Acidente

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Brasil dirigia á caminho de casa, mais pelo costume do que pela vontade. Ainda confuso, decidiu passar no hotel onde seus amigos estavam hospedados, é bem provável que Argentina estivesse lá, ou, no mínimo, tivesse falado com um deles. Ainda estava na metade do caminho, uma música tocando baixo no rádio. Ele observa a paisagem urbana, já era tarde e quase todos já dormiam, os estabelecimentos estavam todos fechados por ali. Acelerando o carro, ele vê ao longe um lugar aberto, e decide parar para comprar alguma coisa, só pra enrolar. Brasil finalmente diminui a velocidade e para em frente a loja. Comprou algumas coisas que já estavam na lista de compras e pegou o máximo de bebidas que conseguiu enfiar na cestinha do mercado. Quando estava no caixa, a atendente começou uma conversa.

—Noite difícil? –A moça, como podia-se ler na plaquinha de identificação, se chamava Carol.

—Ahn? Ah, é sim. Como você sabia? –Ele já imaginava que era pela quantidade de álcool, mas gostou da garota.

—'Cê já entrou com uma cara feia, e levando esse tanto de álcool, ou é festa ou é ex. E 'cê não parece estar bem pra festa, então...

—É... você é boa. Eu nem sei o que eu faço mais, e beber sempre parece a melhor opção pra mim. Mas parece que quanto mais eu bebo, mais eu fico só.

—Eu super te entendo. Quer conversar sobre isso? Meu turno já acabou, eu só tô esperando o outro moço que trabalha aqui chegar. Mas pelo que você disse, parece que foi recente. Qual é o nome dela?

—Na verdade, é ele. E seria bom conversar sim. Eu vou tentar resumir, tá? Teve um campeonato de futebol que eu participei, e eu tenho... tinha? Ai, não sei mais, mas tem esse rival meu, e ele ganhou a taça. E eu não gosto... gostava dele, mas eu queria fazer umas festas por um tempo, aqui no Rio, com os participantes pra comemorar o campeonato e tal, mas eu nem queria ele. Bom, no fim, me convenceram e ele veio, e eu nem sei como mas a gente acabou ficando junto. Mas aí um ex tóxico dele mandou mensagem falando que meu ex teve um acidente, e eu fui lá pra visitar ele, e ele me enganou pra fingir que eu tava traindo o menino que eu tava ficando, e esse menino viu e achou que eu realmente tava traindo ele e rolou aquelas cenas clichês de comédia romântica e eu expliquei tudo pra ele e ele me beijou e foi embora? Socorro isso parece tão louco, dava pra eu escrever um livro. –Brasil e Carol estavam do lado de fora da loja, enquanto Brasil guardava as compras no carro.

—Menino... que bagunça! Vou escrever uma fic sobre sua vida agora. Mas você realmente ama ele? –Brasil, que agora tinha parado de guardar as coisas, estava sentado no meio-fio com a garota recém conhecida. Ele engoliu em seco ao ouvir a pergunta.

—Eu... acho que sim.

—Tu não acha nada, ama ou não ama? —Carol olhava para o moreno, fingindo irritação.

—Amo.

—Arrasou viado! Agora vai lá e descobre onde ele tá, mas não vai atrás dele ainda. Deixa ele pensar, descansar, conversar com os amigos. Aí você espera notícia dele, e depois que ele já estiver pensando melhor você fala com ele, beleza? –Brasil sorriu de leve com o comentário de Carol.

—Tá bom. Gostei de você, me passa teu número? Aí eu posso ir te atualizando. –Carol concorda, e salva o próprio número no celular do moreno.

—Prontinho. Mal posso esperar pra falar de você pra minha namorada. Já vou indo, porque amanhã eu tenho que acordar antes de meio dia, tenho uns compromissos. Tudo de bom pra você, beleza? Não bebe dirigindo, se não eu te mato, tchau!

—Tchau, boa noite! –Brasil volta para o carro, agora com o humor um pouco melhor, e decide ir falar com os amigos do argentino que ainda não tinham ido embora, agora silenciando o rádio. Depois de uns bons minutos de ansiedade, ele finalmente chega no hotel, e vai direto ao quarto da Colômbia. Ele bate na porta e ouve a morena se aproximando rapidamente da porta, que é logo aberta. No momento em que ela vê o brasileiro, sua expressão fecha. Ela bate a porta na cara dele.

Quem Sabe... (BraArg)Onde histórias criam vida. Descubra agora