Capítulo 1

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Olá pessoal, essa é a primeira adaptação que faço. Perdoem os erros, boa leitura a todos.

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As palavras continuaram ecoando na cabeça de Camila. Ela sabia que eram para ser uma gentileza, e em seu íntimo ela sabia que eram verdadeiras. Mas mesmo assim, aquelas palavras a fizeram querer gritar.

Genus 6 era um planeta prisão.

Não era uma colônia penal. A Coalizão* havia desistido disso há muito tempo, quando muitos exilados conseguiram escapar e voltar para os planetas civilizados - às vezes até mesmo para lugares tão distantes quanto a Terra.

N/A: Coalizão é um contrato de cooperação entre partidos, instituições ou países, que busca um objetivo comum.

Assim, em vez de colônias, a Coalizão designou planetas inabitáveis como prisões primitivas. A superfície do Genus 6 estava coberta por um oceano volátil que era um veneno para a vida humana. A prisão foi construída abaixo daquele oceano. Mesmo que um condenado conseguisse escapar através das barreiras estruturais e dos guardas, não havia como sobreviver ao oceano.

O Genus 6 era um inferno para Camila.

Havia vários planetas prisão na Coalizão e Camila nunca havia pensado neles. Ela tinha ouvido histórias de terror - como todo mundo - sobre pessoas injustamente encarceradas e permanentemente enjauladas como animais. Histórias como essa não eram incomuns. O Conselho da Coalizão, o órgão governante do espaço civilizado, composto por representantes de todos os principais planetas, não era conhecido por usar a sua autoridade de uma forma justa ou esclarecida.

Mas não era algo com que Camila havia perdido tempo pensando sobre.

A vida às vezes era uma droga. A Coalizão era uma droga na maior parte do tempo. E não havia nada que alguém pudesse fazer sobre isso.

Então ela cuidou da própria vida e passou suas expedições sob o radar da Coalizão. Os arqueólogos não eram particularmente valorizados no momento - pois não forneciam poder e nem dinheiro às autoridades. Eles geralmente eram ignorados.

Do jeito que Camila sempre preferiu.

Ela fazia parte da equipe de uma universidade da Terra, mas não estava no campus há quase quatro anos. Ela passava o tempo todo em suas escavações - geralmente em planetas obscuros e envelhecidos, onde a civilização havia morrido séculos atrás. Ela ficou órfã quando criança e foi criada por uma avó que morreu há dez anos. Ela nunca teve muitos amigos. Seus colegas de profissão eram tudo o que ela precisava de companheirismo.

Ela só queria ficar sozinha para fazer seu trabalho, principalmente.

E ela ficou assim por oito anos desde que se formou. Até que ela escolheu o lugar errado para cavar.

Todas as escavações arqueológicas tinham que ser aprovadas pela Coalizão com bastante antecedência. Camila passou por toda a burocracia necessária e recebeu permissão para trabalhar no Palácio Imperial de Karna. E se ela presumiu que a permissão se estendia aos terrenos que rodeavam o Palácio, esse foi o seu erro.

Um erro pelo qual ela pagaria pelo resto da vida.

Uma vida que pode não durar muito.

Não havia sentenças leves na Coalizão.

Todos os crimes oficiais eram tratados da mesma forma - desde invasão de propriedade até assassinato. Se um crime não representasse uma ameaça à autoridade ou aos recursos da Coalizão, era geralmente ignorado. Então Camila presumiu que devia haver algum tipo de quartel-general secreto da Coalizão em qualquer outro lugar em Karna, ou sua violação das regras e invasão do local nunca teriam sido processadas.

Prisão (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora