DECLARAÇÃO

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Comentem bastante. Espero que gostem


Capítulo 18 — Declaração

Jimin sentia os olhos pesados, como se abrir eles exigisse muito mais força do que tinha naquele momento. Sentia o calor e a segurança que o demônio ao seu lado exalava, o deixando com uma sensação de conforto que não combinava com a dor que sentia em seu corpo.

O quarto estava escuro, conseguia sentir o cheiro de alguma erva e Jungkook. Sentia o cheiro de Jungkook por todo lado.

— Acorde pra mim, meu amor. — Ouviu a voz baixa e vulnerável sussurrar perto de seu ouvido, como um sonho distante, que não conseguia tocar.

— Jun... — murmurou, com a garganta seca e a voz quebrada.

Jimin. Caralho. Fique acordado. — O demônio disse apressado, colocando a mão do feiticeiro contra seu peito. — Vamos, lá. Puxe energia.

— Nós estamos mortos? — O feiticeiro questionou perdido pelo recente coma, mal conseguindo manter os olhos abertos.

— É claro que não. Eu jamais deixaria você morrer. — Jungkook reclamou, apertando a mão do seu homem com mais força. — Vamos Ji. Energia primeiro, conversa depois. Você não está em condições de brigar agora, e eu preciso muito gritar com você por quase ter me deixado.

Obedecendo o demônio em seu ombro, Jimin respirou fundo, absorvendo energia vital do demônio, apenas o suficiente para se manter acordado.

— Porra, é tão bom ver seus olhos de novo. — O demônio murmurou com a voz embargada. — Quer dizer, esses olhos, não os olhos pretos, meio possuídos de ontem.

— Milleuir...

— Morto. É claro. — Jungkook bufou por aquilo ainda ser um dúvida do feiticeiro. — Até onde se lembra?

— Não tenho certeza. Lembro dele entrar na loja. Da minha magia não funcionar e então... você.

— Eu? — Questionou Jungkook confuso.

— Você. Você me abraçando e... — Sua voz morreu ao se lembrar de gritos e lágrimas. Angustiado e confuso com a lembrança embaralhadas, se encolheu no abraço acolhedor do demônio. — Está bravo comigo?

A pergunta era carregada de medo. Agora que Jungkook sabia sobre o amuleto, as coisas mudavam. O demônio deveria se sentir traído e irritado por saber que poderia ter sido livre durante todos aqueles anos, se não fosse pelo egoísmo infantil de Jimin.

Entenderia se Jungkook estivesse bravo. Entenderia qualquer reação que o demônio tivesse, mesmo que temesse todas elas.

— É claro que estou. — Rosnou. Irritado, mas contido, com medo de estourar a bolha em que estavam e acordar alguns dos malditos curiosos daquela casa. — Estou furioso com você.

Jimin abaixou a cabeça, sentindo as lágrimas brotarem em seus olhos, sem conseguir se controlar.

— Sinto muito. Sinto muito mesmo, Jun. Eu só... tive medo. — Afirmou com o peito apertado, e as mãos trêmulas.

— Besteira. — Negou o demônio. — Se estivesse com medo mesmo, teríamos ficado em casa. Onde era seguro. Teria mandado Monroe para a casa do caralho quando recebeu aquela maldita carta. Não teria provocado Milleuir enquanto estava indefeso e teria ficado acordado, quando eu pedi que ficasse. — Repreendeu emburrado.

— O que? — Confuso e perdido, Jimin o encarava sem conseguir juntar as peças. — Mas Jun...

— Eu fiquei apavorado, Jimin. — Segredou como uma confissão. — Já senti muitas coisas ruins na vida, mas nunca algo tão horrível quanto o medo de te perder. — O demônio afundou sua cabeça no pescoço do feiticeiro, se sentindo miserável ao pensar em um dia não tê-lo mais ali. — Não pode fazer isso comigo. Não depois de tudo.

SWEET DEMON - JIKOOK | LIVRO 5 | SWEETOnde histórias criam vida. Descubra agora