Capítulo 22

167 11 28
                                    


DULCE


Haviam passado três meses desde que eu soube sobre o câncer do meu pai. Minha vida nesses meses foi bem movimentada e cansativa.

Voltei a trabalhar e fui designada pra um caso bem interessante e que com certeza vai dar o impulso que eu preciso pra conseguir me tornar a promotora chefe ou seja ficar com o cargo do Christian. Ele merece pelo que fez a Mai.

Na minha vida pessoal tive algo até positivo. Depois de muito drama, Mai me convenceu a começar a sair a noite como uma mulher solteira. No começo eu odiei, mas a aproximadamente dois meses encontrei em um barzinho o médico que cuida do meu pai.

No hospital Daniel sempre foi muito profissional e nunca tentou nada mas no barzinho ele não poupou no flerte, eu não fui em busca disso mas não vou negar que ele me atraiu, depois de uns bons shots de tequila e uns amassos, a gente acabou transando.

Daniel é do tipo de homem padrão. Alto, loiro, olhos azuis e um corpo bem músculoso. Ele é do tipo de pessoa que te prende na conversa, que sempre expõe seu ponto de vista de maneira intelectual e precisa.

Não posso dizer que ele foi minha melhor noite de sexo mas acho que Christopher deixou isso em um nível muito alto pra qualquer um alcançar.

Falando em Christopher, ele acabou de me dizer palavras horríveis por ter me visto próximo ao Dan, insinuando que somos mais que amigos, se ele soubesse que na primeira vez que transei com Dan foi pensando nele.

Obviamente que eu e Dan não somos como irmãos mas ele não é meu P.A. e muito menos namorado. É mais um sexo esporádico e ele não foi o único mas com certeza o melhor.

Não vou negar que lá no fundo, gostei de ver Christopher com ciúmes de mim. Pelo menos isso mostra que ele ainda me ama, mesmo que seja só um pouco.

Fernando: Dul.- Meu pai fala fraco quase em um susurro mais o suficiente pra eu sair desses pensamentos.

Dulce: Oi pai. Tudo bem? Tá sentindo algo? Quer alguma coisa? - Pergunto preocupada.

Fernando: Não, meu amor. Estou bem.

Dulce: Eu fiquei velando seu sono mas agora já tenho que ir. O Dan já passou aqui e disse que vem mais tarde te checar.- Digo passando a mão em sua cabeça que está com os cabelos bem ralos por causa da quimioterapia.

Fernando: Checar se eu ainda vou tá vivo?- Fala sorrindo fraco.

Dulce: Pai.- O repreendo.

Não gosto nem de pensar na possibilidade de perder meu pai nesse momento e acho que em nenhum momento estarei preparada.

Fernando: Filha, você sabe que é isso que vai acontecer. Eu sempre soube, fiz o esforço de fazer esse tratamento por você e por meus netos.

Dulce: Não diz isso pai. Vai aparecer um doador e você vai ficar bem.- Tento ser positiva ao me lembrar das palavras de Christopher.

Fernando: Mesmo que apareça um doador o que eu acho difícil, eu ainda posso morrer no meio do transplante por já ser velho e por estar fraco.

Dulce: A gente não pode perder a esperança, papai.- Seguro sua mão e uma lágrima escapa.

Fernando: Se isso lhe conforta, continue pensando assim meu amor.- Aperta minha mão me passando algo que eu que deveria passar pra ele. Conforto.

Dulce: Mas você também tem que pensar assim. 

Fernando: Se for te fazer bem, eu posso fingir que acredito nessa cura.- Sorri.

Dulce: Ai papai.

Laços Eternos (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora