quando éramos felizes

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Ele ainda se lembra com muita saudade daqueles dias preciosos de sua infância inocente, quando ainda não tinha consciência do mundo perigoso em que vivia, de como corria para a casa dos Myers só para poder ver e brincar com Michael, sempre curtindo cada uma das aventuras que viveu com aquela criança única com quem compartilhou encontros memoráveis cheios de doces, diversão, loucuras imagináveis pela mente de uma criança e uma ou outra brincadeira que cruzou suas ideias naquele momento,. ele nunca poderia esquecer que foi a única pessoa que se aproximou dele e lhe estendeu a mão como amigo, confidente, e por que não? Seu primeiro doce carinho quando crianças. Como esquecer aquelas tardes de verão em que comiam na casa dos Myers, saboreando as delícias que a dona da casa preparava só para os dois, como esquecer quando ficava na casa dos mais novos ouvindo as emocionantes histórias de terror de Judith, a irmã mais velha de Michael, enquanto a loirinha se agarrava a ele num abraço apertado com a desculpa de estar "assustada" e eles adormeciam juntos naquela mesma posição, como esquecer o outono quando os dois se embrulharam vestidos, caminharam juntos para a escola de mãos dadas em sua brincadeira de não se separarem e como esquecerem os invernos que viveram juntos abraçados pelo frio, mas movidos por sua energia infinita quando crianças para se verem novamente.

Como esquecer aquelas tardes de verão em que comiam na casa de Myers, saboreando as delícias que a dona da casa preparava só para os dois, como esquecer quando ela ficava na casa do menor ouvindo as músicas...

"Era uma manhã fria de setembro, o menino asiático de quase oito anos estava enrolado em um casaco quente andando pela calçada a caminho da escola, cantarolando baixinho até que uma certa ação o fez parar,

"Jake! Jake!" Ele ouviu o menino gritar seu nome atrás dele, sabendo imediatamente quem era quando reconheceu aquela única voz. Foi quando ele se virou e recebeu seu pequeno companheiro de braços abertos, que carregava consigo um brinquedo de pelúcia. do que parecia ser um adorável guaxinim com olhos grandes.

"Cuidado Michael, você pode se machucar", disse o pequeno Jake, sorrindo sem ter nenhuma intenção real de repreender o menino que ria de alegria por se reencontrar com seu precioso amigo, embora eles tivessem acabado de se separar ontem à tarde, para ele foi seria uma eternidade se Jake não estivesse ao seu lado.

"Está tudo bem, eu sei que você sempre vai me pegar", ele respondeu com um sorriso doce que derreteu o coração do mais velho de tanta doçura.

"Você se aproveita de mim porque sabe que eu te amo", resmungou o coreano, abraçando com um braço os ombros do mais novo, que, feliz e pintado com a felicidade de ser amado por Jake, retribuiu a demonstração de carinho cercando o outro com ambos os braços enquanto caminhavam para a escola em meio a conversas animadas e risadas."

Ele sorriu com bastante amargura ao se lembrar daquela tarde, seu coração deu um pulo por causa daquela lembrança, tão doce quanto tantas outras que só lhe trouxeram dor.

Ele apreciava tanto aqueles lindos momentos e apreciava tanto Michael que foi exatamente por essa razão que ele se recusou completamente a acreditar que foi o próprio Michael quem havia acabado com a vida de sua própria irmã, ele não conseguia acreditar, ele não queria acreditar que ele havia assassinado judith, sua negação foi tão grande que ela se opôs de todo o coração a se separar de Michael quando o arrancaram de seus braços para levá-lo àquele distante hospital psiquiátrico.

"-Eu não quero Jake! Eu não quero ir embora! Não deixe que eles me levem!" o menino gritou, agarrando-se ao seu corpo, soltando lágrimas incontroláveis, gritando a plenos pulmões que eles venceram. Ela não queria tirá-lo de Jake, e a verdade é que ele não estava melhor. Ela se agarrou sem qualquer intenção de soltar Michael em um abraço cheio de tristeza e dor, deixando escapar as próprias lágrimas que já nublavam sua visão.

E só quando um policial dobrou um dos braços com que se agarrava ao pequeno Myers é que ele finalmente o soltou devido à dor que ali se instalou, então ele se contorceu no chão sob o policial e o olhar de seus pais, que assistiram impotentes enquanto levavam Michael, que se contorcia descontroladamente, para que o libertassem e o deixassem ir com seu amigo."

-Com licença, jovem, já chegamos-ele estava tão perdido nessas memórias cruas que ele não havia percebido que finalmente havia chegado ao seu destino. Ainda um pouco distraído, ele pagou e agradeceu ao taxista pela viagem para sair da unidade e seguir para o que antes era sua casa, sem realmente acreditar que estava ali.

Ele caminhou um pouco até se deparar com a casa destruída dos Myers, tantas lembranças lhe vieram como um forte golpe direto no rosto. Ele conseguira, voltara para Haddonfield, pela segunda vez na vida desobedecera a uma ordem direta dos pais; A primeira foi quando ele se recusou a deixar Michael ir, a segunda foi agora que ele havia sido proibido de retornar a Haddonfield, mas lá estava ele bem na frente daquela que era a casa da pessoa com quem possivelmente desfrutei e valorizei sua vida. principalmente, aquela casa destruída Já foi um covil para aquele que fugiu de casa para esquecer seus momentos ruins e criar outros melhores com o filho. Logo uma dor imensa atingiu seu coração, parece que mesmo que ele quisesse nunca conseguiria apagar Michael de suas memórias mesmo que isso o consumisse por dentro, com muita força de vontade ele apertou com força a alça de sua mala e saiu de lá indo para sua nova casa, que ficava a apenas algumas ruas daquela antiga casa.

"Estou de volta", ele mencionou em um leve sussurro ao vento, deixando suas palavras voarem sem serem realmente ouvidas por ninguém, esperando no fundo de seu coração que aquela mensagem chegasse ao seu ente querido, mas isso obviamente não poderia se tornar realidade, primeiro porque certamente Ele nunca se importaria com o retorno dela, segundo porque amar outro homem era errado para os outros e terceiro porque a pessoa que ele amou era um assassino sem coração.

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