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Ministério de Minas e Energia adverte:
A linguagem desse capítulo não é recomendado para todos os públicos.

Norris deu alguns ajustes no terno. Ele queria estar impecável, embora seu humor estivesse por um fio e o cansaço de uma corrida exaustiva ainda persistisse.

Quando ele se apresentou na recepção, a moça falou alguma coisa aleatória. O rapaz apontou para uma frase em inglês e ela rapidamente se corrigiu.

- Sorry, Good night Sr...- ela prosseguiu com o falatório de boas vindas e perguntando se havia uma reserva.

Lando olhou para o interior do local como quem procura alguém. Na realidade o que ele mais queria era ser achado. Quando seus olhos correram por todos os presentes pela divisória de vidro, avistou uma figura muito familiar sinalizando com as mãos.

- Norris, Lando Norris. - Ele diz sem prestar atenção mais na recepcionista. Piscava os olhos, descrente do que via.

- Ah, yeah. - A mulher o direcionou até o interior do restaurante e apontou a dita mesa.

Lando sentou na mesa indicada como se estivesse sendo flagrado traficando drogas.

- O que está fazendo aqui?!- ele pergunta raivoso para a segunda pessoa em tom de ameaça. Olha para todos os lados como se todos estivessem o encarando.

Mas a fórmula 1 já não era tão ridiculamente famosa naquela parte do globo a esse ponto. Lando ali não passava de mais algum homem aleatório e desconhecido.

- Achei que era meu encontro! Cadê a pessoa? - ele segue sussurrando como se fosse segredo de Estado.

- O que há? Nem um 'boa noite' eu mereço?

- Não! Não agora! Cadê a pessoa?

O outro homem ri um pouco nervoso e trata logo de chamar o garçom como se isso fosse acalmar Lando.

Então Norris ficou em silêncio, recostou-se no espaldar da cadeira e ficou a esperar pensativo: seja a pessoa, seja uma resposta; encarava o outro com olhos mortais.

- Carlos Sainz Jr.- Lando bradou com certo ódio. - Que espécie de brincadeira de mal gosto é essa?

Carlos escolheu o vinho pacientemente, talvez demorando mais que o normal para não ter que encarar o inglês. Quando finalmente o garçom foi embora, Sainz respirou fundo.

- Lando olha. - Ele começou muito calmamente. - Eu sei que te prometi um encontro com um cara...

- quando ele chega?- Lando batia os dedos sobre a mesa com relativa força, ele estava irado.

- Eu sou o cara. - Carlos tentou explicar.

Lando deixou um sorriso sarcástico escapar e negou com a cabeça. - Que brincadeira de mal gosto.

Carlos estava com um sorriso  amigavelmente.- é, eu sei que fiquei esse momento inteiro em silêncio, mas não conseguia dizer pra você...

Norris inspirava e expirava enquanto contava até 10 mentalmente. Ele endireitou a postura na cadeira e via Carlos com olhar de desprezo.

- Depois de tudo o que passei hoje. - Lando começa. - Você me faz vir em um restaurante, em um país totalmente alheio para nós dois, em uma parte da cidade que eu nunca tinha andado antes. Depois de quase 6 meses sem falar exatamente nada...

- Não consegui-

- Eu não terminei! - Lando aumenta levemente o tom de voz para depois "se recompor". - Quando chego aqui, em vez de ser alguém, é você me pregando uma brincadeira. Esperava mais de você, Sainz. Logo você que sempre foi meu amigo... vem cá, fiz algo contra você?

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