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2006, November 9th, South Korea
O som reconfortante dos pingos de chuva caindo no telhado enchiam o ambiente aconchegante da casa do Jang's, este que agora era ocupado apenas por uma mulher que parecia estar nos seus 28 anos de idade e um pequeno garotinho que não parecia passar dos 5, ambos estavam sorrindo e brincando enquanto terminavam de preparar o jantar.
- Corte mais fino, adeulla-emi - disse a mulher de forma carinhosa, pegando as mãozinhas de seu filho e o ajudando a afinar as fatias de cenoura que usariam - Isso, continue assim.
- Omma, você sabe que horas o papai chega? - o garotinho perguntou receosamente, mordendo seus lábios em nervosismo, seu pai não gostava de o ver cozinhar ou fazendo qualquer tarefa que o mesmo considerasse "feminina".
- Não se preocupe com isso, querido - a mulher de cabelos castanhos disse, se abaixando para ficar na altura de Donghyun, suas mãos macias acariciando as bochechas gordinhas do menino - Seu papai disse que iria demorar um pouco mais ho.. - a fala da matriarca fora interrompida pelo barulho da porta sendo aberta, por ela um homem com não muito mais que um metro e setenta e sete entrou, seus olhos cansados logo se transformaram em frios e raivosos ao verem seu filho usando um avental.
- Que merda é essa? - o tom de voz gélido quebrou o silêncio que se instaurou na casa, o homem foi até seu filho com passos pesados e segurou seu avental com força, os nós de seus dedos ficando brancos - Eu não te criei para ser um viado, Donghyun!
- Ele estava apenas me ajudando, Dojin! - a mulher disse em prantos, tentando segurar o braço do marido para o impedir de fazer algo, apenas para ser empurrada bruscamente para trás, Donghyun olhou com pavor enquanto sua mãe caia no chão ao lado da pia, seus olhos enchendo de lágrimas.
- Cale a boca, Jinhee! Isso é culpa sua, você que não soube ensinar ele a ser um homem - o mais velho disse com um tom de voz irritado e frustrado, sua mão forte envolveu o pequeno pulso de Donghyun, o guiando até o quarto do pequeno, colocando-o lá dentro - Eu não vou criar uma decepção.
Com essa frase o homem foi até o seu quarto e empacotou todas as suas coisas e retirou o dinheiro que ele e a esposa guardavam em um pequeno jarro, Jinhee observou a cena com terror nos olhos, indo com pressa até seu marido quando o viu ir até a porta, suas mãos envolvendo o braço do mais velho.
- V-você não pode nos abandonar, Dojin! Nós temos uma vida juntos, você sabe disso - a acastanhada disse em prantos, seu tom de voz falho e lágrimas escorrendo por todo seu rosto pálido - Donghyun precisa de você, por favor.
