Ilha Bankok, algumas horas antes
"Está quase na hora. Ela realmente veio dessa vez." Wichai Saefan abriu um sorriso, observando da sacada do seus aposentos, o navio ao longe atracado no porto. O traje de vice-almirante alinhado ao corpo.
"Eu não entendo como continua condescendente diante da insensatez dela em ser uma pirata, Sae." Freen murmurou em descontentamento ao possicionar-se ao lado do rapaz. Isso fez com que Saefan olhasse em seus olhos com ternura.
"Você conhece ela tanto quanto eu, Freen. Mesmo que as previsões da imprensa tentem distorcer seus feitos ou que pareça extremamente imprudente" sorriu "Suas ações sempre são puras. A minha posição faz com que eu saiba das notícias cruas, como são." Saefan sorriu ao retornar o olhar ao porto, uma bandeira ao longe atraindo sua atenção. "Ela continua a mesma de quando éramos crianças."
"Oh sim, a mesma de quando éramos crianças? Vejamos: inconsequente, irracional aos deveres como uma dama e extremamente incapaz de não se envolver em brigas? Se não fosse o incidente no QG, ela poderia ser uma almirante como você." Freen disse lasciva, erguendo uma sobrancelha ao rapaz. Isso lhe trouxe uma gargalhada sincera.
"Aquilo foi algo tão não planejado. Céus, ela parecia inclinada em lutar por conta própria com mais de 50 fuzileiros." continuou a sorrir pela lembrança. Tendo o olhar de Freen em advertência. "Bem, então o que lhe aflige é não saber a segurança de Rebecca Armstrong? Ora, daqui uns minutos os bons ventos a irão trazer aqui." Concluiu em falsa seriedade, fazendo Freen acertar uma cotovelada de leve no seu corpo.
O clima pairava leve, até Saefan reparar a mudança sutil quando os olhos da garota desviaram-se do seu olhar e em silêncio vagaram ao horizonte. Saefan fez o mesmo, sentindo as rajadas de vento, em cavalheiro respeito. Sabia que Freen queria lhe dizer algo. E depois de alguns minutos em que ficaram apenas assim, finalmente a garota sussurrou.
"Não conte à ela, Saefan."
"Sim..." voltou seu olhar.
"Eu. Eu... sinto a fragilidade do que sou, serpenteando pela minha espinha. Cada vez mais sufocante, cada vez menos eu. Mas, de minha garganta nada sai, apenas fica o gosto amargo da vergonha que engulo cada vez que me subordino as escolhas da minha avó."
Freen olhou-o em suplica. As mãos indo até a sacada, havia angústia ali. E isso fez com que o marinheiro sentisse o pesar que a garota carregava.
"Por isso, te peço mais uma vez. Não conte para Rebecca."
....Silêncio.
"Freen, anos atrás Rebecca me confidenciou algo que um dia poderam em algum momento, clarear a você a certeza de minhas palavras quanto sua lealdade... Mas, eu entendo. E assim como ela, repito, você não precisa implorar para que eu entenda seus motivos." Saefan sussurou aproximando-se da garota, oferecendo um abraço que foi prontamente aceito.
Um pensamento pairou no interior do marinheiro. Mesmo que seus caminhos fossem tortuosamente diferentes, os três jovens apenas almejavam o mesmo propósito. Liberdade.
....
A ilha de Bankok é uma pequena e simples ilha localizada nas terras banhadas pelas águas de East Blue.
Sua economia por gerações foi sendo dirigida através do conserto e revestimento de navios, tendo os conhecimentos da construção naval sendo passados de filho para filho. E formando o que hoje atrai fiéis clientes a procura do trabalho de seus habilidosos carpiteiros. Os mares impiedosos tornam ainda mais indispensáveis as proteções reforçadas nos navios mercantes, que desbravam-os em procura das cobiçadas especiarias do comércio oriental.
E por sua localização próxima ao oitavo quartel general da marinha (QG-8), Bankok também é responsável por administrar pequenos reparos quando necessários aos navios navais e comercializar com os navios mercantes, as pratas e ouros apreendidas pelo governo naquela área.
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Pirates and black diamonds (FREENBECKY)
Roman d'amourRebecca Armstrong: Uma das piores piratas da sua geração. Peças preciosas são o que busca. Freen Sarocha: A filha de um almirante da marinha com lindos olhos negros, como os de um diamante.