• Final, Banal.

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Era aproximadamente oito horas da noite quando Sunghoon e Karina se viam na mesma mesa. Mas diferente de qualquer casal, eles estavam distantes não só em espaço, mas também em suas mentes.

   Sunghoon, pensando em como efetuaria o término à frente da princesa de uma das maiores empresas da Coreia, que poderia acabar com sua vida muito fácil. Afinal, ele era apenas um novato no mundo dos negócios.

Já Karina, só pensava em como concluiria contratos e em como se livraria do estresse que tanto orbitava sua mente. Seu namorado a sua frente a deixava mais irritada por simplesmente não abrir a boca. Mas a existência dele a deixava menos solitária.

Ambos só queriam preencher um vazio.

  Karina já tinha acabado seu prato quando sua empregada retirou os pratos da mesa por sua ordem. Sunghoon revirou os olhos, deixando perceptível para a garota de olhos escuros fatais.

—  Por que estava revirando os olhos, Park?  —  ela apenas o questionou sem ao menos encará-lo, deixando seu tom de voz sério e perspicaz.

—  Eu ainda não havia terminado, você poderia ter esperado, sabe?  —  o garoto, calmo, se levantou e dirigiu-se ao quarto, deixando-a um pouco irritada com sua simples ação.

 —  Como você quer crescer naquela empresa? Sabia que em jantares sérios e de negócios, você não pode demorar tanto com um simples prato, Sunghoon?  —  ela disse seguindo-o, impondo-se com os braços cruzados logo atrás do garoto.

—  Caralho, Karina! Por isso você acaba perdendo as pessoas, por só pensar nessas coisas idiotas.  —  Assim que se virou, Sunghoon com suas sobrancelhas franzidas e mãos apoiadas na cintura, já com o tom de voz aumentando, refutou a garota à sua frente.

—  Você vai levantar o tom de voz? Você escolheu essa vida comigo, Park, então ature. Estou falando fatos para você, apenas leve em consideração!  —   Karina elevava sua voz a cada passo que se aproximava de Park, que já se via em seu apice.

 — Eu simplesmente cansei de você, cansei dessas brigas, de ser apenas um troféu... Eu só cansei!  —  O garoto virou-se antes de mais alguma fala de Karina e entrou para seu quarto, batendo a porta na cara da jovem.

Aquela não era a primeira briga, e sim a quarta em uma semana.

Eles viviam aquilo como uma rotina, e por mais que Karina não quisesse aceitar, Sunghoon estava certo. Mas ela nunca admitiria por seu ego.

Então, ela apenas se dirigiu também ao seu quarto, que ficava no começo do corredor, diferente do de Park, que ficava no final. Realmente, estavam cada vez mais distantes.

  Sunghoon só esperava Karina dormir para ele se despedir de sua amada, que nunca o amou e provavelmente só o usou para agradar sua família. Ou talvez não, mas a cabeça de Park estava cheia de paranoia e o peito cheio de dor.

  Ele arrumava suas malas com os olhos cheios de lágrimas. Passou o dia inteiro arrumando tudo para sair daquele lugar. Ele queria conversar com Karina, mas não tinha coragem e muito menos psicológico para aquilo. Afinal, todos sabiam que Karina era uma mulher difícil.

  Quanto mais pensava, mais ficava intrigado se continuava com aquilo ou melhorava sua mente. Era óbvio a melhor opção naquilo tudo.

As horas passavam e Sunghoon faltava acabar com suas unhas, esperando dar sua hora olhando a tela do celular. Um carro o buscaria em alguns minutos.

E então a hora chegou e dali ele saiu. As luzes apagadas, todos os empregados já haviam saído do seu expediente. A iluminação do quarto de sua futuramente ex-namorada estava apagada e o silêncio predominava no apartamento de luxo onde ele habitava há tanto tempo.

  Antes de sair, ele deixou uma carta em cima da mesa da sala de estar, deixando óbvio o que queria. E nela dizia:

"Yu Jimin, acho melhor encerrarmos nossa história aqui. Acho que já passou da hora disto acontecer. Pode deixar, eu anunciarei à mídia. Sei que você lidará bem com isso. Esse é nosso final, banal. Espero que siga bem sua vida. Adeus."

  Frases que provavelmente iam ferir o ego da garota.

Assim, Sunghoon deixou seu lar. De manhã, provavelmente a Coreia ia ficar movimentada pelo término do casal mais amado do país, e o que mais aparentava ser sincero, mas como muitos, era só uma farsa.

   Assim que o sol raiou, machucando os olhos de Karina, que se levantou ainda resmungando por ser acordada por seu descuido de deixar as cortinas abertas, e escancaradas.

  Ela apenas se levantou, indo direto para o banheiro da sua suíte, e tomando um longo banho, e se arrumando para seu dia de folga. Ela havia tirado para celebrar o aniversário de Ning Yizhuo, junto de Aeri e Minjeong.

  Com sua calça larga, um sapato que custaria uma casa, ou até uma mansão, o colar que havia ganhado de Minjeong que continha sua inicial, e uma regata curta e justa que a deixava extremamente linda, despojada e estilosa ao mesmo tempo.

VEla estava prestes a sair, mas a sua empregada, que ela via estava com uma cara fechada e expressão de preocupação, foi até sua senhora.

—  Senhorita Yu, tem um minuto? — disse a senhora, carregando uma carta nas mãos.

 — Claro, Senhora Choi. O que houve? — ela disse, parada à frente da porta que estava prestes a abrir, antes que sua empregada a chamasse.

— O senhor Park... eu não o vi hoje, e bem, achei esta carta quando fui arrumar o seu quarto...  —  a Senhora Choi apenas deixou a carta nas mãos de Yu, que confusa, decidiu ler o pedaço de papel antes de dar partida em seu carro.

—  Hum... Sunghoon e seu jeito de agir como criança, irritante. — Ela abriu a porta de seu apartamento, dirigiu-se até o elevador e apertou o botão para a garagem, onde ela guardava uma BMW esportiva e branca, reluzente.

  Não demorou muito para que ela estivesse em seu carro, à frente do volante.

  Ela pegou a carta, de fato curiosa e não apreensiva. Mas quando leu a carta, com a caligrafia reconhecível de seu agora ex-namorado, ela sentiu seus olhos se encherem de lágrimas. Não por amá-lo ainda, mas pelas frases e palavras que havia trocado com ele na noite anterior. Ela sentiu as lágrimas escorrerem, o nó em sua garganta e sua voz falhar com soluços. Estava agora realmente abalada.

  Ela poderia ir para o aniversário de Yizhuo, mas ficaria com a cara fechada e acabaria irritada. Poderia ligar para Aeri ou para a própria Yizhuo, mas elas acabariam ficando tão mal quanto ela. Yu não queria mesmo estragar o aniversário de sua amiga.

  Sua única opção era sua mãe, que teria um surto, ou a pessoa que ela não sabia, mas que seria a que acabaria com todos os seus problemas e estresse.

Kim Minjeong.

   A única que a ajudaria ajudaria após esse término tão brutal para seu coração.

Confissões.  |   WinrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora