•Capítulo 3: A Busca pela Verdade

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Ana Clara e Alexandre deixaram a biblioteca juntos, com o peso das revelações recentes pairando sobre eles. O ar da manhã estava fresco, mas a tensão entre eles era palpável. Eles sabiam que cada passo que davam os aproximava de um confronto inevitável com a Ordem das Sombras.

"Precisamos de um lugar seguro para examinar os documentos," disse Alexandre enquanto caminhavam pelas ruas tranquilas da cidade. "Você tem algum lugar em mente?"

Ana Clara pensou por um momento. "Há um apartamento que meu pai usava como escritório secreto. Ele sempre dizia que era um lugar seguro para guardar informações sensíveis. Eu raramente vou lá, mas ainda tenho as chaves."

"Ótimo," Alexandre respondeu. "Vamos para lá."

O apartamento ficava em um bairro antigo da cidade, em um prédio discreto que passava despercebido por muitos. Ana Clara abriu a porta e os dois subiram as escadas até o terceiro andar. O apartamento estava empoeirado, com móveis cobertos por lençóis brancos. No canto da sala principal, havia uma escrivaninha antiga, onde ela guardara os documentos dos pais.

Ela retirou um maço de papéis amarelados de uma gaveta secreta e os colocou sobre a mesa. Alexandre começou a examiná-los cuidadosamente, seus olhos correndo pelas páginas com uma intensidade feroz.

"Esses documentos são exatamente o que precisamos," ele disse, após alguns minutos de silêncio. "Eles detalham transações financeiras, nomes de membros da Ordem e operações clandestinas. Se conseguirmos divulgar isso, podemos desmantelar a organização."

"Mas como vamos fazer isso?" Ana Clara perguntou, sentindo uma mistura de medo e determinação. "A Ordem tem poder e influência. Não será fácil expô-los."

"Conheço algumas pessoas que podem nos ajudar," Alexandre respondeu. "Antigos aliados que, assim como eu, querem ver a Ordem destruída. Mas precisamos ser cuidadosos. Cada movimento deve ser calculado."

De repente, um som vindo do corredor os fez congelar. Passos. Alguém estava se aproximando do apartamento. Alexandre rapidamente se levantou e olhou pela fechadura da porta.

"Temos companhia," ele sussurrou, voltando-se para Ana Clara. "Provavelmente agentes da Ordem. Eles devem ter nos seguido."

Ana Clara sentiu o coração disparar. "O que vamos fazer?"

"Temos que sair daqui, agora," Alexandre disse, pegando os documentos e colocando-os em uma mochila. "Pelo fundo do prédio. Rápido!"

Eles correram até a janela dos fundos, que dava para uma escada de incêndio. Com cuidado, desceram até a rua estreita abaixo, tentando não fazer barulho. Quando chegaram ao chão, ouviram a porta do apartamento sendo arrombada acima deles.

"Vamos," Alexandre murmurou, pegando a mão de Ana Clara e correndo pela rua. Eles precisavam encontrar um novo esconderijo antes que os agentes da Ordem os encontrassem.

Depois de correr por várias quadras, entraram em um beco e pararam para recuperar o fôlego. "Precisamos de um plano," Ana Clara disse, respirando pesadamente. "Não podemos continuar fugindo para sempre."

"Eu sei," Alexandre respondeu. "Mas primeiro precisamos nos reagrupar e encontrar nossos aliados. Tenho um lugar onde podemos nos esconder temporariamente. Vamos para lá."

Eles seguiram em direção a um antigo armazém abandonado nos arredores da cidade. Lá, Alexandre havia montado um esconderijo com suprimentos e equipamentos de comunicação. Era um local improvisado, mas seguro.

Enquanto se instalavam, Alexandre começou a fazer contatos com seus aliados. Ana Clara, observando-o, sentiu uma mistura de emoções. Havia medo e desconfiança, mas também uma centelha de esperança. Talvez, juntos, pudessem finalmente enfrentar a Ordem das Sombras e trazer justiça para seus pais.

À medida que a noite caía, eles sabiam que a verdadeira batalha estava apenas começando. Mas desta vez, Ana Clara não estava sozinha. E, com Alexandre ao seu lado, estava determinada a lutar até o fim.

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