Capitulo III

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Os dias estavam passando tão rápido quanto a brisa quente do verão chegava para sufocar Londres. Os últimos anos haviam sido especialmente bons.
Amber estava "liberta", já que seus pais estavam devidamente ocupados preparando Lizzie para o debute, ela podia passar todos os seus dias no castelo, na maioria das vezes apenas desenhando no jardim e brigando com Marcus, por Deus, como brigavam! Era o tempo todo, já chegaram a brigar até sobre a cor do céu e sobre quantas vacas poderiam existir no mundo.
O braço de Marcus estava curado, e sua amizade com a jovem lady Starling estava selada, em uma promessa tão forte e viva que ambos sabiam que iriam carregar esse laço para o resto da vida. Seria esquisito dizer que eram como irmãos? Não, não eram como irmão, pois sempre existiu algo ali, em um breu entre a realidade e a brincadeira, era uma linha bem fina e transparente que separava a infantilidade do amor. Pelo menos para o jovem príncipe Marcus era assim.

Mas como poderia saber? Era só uma criança, ambos eram apenas crianças.

Como Marcus poderia saber que passar tanto tempo na companhia de uma garota era o mesmo que se afundar em frios na barriga e uma sensação constante de necessidade de aprovação? Ele nem sequer imaginava que esse era exatamente o motivo da amizade dos dois serem um "segredo". Ninguém falava sobre, mas também não perguntavam, então não era totalmente segredo, mas o medo pelo julgamento da sociedade fez com que os responsáveis decidissem manter a amizade no particular, pelo menos enquanto os jovens não tivessem idade o suficiente para saírem a público.

Quatro anos haviam se passado des do encontro caótico na floresta, quatro longos anos levados pelo vento. Marcus, agora com seus incríveis quatorze anos, e Amber com seus doze anos, estavam finalmente em uma época de paz, havia surpreendentemente três dias que não brigavam! Três dias inteiros. Isso era mais do que o suficiente para o criado que quase se matava para conseguir cuidar das duas crianças todos os dias no castelo.

Na verdade, talvez era por estarem um pouco separados. Marcus estava escrevendo uma carta, Amber não fazia a menor ideia do que aquilo poderia ser, mas todos os dias ele sentava no mesmo banco do jardim, rabiscava duas ou quatro palavras, e então desistia. A garota preferia não intervir, era mais fácil ela focar em seus desenhos. Estava cada dia mais apaixonada e entregue a arte, e Marcus proporcionava diversos privilégios nesse sentido para a garota, além da rainha, que tratava a menina como sua própria filha, mimando e alimentando todos os seus desejos.

Amber começou a "deixar sua tristeza de lado", começou a pensar que talvez o carinho maternal de sua irmã e da rainha poderiam preencher o vazio que sentia por ser praticamente detestada pela mãe.
Ela havia desistido de até ao menos tentar se aproximar de sua mãe, se sentia mal todas as vezes que a mesma a negava sua companhia, ou sua afeição, dando sempre a desculpa de que sua irmã era mais importante no momento.
Mas tudo bem. Lizzie, mesmo com todos seus compromissos e responsabilidades, continuou criando Amber e amando a garota como podia. A ensinava coisas que acreditava ser importante, repreendia a garota e lia para ela. Lizzie também dava um beijo na testa de sua irmã todos os dias antes de dormir, como um boa noite.

Lizzie se sentia mal pela menina, se sentiu mal a vida toda, se sentia culpada por um dia ter ficado triste por não ser mais a filha única, e odiava tanto a maneira como sua mãe agia em certos momentos.
Ela amava Amber com todo o seu coração, morreria pela garota se fosse necessário, e faria de tudo para conseguir deixar a vida dela mais fácil. O plano era simples, era fácil.

Iria se casar aos dezoito anos, sua atual idade, assim que debutasse, não poderia ser mais velha, pois começaria a ficar seca e sem graça. O homem deveria ser rico, era a principal qualidade que procurava. Mas também desejava alguém gentil. Nunca gostou da ideia de apenas servir apenas como parideira, odiava a ideia de ser mãe, mas sabia que deveria garantir seu futuro independente de seus desejos.
Sabia que era bonita, sabia que tinha qualidades que causavam inveja em qualquer mulher da cidade, e sabia que conseguiria tudo que quisesse se tentasse.

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⏰ Última atualização: Oct 08 ⏰

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