Born to die-Percy Jackson

O Teletransportador dos Deuses

Finalmente,encontrei uma brecha,que poderia facilmente ser quebrada. Peguei o meu arco,retirei uma flecha da minha bolsa,posicionei a flecha no arco e atirei. Quebrou instantaneamente. Peguei a peça,coloquei na bolsa e atravessei novamente o portal. Recoloquei meu arco nas minhas costas e peguei Mordecostas. Procurei uma brecha na parede,para poder abrir o portal para o quarto onde estava hospedada,mas parei ao ouvir um estrondo.

Me virei rapidamente e percebi que tinham pessoas entrando no depósito. Prontamente comecei a procurar por algum lugar para me esconder. Como não achei nenhum,entrei em pânico. Entretanto,lembrei do anel que minha mãe tinha me dado de aniversário,que era mítico,presente de Apolo. Ele poderia me deixar invisível. Esfreguei o anel,rapidamente ficando invisível, e encostei numa parede,para não correr o risco de tocarem em mim.

Por sorte,eram apenas dois homens,que pegaram umas caixas e saíram logo depois. Esfreguei o anel novamente,voltando a ficar visível. Involuntariamente,toquei o meu colar de contas,que continha a palheta de uma guitarra. Minha mãe me dera essa palheta no meu aniversário de onze anos. Derramei uma lágrima sincera ao pensar nela,era algo que eu não gostava de fazer. 

Ela morrera a algum tempo atrás,protegendo a mim e a meu irmão gêmeo de Lecto. É,eu tenho um irmão. Era difícil não me lembrar dele,sendo que ele era um dos semideuses que me caçavam. Eu não acho que ele queira realmente me "caçar",apenas me encontrar. Por isso tento não sair muito de dia. Como nossos poderes ficam mais fracos à noite,geralmente é quando costumo sair,para tentar esquecer esse papo de semideusa e tentar fingir que sou uma adolescente normal(e,é claro,"fugir" do meu irmão).

Reajustei Mordecostas e me preparei para fazer o portal. Eu detestava essa parte,porque, como a espada não pertence a mim,preciso dar algumas gotas de meu próprio sangue para fazer com que ela funcione. Me cortei com a lâmina,abrindo minha cicatriz no pulso. Gemi baixinho com a dor latejante,mas até que já estava me acostumando,o que,a meu ver,não era um bom sinal. Golpeio a parede com a espada,fazendo aparecer um pequeno clarão azul,seguido de outro. Pisquei e,no momento seguinte,estava de frente ao meu quarto,com Luke me esperando,parecendo até um pouco...preocupado? Não tenho certeza.

O mesmo estava sentado na cama,esperando pacientemente,enquanto lia alguma coisa. Pelo menos acho que era isso que ele queria que eu pensasse. O livro estava de cabeça para baixo.

—Luke?—digo,atraindo a atenção dele-Eu...consegui.

—Que bom,Rose!—ele diz,me puxando para dentro do quarto,prontamente colocando o kit médico que tínhamos em cima da cama,examinando meu pulso ferido.

—Luke,eu consegui a tal da peça...—digo,estranhando um pouco o jeito como ele vinha me tratando nas últimas semanas.

—Ah,certo,coloque em cima da cômoda,por favor—ele me pede,sem tirar os olhos do meu pulso.

Faço o que ele me pede,soltando um suspiro que nem sabia que estava prendendo ao sentir a ardência do remédio na minha pele. Agradeci a ele e fechei a porta do quarto,após o mesmo sair. Me permito soltar meus pensamentos intrusivos que lutavam tanto para sair. Logo,já era noite e eu continuava na mesma posição,em lágrimas e deitada na minha cama,apenas contendo os gritos para que Luke não escutasse.

Não sei o que me deu,mas senti que precisava sair e respirar um pouco. Já estava amanhecendo,mas mesmo assim eu permiti dar-me o luxo de sair um pouco de minha prisão. Decidi ir passear em um parque. Eu sei,típico dos semideuses filhos de Apolo. Acho que uma boa parte da minha escolha foi por querer relembrar a sensação do sol na minha pele. Precisava mesmo disso.

Me deitei na grama,aproveitando que não tinha ninguém para me julgar por tal ato. Rindo como uma criança,comecei a rolar por ela,caindo em alguns montinhos de folha. Porém,quando menos esperava,algo cobre a minha visão do sol e uma sombra aparece na minha frente.

Infelizmente,um guarda do parque havia me visto. Era uma homem gorducho,de estatura mediana e careca. Ele me pergunta o que eu estava fazendo deitada na grama as seis horas da manhã.

—Nada,apenas precisava extravasar um pouco—respondo,me levantando.

Limpo a sujeira que a grama fez na minha roupa e caminho um pouco,olhando as árvores,ouvindo o canto dos pássaros,sentindo o sol queimar minha pele aos poucos. Decidi passar em uma sorveteria,pois estava com um pouco de fome e queria algo doce pra comer. Avistei uma sorveteria chamada "New York creams". 

Pelo visto,aquela era a única sorveteria da rua,porque estava lotada de pessoas. Retirei algumas moedas do bolso e procurei o menu,para ver se tinha dinheiro o suficiente para comprar um sorvete.

No fim,acabei me decidindo por um sorvete de menta,com cobertura de chocolate. Me sentei em uma das muitas cadeiras de lá,em uma mesa próxima a janela,para poder apreciar a grandeza do Sol. Na verdade,gostaria de poder falar com meu pai,explicar a ele o que realmente está acontecendo. Gostaria de explicar a todos o que está acontecendo. Mas,primeiro,tenho que explicar a mim mesma o que diabos estou fazendo aqui?

Queria chorar,gritar e correr para o colo da minha mãe. Mas obviamente eu não poderia fazer nenhuma dessas coisas,pois estou presa com o Luke. Eu não acho que ele é uma má pessoa,apenas...escolheu o caminho errado. Me sinto mal por ele. Cronos usou a fraqueza com o pai dele para convencê-lo de que aquilo era certo. Acho que,no fundo,ele sabe que o que ele tá fazendo é errado. Mas,por enquanto,ele não vai admitir.

Termino meu sorvete e vou caminhar perto do lago. Porém,a caminhada me faz pensar em Percy,então me afasto um pouco. Pensar nele dói,principalmente depois de ver o estado dele. Volto para o parque, percebendo que ele encheu um pouco.

Fico mais um pouco, mas decido voltar para o hotel, preocupada em ser vista. No caminho, acabo trombando com alguém, que rapidamente pede desculpas. Mas... Aquela voz era muito familiar. Olho para cima e me deparo com...