

Max está na outra ponta do colchão, e ambos evitamos contato visual. Ele esfrega as mãos nervosamente sobre as pernas, enquanto eu olho fixamente para o chão, incapaz de formar uma linha de raciocínio coerente. Sinto falta do álcool e da clareza ilusória que ele havia me concedido, apenas algumas horas antes. Tínhamos chegado até ali após um breve e constrangedor momento na porta, onde meu amigo, — talvez agora colega, apenas rival ou algo mais — ainda meio adormecido e confuso, abriu caminho para eu entrar. Caminhamos lentamente para a cama, sem nenhuma palavra dita, só gestos e olhares. Eu, covardemente, apenas o segui.

Respirei fundo, tentando encontrar a coragem para quebrar o gelo.

— Max, sobre o que aconteceu esta noite... — comecei, minha voz quase inaudível. — Eu não me arrependo, mas não podemos ignorar o fato de que foi impulsivo. Estamos em momentos diferentes das nossas vidas, e não quero complicar as coisas para nenhum de nós.

Não estou certo sobre o que estou dizendo. Busquei o que aparentou ser mais racional, ponderando a nossa situação. Nós temos namoradas, reputações e uma pressão midiática absurda sobre nossas carreiras. Eu não posso desconsiderar essas circunstâncias puramente por causa dos lábios rosados e beijáveis do meu rival. Mesmo que eu queria, e eu quero, demasiadamente.

Max olhou para mim, e ao ver a seriedade em seus olhos, meu coração apertou. Ele sabia que eu tinha razão, mas não podia evitar sentir um peso de tristeza e eu vi em seu rosto que era mútuo.

— Eu sei, Charles — respondeu, sua voz tingida de melancolia. — Você tem razão. Talvez seja melhor manter as coisas simples... vamos esquecer isso.

Assenti, mas a desconforto presente no ar não diminuiu. Ambos sentíamos insegurança e desejo, era inegável a essa altura do campeonato. No entanto, era complicado pensar em saídas sabendo que qualquer decisão que tomássemos teria consequências. Os olhos azuis fitaram os meus, eu sei que ele tenta expressar seus sentimentos sem se expor demais, é o que eu também estou tentando.

— Concordo. Vamos deixar como algo casual, exageramos na bebida. Foi quase uma brincadeira entre amigos — disse, tentando soar convincente, mas minha voz me traiu, cheia de dúvida. — Mas eu quero que você saiba que...

Antes que eu pudesse completar a frase, Max levantou-se em direção à onde eu estava sentado, inclinou-se e me beijou. O choque de nossos lábios continha um desespero desmedido, senti uma leve dor com o baque. Ainda de pé em minha frente, abaixado o suficiente para alcançar minha boca, ele segurou meu queixo e o forçou suavemente para baixo. Em um pedido claro para que cedesse passagem para aprofundar o beijo.