05

259 33 28
                                    

❝ O que você faz fala tão alto que não ouço o que você diz. ❞
— Ralph Waldo

Enquanto os últimos alunos saíam apressados pelos corredores, Kotaro e eu nos dirigimos à pequena sala do conselho.

— Você também vai querer um copo de café? — Sugeri, abrindo a porta da sala, Kotaro assentiu com um sorriso concordante.

Sabia decisão a minha de pedir a cafeteira antiga da cantina. Eu era bastante próxima das cozinheiras e quando fiquei sabendo que iriam trocar a máquina velha, pedi gentilmente para que emprestasse à mim.

Enfim, não demorou para que aroma reconfortante começasse a se espalhar pelo ambiente. Sentados lado a lado, tomamos o café quente.

— Seu café é o melhor, Sato-san.

— Muito obrigado. — Sorrio em resposta.

— De verdade, onde você aprendeu a fazer um café tão bom?

Nem te conto.

— Bem, minha mãe me ensinou. — Menti, era óbvio que isso foi por conta de trabalhar no Maid.

— Entendo. — ele deu mais um gole na xícara — O reitor me chamou hoje na sala dele.

— Imagino que ele vá dar mais trabalho pra gente.

— Isso mesmo. Ele falou que teve problemas no início do ano com o clube de vôlei.

— Clube de vôlei, ein...

— Sim. Quando nós finalmente nos livramos da papelada, ficamos de babá dos clubes.

— Qual foi a reclamação do reitor? — Coloquei a xícara na boca, enquanto saboreava calmamente o café.

— Sabe, aquele incidente que todo mundo comentou no começo do ano? O calouro que derrubou a peruca dele... — Antes que Kotaro terminasse a frase eu cuspi todo o líquido e comecei a rir.

— Não creio! Ele ainda não esqueceu disso? — Coloquei a mão na boca tentando segurar o riso.

— Sato-san... mais respeito.

Pigarreio — Foi mal. Não tenho nada contra carecas, mas foi muito engraçado quando ouvi isso.

— Basicamente, ele quer que você fique monitorando o clube de vôlei.

— Quê? — Pergunto, mesmo após ter ouvido claramente a frase.

— Você tem que monitorar o clube de vôlei.

— Você tá brincando, não é?

— Não. Foi isso que ele pediu. — O garoto de cabelos castanhos se mantinha sério na minha frente.

— Mas já faz meses desde que isso aconteceu!

— Sim, apesar do clube estar colhendo bons frutos, não se sabe se a dupla de calouros estão colaborando. Inclusive, ouvi um rumor de briga.

— Que saco... — apoiei minha cabeça nas mãos — Então, basicamente só tenho que olhar eles?

— Pelo o que eu entendi, é isso.

— Mas e se eles se comportarem só quando eu estiver olhando?

— Aí eu não sei. Só que pensa bem, é um trabalho bem simples, comparado a papelada.

— Hmpf, tem razão.

A verdade é que eu só não quero ir porque o Tsukishima vai estar lá.

— Mas é meio estranho você se amarrando para não dar bronca nos alunos.

𝗥𝗜𝗩𝗔𝗟𝗦, Tsukishima KeiOnde histórias criam vida. Descubra agora