O caminho até a mansão de Laurin foi envolto em um silêncio pesado. Sophie, com o rosto voltado para a janela, observava as sombras das árvores passarem rapidamente, como fantasmas testemunhando sua nova realidade. Quando chegaram, a grandiosidade da mansão não trouxe conforto, apenas intensificou seu sentimento de aprisionamento.Laurin desceu do carro primeiro e abriu a porta para Sophie. Ela saiu devagar, hesitante, seus olhos verdes analisando a imponente estrutura diante dela.
— Bem-vinda à minha casa, Sophie — disse Laurin, sua voz baixa e firme. — Vou mostrar-lhe o lugar.
Eles entraram no grande hall, cujas paredes eram adornadas com quadros antigos e lustres de cristal. Sophie seguia Laurin, os sons de seus passos ecoando no chão de mármore, aumentando o peso do momento.
Laurin mostrou-lhe as salas principais, a biblioteca, a sala de jantar e a cozinha. Cada cômodo parecia mais opulento que o anterior, mas Sophie mal conseguia prestar atenção. Sua mente estava presa na situação em que se encontrava.
Finalmente, Laurin parou em frente a uma porta no andar superior.
— Este será seu quarto — disse ele, abrindo a porta e permitindo que Sophie entrasse primeiro.
O quarto era grande, decorado com móveis antigos e tecidos luxuosos. Uma grande janela oferecia uma vista para o vasto jardim da mansão. Sophie caminhou até a janela, olhando para o exterior com uma mistura de desespero e resignação.
— Vou deixá-la descansar — disse Laurin suavemente, mas com autoridade. — Se precisar de algo, Beatrice e Marilyn estarão aqui para ajudá-la.
Ele saiu, fechando a porta atrás de si. Sophie ficou sozinha, sentindo o peso da nova realidade cair sobre seus ombros. Depois de um tempo, houve uma batida suave na porta e duas mulheres entraram.
— Olá, Sophie. Eu sou Beatrice, advogada de Laurin — disse uma mulher alta e elegante, com cabelos ruivos preso em um coque. — E esta é Marilyn, a secretária dele.
Marilyn, uma mulher de cabelos castanhos curtos e olhos claros brilhantes, sorriu gentilmente.
— Estamos aqui para ajudá-la com o que precisar — disse Marilyn. — Sei que tudo isso deve ser muito difícil para você.
Sophie sentiu as lágrimas começarem a encher seus olhos novamente. Ela tentou falar, mas sua voz falhou. Beatrice e Marilyn se aproximaram, suas expressões cheias de compaixão.
— Você pode nos contar o que está sentindo, Sophie — disse Beatrice suavemente. — Estamos aqui para você.
— Eu... eu não entendo por que isso está acontecendo — disse Sophie, finalmente deixando as lágrimas rolarem. — Meu pai... ele me ofereceu como se eu fosse uma mercadoria.
Marilyn se sentou ao lado de Sophie e segurou sua mão.
— Laurin pode parecer frio, mas ele não é um monstro. Há muitas coisas que você ainda não sabe — disse ela.
— Vamos dar um passeio pelo jardim — sugeriu Beatrice. — É um lugar tranquilo, pode ajudar a clarear sua mente.
Sophie, ainda soluçando, concordou. Elas a guiaram pelo corredor e desceram as escadas até o jardim. Quando chegaram, Sophie ficou surpresa com a beleza do lugar. O jardim era vasto, cheio de flores de todas as cores e uma variedade de árvores e arbustos. Havia uma pequena fonte no centro, com a água jorrando suavemente, criando um som calmante.
— Este é o meu lugar favorito na mansão — disse Marilyn, sorrindo. — Quando as coisas ficam difíceis, eu venho aqui para encontrar um pouco de paz.
Sophie caminhou lentamente pelo jardim, sentindo a fragrância das flores e ouvindo o som suave da água. Aos poucos, seu coração começou a se acalmar.
— É lindo aqui — disse ela, enxugando as lágrimas. — Obrigada por me trazerem.
— Estamos aqui para você, Sophie — disse Beatrice. — Não hesite em nos procurar, qualquer que seja a necessidade.
Sophie sabia que ainda havia um longo caminho pela frente, mas naquele momento, sentiu um pequeno lampejo de esperança. Talvez, com o tempo, ela pudesse encontrar um modo de lidar com tudo isso e, quem sabe, até descobrir algo bom nessa nova vida.
Ao anoitecer
A noite chegou rapidamente, e Sophie estava no quarto, ainda tentando processar tudo o que havia acontecido. Ela ouviu uma batida na porta e viu Laurin parado ali.
— Quero apresentar alguém a você — disse ele. — Venha comigo.
Ela o seguiu até uma sala de estar elegantemente decorada. Sentado em uma das poltronas estava um homem de meia-idade, com cabelos escuros e olhos profundos, parecidos com os de Sophie. Ele se levantou ao vê-los entrar, sorrindo de maneira acolhedora.
— Sophie, este é Alejandro Soarez, meu padrinho — apresentou Laurin. — Alejandro, esta é Sophie.
Sophie sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao encarar Alejandro. Havia algo desconcertante na semelhança entre eles. Os mesmos olhos verdes, a mesma estrutura facial. Parecia como se estivesse olhando para uma versão mais velha de si mesma.
— É um prazer conhecê-la, Sophie — disse Alejandro, sua voz suave e amigável. — Tenho ouvido muito sobre você.
Sophie tentou responder, mas sua voz falhou. Ela simplesmente assentiu, ainda atordoada pela semelhança. Alejandro olhou para Laurin com um olhar que ela não conseguiu decifrar.
— Vou deixá-los sozinhos por um momento — disse Laurin, saindo da sala.
Sophie permaneceu ali, parada, sem saber o que pensar. Alejandro se aproximou, colocando uma mão gentilmente em seu ombro.
— Você tem muitas perguntas, não é? — perguntou ele, olhando fundo em seus olhos.
Sophie assentiu lentamente, sentindo-se como se estivesse em um sonho surreal. O mistério de sua verdadeira origem parecia mais profundo e mais confuso do que nunca.
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The price of love
Fanfiction"Quando se separaram, ambos estavam ofegantes. Laurin acariciou o rosto de Sophie, seus dedos roçando sua pele com uma delicadeza contrastante ao momento anterior. - Você está brincando com fogo, Sophie. - Ele murmurou, mas havia um sorriso em seus...