O DESPERTAR DO PESADELO

1 0 0
                                    

O alvorecer do dia seguinte trouxe uma aparente calma à escola. Sofia, ainda perturbada pelos eventos da noite anterior, chegou cedo, ansiosa para contar a alguém sobre o que tinha testemunhado. Seu coração acelerava com a possibilidade de ninguém acreditar nela, mas ela sabia que precisava tentar.

Ao cruzar o pátio, encontrou Lucas, seu melhor amigo e também o capitão do time de futebol. Lucas tinha um sorriso fácil e um olhar sempre pronto para entender. Sofia hesitou por um momento, mas decidiu que ele seria o primeiro a saber.

— Lucas, preciso falar com você. É urgente — disse Sofia, puxando-o para um canto mais isolado do pátio.

— O que aconteceu, Sofia? Você parece assustada — respondeu ele, olhando-a com preocupação.

Sofia explicou tudo rapidamente, desde os sons no porão até o vírus que viu ser liberado. Lucas, inicialmente cético, percebeu a seriedade nos olhos de Sofia e decidiu confiar nela.

— Temos que fazer alguma coisa — disse ele, firme. — Vamos contar ao diretor.

Antes que pudessem se mover, a primeira sirene de emergência soou pelos corredores. Alunos começaram a desmaiar, e aqueles que inalavam o ar contaminado começavam a mostrar sintomas estranhos. Sofia e Lucas viram, horrorizados, os primeiros sinais de transformação.

Lucas segurou a mão de Sofia com força, seus dedos entrelaçados numa tentativa de conforto e coragem. O toque trouxe um momento de calma em meio ao caos, e Sofia percebeu que sempre sentiu algo mais por Lucas, mas nunca teve coragem de admitir.

— Vamos sair daqui! — Lucas gritou, puxando Sofia na direção da saída.

Eles correram pelos corredores, passando por colegas que se transformavam em criaturas grotescas, seus corpos contorcidos pelo NecroVírus. Ao chegarem à porta principal, perceberam que estavam trancados. Dr. Mário havia planejado tudo meticulosamente.

Sem outra opção, Lucas e Sofia se refugiaram na sala de ciências, onde tentaram bloquear a porta com tudo o que puderam encontrar. Lá dentro, a tensão entre eles era palpável.

— Sofia, se não sairmos daqui, quero que saiba que sempre gostei de você — disse Lucas, a voz baixa e sincera.

Ela olhou para ele, surpresa, mas também sentindo uma onda de alívio e carinho.

— Eu também, Lucas. Sempre gostei de você.

Eles se aproximaram, compartilhando um breve e doce beijo, uma faísca de humanidade e esperança em meio ao apocalipse que os cercava. Contudo, sabiam que aquele era apenas o começo de sua luta pela sobrevivência.

Determinados, começaram a formular um plano para escapar e encontrar ajuda. Sofia sabia que a gravação em seu celular poderia ser crucial, e Lucas, com sua força e coragem, estava preparado para protegê-la a qualquer custo.

O pesadelo apenas começara, mas juntos, eles estavam prontos para enfrentar o que viesse.

Vidas Perdidas Onde histórias criam vida. Descubra agora