Capítulo único

277 35 25
                                    

Regulus Black nasceu em berço de ouro.

O menino era o caçula da família, e nada, nada tinha faltado em sua criação. Nada material, é claro. Seus pais sempre fizeram questão de que os irmãos Black tivessem tudo do melhor, e ambos eram mimados ao extremo.

Apesar disso, havia quem pudesse dizer que este comportamento era uma forma de compensação pela ausência deles na vida dos próprios filhos, esses que ficavam com as babás desde o nascimento, enquanto Orion e Walburga saiam para viagens caras e duradouras, a trabalho ou a passeio. Apenas especulação.

Havia quem dissesse também, nesse caso, os amigos de Regulus, que a ausência de seus pais em sua vida fosse a ação causadora para seu gosto peculiar para homens mais velhos. Quem sabe? Poderia ser só especulação.

Fosse essa ou não a razão, James Potter, o cuidador da Fazenda de sua família, quinze anos mais velho que si mesmo, era um puta de um gostoso, e Regulus faria o que fosse preciso para ter a atenção dele em si- e talvez até algo a mais.

🤠

Regulus queria poder desligar o sol. Já faziam algumas horas que ele e seu irmão estavam no banco de trás do carro, com o motorista da família dirigindo por estradas de terra, e o caçula parecia capaz de explodir a qualquer minuto.

Mesmo com o ar condicionado ao máximo, o calor ainda era insuportável, e os trancos que o carro dava ao passar pelas pedras e pelo chão disforme já estavam deixando o garoto muito, muito irritado- e eles nem haviam chego na maldita fazenda.

Falar que o menino não estava animado com a viagem era eufemismo. Ele odiava roça, caipiras, animais, o sol e seu irmão. O quão confortável ele estava, indo de encontro a exatamente tudo aquilo?

Acontece que seus pais haviam, mais uma vez, decido sair em uma viagem, de sabe-se lá Deus quanto tempo, Ele as cuidadoras sos rapazes todas estavam indisponíveis na data. Infelizmente, para sua eterna danação infernal, eles não conseguiram mais ninguém que pudesse ficar com o garoto, e mesmo que ele já tivesse seus dezoito anos, seus malditos pais não permitiam que ele ficasse desacompanhado- "não enquanto morar debaixo de nosso teto". Malditos.

Desta forma, só lhe restou a opção de ir com Sirius para aquela roça. Seus pais conheciam e confiavam nos trabalhadores da dependência, e o obrigaram a acompanhar o mais velho.

Sirius, é claro, não via problema nenhum. Sempre vinha para a fazenda da família, e Regulus não sabia o que poderia ter de tão interessante para manter o irmão um visitante frequente. Eles não podiam ser mais diferentes, apesar de tão parecidos.

-Finalmente- ele murmurou, revirando seus olhos ao notar o grande casarão ao qual o carro se aproximava.

Sirius permanecia com fones de ouvido, parecendo apagado ao seu lado, e o menor revirou os olhos com a ideia de ter que acorda-lo. Ele já conseguia sentir seu nariz coçar com toda aquela poeira. Era inacreditável que teria que passar sabe-se lá quantos dias ali.

Há alguns minutos, ele já conseguia ver os pastos da fazenda, com vários animais diferentes, e se perguntava quem será que tinha paciência para lidar com todos aqueles bichos, e pior ainda, manter controle sobre todos eles. Mas isso não importava, já que não pensava em chegar nem perto daquelas coisas- não, com certeza não.

Ao ouvir o som do motor do carro parando e notar que seu movimento havia parado, ele suspira em cansaço e cutuca o irmão na região das costelas, fazendo com que ele acordasse em um salto, assustado.

-Vamos, anda logo.

O mais novo diz, sem dar tempo para receber respostas, logo saindo do carro e batendo a porta. Ele se espreguiça, devido ao longo tempo dentro do automóvel, e encara a fachada da casa. Mas que merda. Pra todo lugar, tudo o que se via era mato. Ele já começará a se incomodar profundamente com a terra em seu sapato, que com certeza custava mais do que todo aquele terreno. Maldita roça.

Cowboy (starchaser)Onde histórias criam vida. Descubra agora