Confissões. | Winrina

• Inconsequentemente

Fazia um tempo que Park Sunghoon se via perdido em um relacionamento frio e doloroso para si, e cheio de brigas. Para melhorar sua situação com base em sua vida com Yu Karina, que deixou de ser sua amada há muito tempo, ele sabia que estava sem saída naquela vida, não pelo fato de Yu ou sua família, mas sim pela mídia e pela sociedade, que eram importantes para a empresa de ambos.

Ele não sabia como sair daquilo ou se levantar daquele momento, mas sabia que alguma atitude deveria tomar, embora não soubesse como e quando.

Ele estava ansioso no sofá da sala de seu apartamento, onde morava com Yu. Ele balançava sua perna, cada vez mais ansioso, com seu terno desabotoado e regata frouxa, servindo sua taça de vinho, com mais uma taça à sua frente, e olhos vidrados no celular. Ele esperava Yu, na tentativa fraca de comemorar seu quarto ano de namoro com ela, sempre tentando reconquistá-la.

Ele não sabia o que fazer. Karina odiava coisas simples ou luxuosas demais; nunca dava para saber o que ela queria, e isso o deixava cada vez mais confuso a cada ano que passava.

Quando o barulho da porta da casa ecoou pelo local, ele se levantou ajeitando suas vestes. Karina estava sorridente, mas quando o viu, seu sorriso se fechou. Ela estava sempre radiante e elegante, com seu vestido preto longo e justo, com abertura nas coxas, e salto alto vermelho escuro, que provavelmente custaria uma vida para alguns. Já não era tão brilhante para o garoto, mas, mesmo assim, ele queria vê-la daquele jeito novamente.

Enquanto ele se aproximava dela, que retirava seu blazer e deslizava os dedos pelos fios escuros, era possível notar que ela não lembrava, ou ao menos sabia, que dia era aquele. Antes de dar um abraço nela, Sunghoon parou e, com as mãos nos bolsos, mudou sua expressão.

- Como foi seu dia, querida? - Ele apenas a questionou, colocando-se à frente das taças de vinho sobre a mesa.

Karina já havia percebido, pelo jeito de seu companheiro e pelo olhar de cachorro perdido, que ele estava mal e escondendo algo, mas, por algum motivo, ela não se importava.

Ela apenas se aproximou dele e arqueou as sobrancelhas, olhando para o espaço vazio na mesa, acompanhado de duas taças e um vinho.

- Há algo importante hoje? - ela o encarou, mantendo seus olhos escuros fixados nos dele. - Te avisei que ia demorar hoje porque a Minjeong ia me trazer, não avisei?

Ele apenas afirmou com a cabeça e abriu um pequeno sorriso em seus lábios, avermelhados na mesma intensidade do vinho.

- Avisou sim, e... - ele desviou o olhar, mantendo-se sério por um instante, sentindo o olhar da morena queimando sobre si. Já havia percebido que ela havia esquecido a data tão especial para ele.

- E?... - se aproximando dele, ela ditou, pressionando-o cada vez mais.

- Pensei que você estaria cansada do trabalho, sabe? E pensei em tomarmos vinho juntos, o que acha?

Ela desviou o olhar, virando-se de costas para ele, ainda desconfiada, e se dirigiu ao quarto.

- Você deveria saber que odeio tomar vinho em dias normais, sem ao menos um motivo que me deixe com tesão ou interessada no assunto, certo? - Ela falava a cada passo percorrido, acabando cada vez mais com seu companheiro de vida.

Ele apenas afirmava com a cabeça e sentava-se no sofá, servindo mais uma taça de vinho, passando os dedos pelos cabelos claros, sentindo-se cada vez mais desprezado naquela vida que decidiu ter. Afinal, parecia que eles apenas dividiam o local; nem a cama, nem a mesa eles dividiam mais.

. . .

Ja era tarde da noite, quando Sunghoon estava deitado no quarto de hóspedes, aparentemente, Karina estava com muitas dores em seu corpo por ficar o dia inteiro caminhando por um de seus shoppings, e ficar duas horas sentadas em uma reunião, era estranha aquela situação, Karina nunca demonstrou muito sentimento pelo garoto, mas a cada dia que passava só piorava.

