Os sinos do cemitério soam, o caixão parte para a sua eterna morada... E ficam as lágrimas que anunciam do luto a chegada...
A um barco a velejar sem volta para casa...
Como um pássaro solitário voando por um céu em brasa...
Alguém fala com Deus...
Que ele atenda minhas preces e retire esse doloroso adeus...
Que os ventos carreguem para longe essa saudade sombria...
E as ondas carregarão nossas lembranças para longe de maneira fria...
E tudo que vivemos junto com você ali jazia...
Eu nego!
Não pode o destino permitir tamanha maldade!
Não pode um laço ser partido com tamanha facilidade!
Não pode Deus permitir tamanha crueldade!
Eu não quero que tudo termine assim, esse fim trágico devo mudar! Nesse lago escuro não quero afundar! Desse pesadelo obscuro quero acordar...
Sinto raiva!
O ódio de mim se apossa como a morte que ao meu sofrimento faz vista grossa...
Exijo um culpado, que a felicidade de mim possa ter usurpado!
Tenho ódio de ter tido esperança agora desejo vingança!
Vingança de que?
Não há mais o que fazer, sua vida agora nada irá trazer...
Desejo assim a barganha!
Traga você de volta para mim pagarei o que for até o fim!
Alguém vá negociar com os anjos, de joelhos agradecerei para sempre em prantos!
Eu dou minhas riquezas!
Abdico de minhas grandezas!
Mergulho nas profundezas!
Pregarei pelas redondezas!
Qualquer coisa farei, apenas de solidão esvazie o meu coração...
E traga de volta a minha paixão...
Me tire dessa imensidão...que é a minha aflição... não me deixe aqui sozinho na escuridão!
E assim chega a depressão!
Viver não quero mais, tudo aqui se desfaz...
Eu quero dessa vida partir, e assim a morte com você dividir...
Nunca mais serei feliz, em minhas entranhas a agrura criou raiz...
Nunca mais irei sorrir, sua ausência superar não irei conseguir...
Acabou o amor, acabou a dor, só o vazio exala o seu odor...
Da cama nunca mais sairei, sonhar novamente jamais irei...
Devo aceitar que aquilo que se quebra jamais se concerta...
Pois é... a aceitação!
Você se foi e eu aqui fiquei e esperar minha vez assim terei!
Caminhando sozinho para sempre ficarei e assim aceitarei...
Que da vida nada se levará, que a passagem da vida todo mundo pagará!
Nosso amor, nossas memórias, nossas risadas tudo isso foi em vão?
Compartilhar, amar, sonhar tudo é ilusão?
Nada tem importância já que a morte nos trará a distância?
No fim tudo aquilo de nada serviu...
Tudo que vivemos em um abismo se abriu...
E nossa vida juntos ali caiu...
Amores encobertos!
Olhares incertos!
Corações desertos!
Absortos em uma curva!
Palavras perdidas...
Como lágrimas na chuva...