Todas as cartas que eu não te enviei.

Eu queria.

eu queria muito que fosse você, de verdade, mas não dá, você nunca quis e nem quer.

é difícil pra mim te deixar ir, não quero te ver partir,eu queria que você me escolhesse.

mas você não quer, né? não posso fazer nada.

na carta passada eu disse o quanto eu me culpava por você ter ido, eu coloquei todo o peso do nosso término apenas nos meus ombros, eu senti que foi culpa minha, até te falei da minha imaturidade, que agora com a minha maturidade, reconheço que eu tenho sim meus defeitos e que preciso trabalhar neles, mas sabe de uma coisa moreno?

eu aprendi que o amor tudo suporta, eu te suportei, suportei toda a sua desorganização da casa, sua indiferença as vezes, perdoei as vezes que você me deixou magoada por causa das suas ações e palavras. Perdoei até aquela sua mensagem pra aquela menina, sabe por quê moreno? porque eu te amava.

eu era capaz de suportar tudo por você, era capaz de fazer tudo por você, era capaz de mudar até a mim mesma por você, e eu honestamente achava que você faria o mesmo por mim, mas você não o fez, você me deixou e me trocou por outra na primeira oportunidade, eu aprendi que nem sempre temos o amor correspondido, e de que, nem sempre, os outros tem obrigação de retribuir a nossa intensidade.

nós não podemos fazer alguém se apaixonar por nós, mas nós podemos nos  desapegar a partir do momento em que percebemos que não estamos sendo recompensados. Ninguém é obrigado a ficar num lugar em que não é verdadeiramente amado.

nós não podemos fazer alguém ficar, mas podemos escolher se ficamos nesse lugar.

eu não pude, nem poderei mudar você moreno, nem fazer com que você se apaixone por mim, o amor acontece sem forçar a barra, eu aprendi que as pessoas se apaixonam naturalmente. E quando eu aprendi isso, deixei de querer que você me queria, e consequentemente, deixei de querer você também.