Ele estava no celular com Heesung, seu melhor amigo, conversando por horas, Heesung era um galinha as vezes, mas era maduro o suficiente para ajudar o seu amigo naquela situação.

- Eu não sei mais o que fazer, Hee. Ela é uma mulher difícil, eu sempre amei isso, mas agora, detesto. - com sua voz suave, ele cochichava pelo seu celular o mais baixo que podia.

- Caramba cara, sempre falei que a Karina ia bagunçar sua mente, ela é a típica mulher de fases.

Heesung, do outro lado da linha, deixava seu amigo mais confuso do que o mesmo imaginava, Heesung tinha falava estranhas, e o jeito de achar que era especialista em mulheres, de fato era um pouco, mas não o tanto que se considerava.

- Como assim...Mulher de fases? - Questionou o mesmo.

- Agora entendi por quê ela não te quer mais... - um silêncio abitou a linha telefônica entre ambos, Heesung segurava sua risada, e Sunghoon esperava a conclusão daquilo.

- Porquê...? - e um simples sussurro, Heesung o respondeu.

- Porquê você é brocha! - A risada estourou os ouvidos de Sunghoon que não teve reação concreta para aquela situação, mas logo foi parada, e a volta de Heesung se manteu na chamada. - Agora vou te explicar.

- Fala logo, já to ficando com sono. - o mesmo ditou de forma lenta, soltando o bosejo, esperando que pelo menos uma frase de Heesung o ajudasse em sua vida.

- Sabe cara, eu conheço a Karina muito antes de você. Ela me ajudava na aula de química, e foi ela que me ajudou a ficar com aquele pedaço de mal caminho da Aeri. - Sunghoon já estressado, arqueou sua sombrancelhas olhando para tela do celular.

- Vai direto ao ponto, Heesung. - Afirmou, revirando seus olhos, e ainda pensando sobre tudo, mesmo enquanto Heesung abria sua boca durante aquela noite dura e extensa.

- É o seguinte, a Karina provavelmente nunca foi apaixonada por você, pelo menos na minha teoria não, quando ela estava com você, cara, era totalmente diferente do jeito que ela ficava perto da Snow, Winter, sei lá, alguma coisa haver com inverno. - Heesung não parava, mesmo que Sunghoon tentasse o interromper, Heesung parecia que estava soltando tudo que estava guardado a um tempo para si, de fato, típico do Heesung.
- Ela era bem bonita, mas, Não sei. Karina sempre muda quando está perto de cada pessoa específica, entende? Por isso uma mulher de fases, e por isso ela é diferente com você. - Apartir Dali, a voz de Heesung parou, esperando uma resposta de seu amigo

- Essa Winter, seria a Minjeong? -Com um tom de interesse, Sunghoon parecia disposto a ficar mais tempo naquela conversa.

- Essa não é a questão. Você tem que sair dessa vida, vai por mim. Eu acompanho isso literalmente de perto, você vai acabar ficando louco por conta dessa mulher. - e foi naquele exato momento que Sunghoon fez a maior nota mental de sua vida, com as frases de seu amigo.

- Eu vou...pensar. - com sua breve pausa na fala, seguida de um suspiro profundo e um formigamento na garganta, Sunghoon já pensava no que ia fazer

- Vai por mim, mano. Eu vou ter que ir agora, mas a gente se vê no almoço se eu for trabalhar amanhã, você sabe... Tenho compromissos. - Heesung se pegou soltando um leve risada, mas seu amigo continuava quieto, e ele apenas aguardava uma resposta.

Provavelmente sua frases causariam uma grande mudança na Matrix, ou algo que ele acreditasse.

- Ok. Boa noite Heesung. - Sunghoon completou, desligando o celular sem mais ou menos.

Sua cabeça agora entrava em turbulência antes do pouso, Karina, realmente o merecia, ou ele a merecia de fato? Essa era a pergunta que mais o artomentava, mas Sunghoon já tinha seus planos, só precisava os efetuar com calma, e sem deixar a princesinha da JJK de cabeça quente, e irritada ao ponto de acabar com sua vida.

Ele provavelmente estava agindo Inconsequentemente.