DESTRUIÇÃO

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Para confirmar minhas suspeitas eu me virei para a direção em que vim, e como previsto, os 30 minutos de caminhada se tornaram máximo 2 minutos para chegar no lugar de antes. Eu preciso achar rapidamente o mago, e Iriz está como suspeita principal. Eu não tenho muito tempo, dado que minha força física e minha energia poderia ser somente uma ilusão também. Ou talvez aquele chá tinha alguma força mágica energizante. Talvez Iriz estava querendo me ajudar, me dando um chá com poderes mágicos. Talvez ela esteja presa aqui,como eu estou. Mas mesmo assim, a vida me ensinou a não confiar em ninguém nessas situações, e acredito que seja o mais sensato.

Nesta noite admito que não consegui dormir suficientemente bem, e sinceramente não me julgo, tente me entender, ficar no escuro com a sensação que tem alguém te observando o tempo todo não é das melhores coisas do mundo. Mas finalmente, após horas de espera o sol surgiu, e devo confessar que foi a primeira vez que fiquei tão alegre de ver o amanhecer, mesmo que fosse uma ilusão. Levantei-me e sentei, eu sabia que a probabilidade que o mago da ilusão estar me vendo é enorme, e o mais importante agora é fazer com que ele não suspeite que eu sei que tudo isso é uma ilusão. Comecei a andar para lá e para cá, enquanto esperava desesperadamente que alguma alma viva aparecesse. Iriz falou que iria voltar, mas eu preciso que ela volte logo.

Minutos depois, ouvi alguns passos, graças aos elfos! Parece que minhas rezas ao Deus natura de certa forma deram certo.

-Bom dia Anastasia. - a voz não muito familiar da pequena Iriz ressoou bem atrás de mim. Me girei um pouco assustada, pois não tinha percebido que ela estava tão próxima de mim. Tenho certeza que os passos que eu ouvi, estavam distantes ainda.

-Bom dia, Iriz. - Respondi tentando não soar surpresa. Ela me olhou e sorriu. - Lindo dia o de hoje certo? Parece que o tempo percebeu que estou feliz com sua presença. - disse se voltando para o céu. Fiquei calada, afinal estava me preparando para o interrogatório, eu tinha que descobrir mais sobre essa pequena figura. Pigarreei sem perceber e as palavras, um pouco confusas ainda começaram a sair da minha boca. - Iriz, gostaria de visita a sua casa, sabe.. conhecer sua mãe e agradecer pelo chá. - Quando falei a palavra mãe ela ficou com a cara mais séria que o normal, mas segundo depois voltou ao normal. Conclui que seria assim que ela demonstrava desconforto.

-Eu não gosto da mamãe, por favor não fale essa palavra, ela definitivamente não é uma boa pessoa. - respondeu ela fazendo um biquinho de chateada.

Interessante... Um pouco triste, claro, mas é interessante o fato de que o céu azul ficou levemente nublado em questão de segundos. Pois e Iriz, parece que vou ter que brincar um pouco com seus sentimentos.

-Eu sinto muito pequena... Sabe eu também não tinha uma relação muito boa com minha mãe. - Isso não era mentira. Minha madrasta era levemente alterada.

A pequena garota dos olhos dourados olhou-me com uma cara de compreensão concordando com a cabeça. - Que bom que você me entende! A verdade é que ela nem era uma pessoa má, ela simplesmente ignorava o fato de eu estar mal... engraçado, uma mãe não deveria se comportar assim. - Iriz falou aquelas palavras de uma maneira tão madura, que por um milésimo de segundo pareceu que eu estava falando com um adulto.

-Eu.. eu sinto muito. Infelizmente consigo te compreender.. Mas quando crescemos acredito que melhore, eles nos deixam em paz. - Falei palavras vazias, e me senti uma inútil, afinal quem era eu para opinar na vida dessa criança. Tinha me perdido nos meus pensamentos, mas logo quando olhei para a garotinha percebi que seus olhos estavam levemente molhados de lágrimas presas. - Não Anastasia, quanto mais eu crescia mais piorava. Por isso que eu quero ficar assim para sempre. - Ela me deu um sorriso inocente, e por mais de eu saber que era melhor eu não falar nada minha curiosidade gritou mais alto. - Você gostaria de ficar assim como? - Ela me olhou com olhos de quem não tinha entendido o propósito da pergunta. - Ah você sabe, assim criança. Afinal, quando criança o mundo fica mais bonito, sem problemas, sem assédios e sem nenhum olhar de julgamento. - Olhei para ela e sem perceber, as palavras saíram da minha boca. - Oh... agora eu entendo Iriz, você deve ser bastante infeliz também, esses olhos... esses olhos não me enganam. Consigo reconhecer alguém que tem a mesma sorte que eu. - Falei sem pensar, talvez seja empatia o nome disso.

Anastasia e a guerra entre os continentesOnde histórias criam vida. Descubra agora