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Stella Bianchi|

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Stella Bianchi|

Estaciono meu carro e vou até a porta da minha casa, abrindo a mesma e adentrando o local.

Franzo o cenho ao ver vários vestidos brancos em cima do sofá e várias caixas de sapato no chão, próximo ao sofá.

Olho para minha mãe que chega na sala e pergunto:

— Pra quem é tudo isso? — Aponto para as roupas e as caixas.

— Pra você. É pra você medir cada um desses vestidos e calçar todos esses sapatos para eu ver com qual você irá se casar.

Já não basta eu ter que me casar contra minha vontade, eu não poderei escolher minha própria roupa ou calçado.

Eu tenho quantos anos? Três?

Cruzo os braços e reviro os olhos.

— Eu não vou usar nenhum desses vestidos ridículos. — Digo ao ver uns quatro vestidos cheios de babados e mangas bufantes. Que exagero!

— Você vai usar a roupa que eu escolher, porque eu sou a sua mãe. Ainda mando em você. — Ela pega um dos vestidos. — E para sua sorte, eu gostei desse. Vai lá colocá-lo.

Diferente dos outros, esse vestido é bonito.

Pego a roupa e minha mãe me oferece uma caixa de sapato, dizendo que havia gostado dele e que combinaria com a vestimenta escolhida.

Eu os levo até meu quarto e visto a roupa de noiva e calço o sapato, que é um salto branco.

Paro de frente para o espelho e me analiso.

Me encaro, lembrando que quando criança, meu sonho era usar um daqueles vestidos lindos de noiva que eu via muitas mulheres usarem.

Pensava que um dia seria eu quem usaria um vestido tão bonito quanto o delas. Que usaria um vestido tão bonito quanto minha mãe usou — ele foi considerado o vestido de noiva mais bonito do ano.

Pensava que me casaria com um homem bonito, inteligente e fofo porque príncipes encantados não existem, eu dizia. Que seria a noiva mais linda que o mundo já viu.

Mas quando a gente vai crescendo, esse sonho parece se distanciar cada vez mais. Parece que é algo impossível de ser alcançado.

Nunca passou pela minha cabeça que vestiria um vestido de noiva na situação que me encontro: faltando pouco tempo para me casar com alguém que não amo. Para me casar para salvar algo que pouco importa.

Só estou fazendo isso pelo simples fato de que, talvez seja isso que esteja faltando para que meus pais demonstrem o amor que eles sentem por mim.

Até porque, eles são meus pais. É óbvio que eles me amam.

Né?

Me desligo dos meus pensamentos quando a porta do meu quarto é aberta e minha mãe adentra o cômodo, se deslumbrando ao me ver com a roupa que escolheu.

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