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O almirante da marinha, senhor Jong, sentava-se em silêncio na sua mesa de escritório. Trata-se de homem de idade, com seus 52 anos, cabelos pretos e rosto duro. Possui um corpo alto e musculoso, diante dos anos de treinamento servindo a justiça. 

O terno preto de oficial bem alinhado, coberto pelo casaco branco com ombreiras em dourado e azul reconhecendo sua posição de fuzileiro. O nome "JUSTIÇA" escrito em vertical nas costas.

Sua mão fechou em punho, os nós dos dedos saltados pela força posta, quando seus olhos percorreram até a foto pequena no canto da mesa. Nela, seu irmão e cunhada sorriam ao seu lado, durante a cerimônia de casamento dos dois. E com a mesma felicidade desgovernada daquele dia, fora quando seu irmão mais novo, vice-almirante da marinha,  anunciou que teria um filho. Seu sobrinho. 

20 anos atrás, 10 meses após a união de Bhuwakul e Chanthira (pais de Saefan), East Blue

"Onde está Bhuwakul? Kainul, me diga... o que está acontecendo? Onde ele está?"

Jamais esqueceria o olhar suplicante da cunhada deitada na cama. As gotas de suor pelo rosto acusavam o esforço que Chanthira fazia para manter-se consciente e verbalizar a angústia que ardia em sua garganta. Os lenções bagunçados e torcidos pelas mãos da cunhada, enquanto em sua volta, mulheres enfermeiras, corriam de um lado ao outro do quarto com panos ensanguentados e úmidos. 

"Kainul, ele prometeu que estaria comigo... onde o meu Bhuwakul es...está?"

As lágrimas em reconhecimento silencioso manchavam a visão de Chanthira. A hesitação de Kainul, parado a porta. Sem encara-la diretamente nos olhos era uma resposta.  Os gritos dilacerados de dor enquanto dava a luz, misturavam-se aos de aflição e lamento. Naquela noite, apenas alguns minutos após escutar o choro do seu filho, Chanthira fechou pela última vez os olhos. 

 ....

"Almirante Jong, senhor! As notícias que recebemos até o momento da base de operações da marinha em North Blue, é que a tripulação de marinheiros comandados pelo vice-almirante Bhuwakul foi forçada a entrar em conflito armado, senhor." Os dois jovens fuzileiros estavam posicionados lado a lado, respeitosamente em frente a mesa do almirante.

"Durante a madrugada de ontem, enquanto monitoravam os arredores de East Blue foi notado a movimentação dos piratas do bando de Klan, o tirano. O senhor Bhuwakul estava correto na desconfiança que tinha de uma possível aliança formada entre eles e o bando de Ram, o atroz. Os vermes invadiram a cidade portuária de Buri Ram e ocorreu a execução de inúmeros civis."

"Klan, aquele verme maldito!" O som estridente do murro pesado sob a madeira fizeram os dois fuzileiros tremerem por dentro. "Eu vou executar ele com minhas próprias mãos."

Os olhos apreensivos dos dois jovens diante a explosão do almirante tornava os calafrios que vinham de suas botas até o dólmã ainda mais cortantes.

"O... o Klan foi morto, senhor."

Um silêncio caiu sob a sala.

"O que disse rapaz?" susurrou em descrença, levantando-se da mesa.

"A...a informação que tivemos, senhor. É de que... Klan foi degolado pelo ex-pirata, o líder do exército revolucionário: Kiet. Os cidadãos estavam combatendo ao lado deles, senhor."

....

Três  meses após a morte de Bhuwakul. Prisão de Impel Down. Prisão de segurança máxima para os criminosos e piratas mais perigosos.

O almirante desceu até a última escadaria de celas. A escuridão cobria por toda a extensão daquele corredor úmido e frio. Os piores criminosos eram mantidos presos e torturados naquele local, até finalmente receberem a setença da sua execução. A luz do fogo na lamparina acompanhava seus passos como um companheiro silencioso.

Pirates and black diamonds (FREENBECKY)Onde histórias criam vida. Descubra agora