O Sobrinho da Rainha.

Capítulo II

Setembro era um mês mal visto por todos do reino, sendo considerado o mês de luto oficial, já que foi na data em que o rei veio a falecer.
A Rainha Catherine era apenas uma jovem donzela francesa quando foi prometida em casamento para Edward Berbroock, o futuro rei da Inglaterra.
Ela nunca havia gostado da ideia de se casar, gostava de seu país, seus costumes, e tinha até amores secretos que não queria abrir mão, mas não teve escolha.
Ela foi mandada para Inglaterra contra a sua vontade assim que completou seus dezoito anos, se casou com Edward, sem nunca ter nem sequer o visto, três dias depois de chegar a Londres.
O casamento foi rápido, o conselho real não fez muita questão da cerimônia, apenas queriam acabar com o "problema" logo.
O problema era que os antigos reis haviam falecido. Margaret, mãe de Edward, morrera em seu parto, e o rei Elliot morreu apenas onze anos depois, com uma doença que ninguém nunca havia conseguido identificar.

Os portões do castelo foram fechados assim que a cerimônia acabou, na esperança de que o novo rei e a nova rainha, se conhecessem o suficiente para sua noite de núpcias.
Então, eles conversaram.
Catharine descobriu que ele também não estava interessado em se casar, que não pensou que o obrigariam assim que atingisse a maior idade. Ele a contou como sempre foi criado por esse legado, e até desabafou sobre o peso que sentia em suas costas, isso fez Catherine ter compaixão pelo jovem rapaz.
Ele com certeza não era de se jogar fora, tinha olhos azuis esverdeados, cabelos loiros e um corpo impecável.
Catherine ficou nervosa quando ele se aproximou mais, mas também o contou coisas sobre sua vida. Contou que tinha uma irmã chamada Valencia, que fugiu de casa cedo e foi atrás de seus sonhos. Elas trocavam cartas as vezes, e Valencia sempre estava em lugares diferentes do mundo. Ela confessou que sentia inveja.

"Posso te levar para qualquer lugar agora, Catherine."- O jovem rei disse de forma doce, pegando sua mão.- "O mundo é nosso agora. Podemos fazer isso juntos ou continuar adiando o inevitável. Não vamos conseguir nos livrar, de qualquer forma."

Ela abaixou os olhos, pensando em como ele tinha razão. Os seus destinos já tinham sido selados naquele casamento, não havia mais nada a fazer além de simplesmente aproveitar.

"E eu também não quero me livrar..."- O rei sussurrou enquanto se aproximava.

Ela sentiu seu corpo estremecer quando seus lábios se tocaram em um beijo suave. Ela riu quando se separaram porque estava envergonhada, mas isso não o irritou, apenas o seduziu mais.
Ele a levou para o quarto, tirou seu lindo vestido branco, desfez seu penteado e então a fez mulher.
Foi uma noite realmente indescritível, ela não se sentiu nervosa em nenhum momento, amou os beijos em seu corpo, arqueava com os apertos feitos pelas mãos e se entregou quando ele a penetrou pela primeira vez.
Ele também certamente sabia o que estava fazendo.
É engraçado, porque essa noite deve ter sido tão divertida que foi a noite que o futuro rei foi concebido.

Os meses estavam passando de maneira calma, tudo estava indo bem. Os recém casados, que já esperavam um bebê, já se amavam muito. Não era paixão, claro, não haviam tido tempo para se apaixonarem, mas se admiravam profundamente e aprenderam a apreciar a companhia um do outro. Então se amavam.
Eles estavam certos de que o bebê que esperavam era um menino, estavam animados com a ideia de terem um filho. Realmente estavam planejando tudo juntos, tendo uma ótima visão do futuro e até mesmo já comprando brinquedos.
Quando a rainha estava grávida de seis meses, o rei morreu, em setembro.
Foi rápido e simples, ninguém entendeu como havia acontecido, ele estava bem, foi dormir bem, mas simplesmente quando acordaram, ele já estava morto.
Suspeitaram de tantas e tantas coisas, mas no final, o rei só havia nascido com uma doença cardíaca que o levou cedo demais pela sua idade.
Foi uma época triste, e uma verdadeira época de desespero para Catherine. Ela estava sem chão, sofria todos os dias pela perda de seu marido, mas se esforçava ao máximo para isso não afetar o bebê, que seria sua única salvação.